“Devemos sair da cultura do litígio e caminhar para a cultura da paz”
Em workshop, psicóloga do IFG, aponta que conflitos, quando bem conduzidos, podem gerar mudanças positivas
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Muitas vezes os conflitos nas relações de trabalho (ou pessoais) surgem em razão de uma comunicação violenta, na qual há excessos de julgamentos. Por isso, sair do julgamento e ir para a observação, num exercício de empatia, reduz significativamente os conflitos.
Essas foram as observações finais da psicóloga Rose Helen Bastos, servidora do Câmpus Goiânia, palestrante do V Workshop Moralidade e Conduta Ética, realizado na tarde desta quarta-feira, pela Comissão de Ética do Instituto Federal de Goiás (IFG). O tema dessa quinta edição foi a “Gestão de conflitos no serviço público”.
Para chegar as suas observações finais, Rose Helen percorreu um longo caminho. Começou contextualizando o mundo atual, caracterizando-o como volátil, incerto, complexo e ambíguo. Segundo disse, essa realidade traz como consequências para os seres humanos: imediatismo, excesso de conectividade, ansiedade, falta de planejamento, foco no problema e sofrimento mental.
Esse contexto geral, explicou, traz consequências para a saúde do servidor público que enfrenta também especificidades, como descontinuidade administrativa e instabilidade relacionada às mudanças políticas. Associada a tudo isso, ainda surgiu uma pandemia que, entre outras consequências, gerou medo e sentimento de impotência, impôs o distanciamento social e o trabalho remoto.
Todos esses fatores, disse Rose Helen, contribuem para aumentar o estresse nos servidores. “E o estresse impacta negativamente nas relações interpessoais, gerando conflitos”, completou.
Comunicação
Mas, segundo a psicóloga, os conflitos no ambiente de trabalho são saudáveis. “Se não tem conflito é sinal de estagnação. A maneira que lidamos com os conflitos é que podem gerar problemas. Quando a gestão de conflitos é conduzida corretamente, pode impulsionar alterações relevantes quanto à ética e à responsabilidade profissional”, assegurou.
Rose Helen disse que é preciso sair da cultura do litígio e caminhar para a cultura da paz. Para isso é preciso sair das percepções, das reações e das ações destrutivas, buscando percepções, reações e ações construtivas. Entre os vários exemplos que citou destaca-se a busca de soluções para os problemas (em vez de culpados), a análise das intenções (em vez do fato em si) e o compartilhamento de poder (em vez da centralização).
De acordo com ela, uma questão chave é a comunicação. Rose Helen assegura que muitas vezes o conflito nasce da comunicação violenta, que não é somente quando se utiliza palavrão, ironia ou sarcasmo. “A comunicação violenta pode ser sutil, mas sempre deixa as pessoas inseguras, pisando em ovos. E assim elas podem se afastar”, completou.
Rose Helen disse que o objetivo da gestão de conflitos é fazer as pessoas restabelecerem a comunicação; é construir pontes para o diálogo. Para isso, afirmou, é preciso trabalhar para que a comunicação não seja violenta, observando os quatro pilares da comunicação não-violenta: observação, sentimento, necessidade e pedido.
A psicóloga disse que os conflitos surge por excesso de julgamentos e que devemos buscar sair do julgamento (a partir de percepções pessoais) e ir para a observação (a partir de evidências). “Esse é um esforço de empatia”, disse.
Abertura
O V Workshop Moralidade e Conduta Ética foi aberto, antes da palestra da psicóloga Rose Helen, pelo presidente da Comissão de Ética do IFG, Ewerton Grassi. Ele afirmou que a Comissão busca realizar um trabalho educativo e que a gestão de conflitos é uma de suas linhas de atuação.
A abertura contou com a participação do reitor do IFG, professor Jerônimo Rodrigues da Silva, da diretora-executiva, professora Adriana dos Reis Ferreira, e de todos os integrantes da Comissão de Ética. O reitor e a diretora executiva ressaltaram a importância do trabalho da Comissão para o IFG.
Assista ao vídeo do workshop: https://www.youtube.com/watch?v=3mYoRauQ03c
Diretoria de Comunicação Social/Reitoria.
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