CPPIR, NEGRA/IFG e Cria Gueto Cria promovem ciclo de debates para uma educação antirracista
Abertura do evento contou com exibição de documentário e discussão sobre a importância dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros na implementação de políticas públicas de igualdade racial
As atividades do Ciclo de debates por uma educação antirracista – letramento racial e o protagonismo negro em Goiás iniciaram nesta terça-feira, 26 de novembro, no auditório Demartin Bizerra, no Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás. O evento foi aberto com debate seguido de exibição do documentário Mulheres que abrem caminhos, da cineasta Pollyanna Marques, que esteve presente e participou da discussão. O filme destaca histórias de vida de mulheres lésbicas participantes de religiões afro-brasileiras.
O Ciclo de debates por uma educação antirracista é uma ação da Comissão Permanente de Políticas da Igualdade Étnico-Racial do IFG (CPPIR), do coletivo NEGRA/IFG (Núcleo de Estudos em Gênero, Raça e Africanidades do IFG), em parceria com o Cria Gueto Cria (@criaguetocria), e será realizado até o dia 29 de novembro.
A diretora do documentário, Pollyanna Marques, conversou com os participantes sobre o projeto de elaboração e produção do filme
Ainda no primeiro dia de evento, o público, composto por estudantes e servidores do Câmpus Goiânia, teve a oportunidade de conhecer mais sobre o Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) e a importância dessas instâncias para a criação e implementação das políticas públicas ligadas à igualdade racial. O professor Neville Júlio Vilasboas e Santos, do Câmpus Anápolis, iniciou a atividade apresentando um histórico sobre os NEABs, que surgem em 1959 com a criação do Centro de Estudos Afro-Orientais na Universidade Federal da Bahia. Neville destacou a importância dos espaços das instituições federais de ensino superior para os NEABs.
De acordo com o docente, o fortalecimento dos NEABs veio entre as décadas de 1980 e 1990, quando a presença de pesquisadores negros tornou-se mais efetiva nas universidades federais e, com isso, levantando a discussão sobre a necessidade de reparação história com a comunidade negra. Com isso, houve uma maior pressão junto ao governo em relação à necessidade de implementação das políticas públicas ligadas às questões raciais. A militância do movimento negro e diversos coletivos também deram força para a luta por políticas que minimizassem a exclusão, marginalização e invisibilidade da população negra do país – um exemplo é a lei das cotas, que reserva vagas a candidatos pretos, pardos e indígenas em instituições federais de ensino.
Em seguida, as professoras Luciene Araújo de Almeida e Camila Leopoldina deram um panorama sobre o coletivo NEGRA/IFG cujas ações visam dar voz e visibilidade às questões étnico-raciais, com ações que reverberam também na comunidade externa ao congregar o eixo de extensão. “A extensão é o nosso carro-chefe. É quando o IFG abre as portas e recebe a comunidade para dialogar”, reforçou Luciene, que é coordenadora da CPPIR Local do Câmpus Goiânia e titular da Comissão Central do IFG. Para ela, o conhecimento e as ações desenvolvidas no âmbito da luta em prol da igualdade étnico-racial não devem ficar limitados aos muros da Instituição e precisam chegar à sociedade.
Além da produção científica e extensionista do NEGRA/IFG, a docente Camila Leopoldina enfatizou a importância dessa instância no combate às práticas racistas dentro do IFG. Ela explica que o Núcleo é sempre acionado pela gestão em casos de racismo promovidos dentro e pela Instituição. “Os casos estão aumentando porque as pessoas estão se fortalecendo”, esclarece Camila.
Outras discussões sobre a luta pela igualdade étnico-racial dentro e fora do IFG estarão em pauta até o dia 29 de novembro nas atividades do Ciclo de debates por uma educação antirracista – letramento racial e o protagonismo negro em Goiás. Confira toda a programação aqui.
Confira mais informações sobre a Comissão Permanente de Políticas de Igualdade Étnico-Racial (CPPIR).
Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia do IFG.
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