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Cinema

Tudo vai bem quando o assunto é cinema

Publicado: Quinta, 10 de Outubro de 2019, 09h40 | Última atualização em Quinta, 10 de Outubro de 2019, 09h40

Cine Teatro São Joaquim recebe mostra de cinema gratuita com retrato da crise política e econômica brasileira a partir de obras-primas do cinema nacional.

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Tudo vai bem num Brasil conturbado em meio a crises políticas e econômicas. Afinal de contas, para os brasileiros, crise parece mais regra do que exceção. Por isso, a mostra de cinema Tudo Vai Bem: O Brasil e o Cinema Brasileiro dos Anos 1970 e 1980 é uma excelente oportunidade para o público vilaboense assistir em tela grande como alguns dos mais importantes cineastas brasileiros da história lidaram com questões sociais, políticas, econômicas, culturais e artísticas em dois momentos conturbados do país: os “Anos de Chumbo” e o período do “Milagre Econômico”, na década de 1970, e a “Década Perdida”, nos anos 1980, quando a ditadura civil-militar brasileira entregou aos civis um país atolado em crise política e econômica, escândalos de corrupção e um saldo horrível de presos, torturados, assinados e desaparecidos políticos. Mas o que mudou desses anos para cá? O que significa, em tempos atuais, políticos desejarem e prometerem um Brasil como o de 40 ou 50 anos atrás?

A mostra de cinema Tudo Vai Bem: O Brasil e o Cinema Brasileiro dos Anos 1970 e 1980 é uma realização do curso de Cinema e Audiovisual do Instituto Federal de Goiás (IFG) – Campus Cidade de Goiás, com apoio do Núcleo de Produção Digital – Cidade de Goiás (NPD-GOIÁS). O evento será realizado entre os dias 21 e 27 de outubro de 2019, no Cine Teatro São Joaquim, com sessões gratuitas exibindo alguns dos melhores e mais importantes filmes da história do cinema brasileiro. São sete obras cinematográficas com uma sessão diária a partir de segunda-feira, dia 21, fechando com Glauber Rocha no domingo, dia 27. As sessões serão às 20h de segunda à sexta-feira e às 19h no sábado e domingo. A classificação indicativa da mostra é de 16 anos de idade. Para conferir a programação completa, acesse as redes sociais do IFG – Campus Cidade de Goiás e do Cine Teatro São Joaquim, da Secretaria de Cultura do Governo de Goiás (ou veja abaixo).

Na mostra de cinema Tudo Vai Bem: O Brasil e o Cinema Brasileiro dos Anos 1970 e 1980, o público tem a oportunidade de conferir obras-primas do cinema brasileiro, como Iracema, uma Transa Amazônica, de Jorge Bodansky e Orlando Senna, filme que apaga os limites entre ficção e documentário; Tudo Bem, de Arnaldo Jabor, com seu retrato divertido e ácido da classe média brasileira; Bye Bye, Brasil, de Cacá Diegues, com os percalços de artistas mambembes em meio a disseminação da televisão no país; Eles Não Usam Black-Tie, de Leon Hirszman, um clássico sobre o movimento operário do ABC Paulista a partir da ótica de uma família; A Hora da Estrela, de Suzana Amaral, em maravilhosa adaptação de Clarice Lispector, um dos mais importantes nomes da literatura brasileira e mundial; Filme Demência, uma declaração de amor ao cinema por Carlos Reichenbach; e, finalmente, A Idade da Terra, o último filme de Glauber Rocha, um dos grandes nomes do cinema brasileiro, que morreu precocemente, mas deixou este “filme-testamento”.

 

Texto produzido pela equipe organizadora do evento

 

SERVIÇO:

Evento (Mostra de Cinema): Tudo Vai Bem: O Brasil e o Cinema Brasileiro dos Anos 1970 e 1980.

Local: Cine Teatro São Joaquim (Cidade de Goiás – GO).

Data: 21 a 27 de outubro de 2019.

Horário: 20h de segunda à sexta; 19h sábado e domingo.

Ingresso: GRATUITO.

Classificação Indicativa: 16 anos.

 

PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

SEGUNDA-FEIRA (21/10).

20h – Iracema, uma Transa Amazônica (Jorge Bodansky e Orlando Senna, 1975, 90’).

Tudo vai bem para os brasileiros que vivem a euforia do projeto desenvolvimentista da ditadura civil-militar (1964-1985). A Rodovia Transamazônica é o símbolo do Milagre Econômico do governo do presidente Emílio Garrastazu Médici, que trouxe progresso para muitos brasileiros.

 

TERÇA-FEIRA (22/10).

20h – Tudo Bem (Arnaldo Jabor, 1978, 110’).

Tudo vai bem para uma típica família de classe média brasileira, nos anos 1970, que decide aproveitar o bom momento econômico do país e sua boa condição financeira para fazer uma obra de reforma no apartamento em que vivem há tantos anos.

 

QUARTA-FEIRA (23/10).

20h – Bye Bye, Brasil (Cacá Diegues, 1979, 110’).

Tudo vai bem para a Caravana Rolidei, um grupo de artistas mambembes que viaja o Brasil em espetáculos circenses. A euforia do desenvolvimentismo da ditadura civil-militar (1964-1985) promove a integração nacional com projetos econômicos para a Amazônia e com a disseminação de televisores pelas residências brasileiras.

 

QUINTA-FEIRA (24/10).

20h – Eles Não Usam Black-Tie (Leon Hirszman, 1981, 123’).

Tudo vai bem para uma família de operários em São Paulo, na região do “ABC Paulista”, no início dos anos 1980, período final da ditadura civil-militar (1964-1985). Questões políticas, socioeconômicas e culturais se cruzam aos dramas familiares de Romana, Otávio, Tião e outros familiares, amigos e vizinhos.

 

SEXTA-FEIRA (25/10).

20h – A Hora da Estrela (Suzana Amaral, 1985, 96’).

Tudo vai bem para Macabéa, datilógrafa, virgem e que gosta de Coca-Cola. Adaptação de clássico homônimo de um dos grandes nomes da literatura brasileira (Clarice Lispector), o filme narra a vida de uma moça que migra do Nordeste brasileiro para a cidade de São Paulo em busca de uma vida melhor.

 

SÁBADO (26/10).

19h – Filme Demência (Carlos Reichenbach, 1986, 90’).

Tudo vai bem para Fausto, um jovem herdeiro e industrial paulista que vive as glórias da redemocratização e do Plano Cruzado, em meados da década de 1980. Anagrama para “filme de cinema”, Filme demência é uma das obras-primas de Carlão (para os íntimos).

 

DOMINGO (27/10).

19h – A Idade da Terra (Glauber Rocha, 1980, 134’).

Tudo vai bem para Glauber Rocha, que volta para o Brasil depois de um longo período de exílio e encontra um país clamando pelo fim da ditadura civil-militar (1964-1985). Último filme de um dos maiores nomes do cinema brasileiro, A idade da Terra é seu filme-testamento – ou filme-cadáver, pois aqui, mais do que nunca, Glauber é a controvérsia em pessoa (ou cinema, praticamente um sinônimo).

 

FICHA TÉCNICA:

Realização: Instituto Federal de Goiás (IFG) – Campus Cidade de Goiás.

Coordenação: Adérito Schneider (IFG).

Curadoria: Adérito Schneider (IFG).

Produção: Adérito Schneider (IFG), Isa Agla (IFG) e Natalia Azevedo (IFG).

Design Gráfico: Elder Patrick (IFG).

Apoio: Núcleo de Produção Digital – Cidade de Goiás (NPD-Goiás) e Cine Teatro São Joaquim (Secretaria da Cultura de Goiás – Secult).

 

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