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Luta das Mulheres

“É interessante pensar na violência contra a mulher como uma epidemia”, analisou professora em palestra

Publicado: Segunda, 09 de Março de 2020, 18h38 | Última atualização em Sexta, 20 de Março de 2020, 10h23

Janaina e as demais professoras trataram de tipificação, causas e números da violência contra a mulher.

Professora Janaina Fernandes aborda leis e tipificação da violência
Professora Janaina Fernandes aborda leis e tipificação da violência

A comissão organizadora do Mês das Mulheres está promovendo debates, oficinas, performances e outras atividades em virtude do Dia Internacional da Mulher durante este mês. A abertura que marcou a data foi realizada na manhã de sexta-feira, 6, no Teatro Guaiá do Câmpus Formosa do Instituto Federal de Goiás (IFG), com um diálogo franco entre mulheres do câmpus, alunos e servidores. À noite, outra palestra abordou as vivências da mulher surda.

Durante a manhã, as professoras Daniele Gonçalves, Rejane Costa e Janaina Fernandes tomaram a palavra e apresentaram dados estatísticos, tipos e causas de violência, relatos e outras informações que comprovam por que a data deve ser lembrada. De acordo com levantamento realizado pela professora Janaina, mais de um milhão de mulheres são vítimas de violência doméstica no Brasil e destas, 340 mil por dia sofrem agressão.

Mas o perigo não vem de tão longe quanto se imagina. 67% dos casos são agressões praticadas por pessoas ligadas afetivamente às vítimas. “O objetivo é pensar nas violências cotidianas que são proferidas por colegas, amigos, familiares, muitas vezes involuntariamente”, afirma a professora Janaina.

“É uma epidemia no sentido de saúde pública porque traz questões relacionadas à saúde pública que são graves”, afirmou Janaina.

O assédio, uma forma de violência contra a mulher, esteve entre os testemunhos e comentários realizados por pessoas presentes.  Alunas da plateia, menores de idade  relataram terem sido assediadas pelo mesmo professor na escola em que estudavam e que ele foi afastado do trabalho após muito tempo. Muitas vezes, as mulheres não percebem tais atos como agressões. “Essa percepção acaba sendo retroativa. A gente começa a perceber o quanto determinadas atitudes são violentas, quando a gente olha para elas, lá atrás”, disse Janaina.

Daniele Gonçalves analisou as ações de um serial killer contra as mulheres e disse ser de costume das pessoas minimizar a um problema de “lesão no cerebelo” para justificar o crime. “Por que um serial killer tem a preferência de matar mulheres e crianças?”, questionou. “Talvez não devêssemos desprezar uma explicação social”, argumentou.

Palestrantes abordam violência contra a mulher

 

Finalizando o diálogo, a professora Rejane fez um relato particular sobre a violência obstétrica, que ocorre silenciosamente, e reivindicou o direito de a mulher escolher se deseja ter filhos, a quantidade, se prefere não ser mãe ou de poder realizar outras escolhas.

Os trabalhos da noite foram abertos pelas palavras da chefe de Departamento de Área Acadêmica, Karen Nascimento, ao declarar que “lugar de mulher é onde ela quiser”. As professoras da Língua Brasileira de Sinais (Libras), Edina Barros Nogueira e Eliane Barros Nogueira, convidadas palestrantes e surdas, abordaram o tema “Ser mulher, mãe, surda: compartilhando vivências”.    

A comissão de organização do Mês da Mulher continuará promovendo atividades durante todo o mês de março.

 

Setor de Comunicação Social/Câmpus Formosa

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