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O acesso à pesquisa e a formação humana do pesquisador foram debatidos no I Seminário do Câmpus

Publicado: Terça, 09 de Maio de 2017, 20h27 | Última atualização em Quinta, 13 de Fevereiro de 2020, 15h11

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Marcelo Medeiros e Ged Guimarães abordaram os caminhos da pesquisa e as perguntas a serem feitas para humanizar a pesquisa

Aconteceu na última sexta-feira e sábado, dias 05 e 06 de maio, o I Seminário de Iniciação Científica e Pesquisa do IFG Câmpus Goiânia Oeste. No primeiro dia do evento, o professor, doutor e pesquisador da área da saúde, Marcelo Medeiros debateu sobre o que é pesquisa, como se faz pesquisa no Brasil e a ampliação do acesso à pesquisa pelos alunos do Ensino Médio na rede federal. No sábado pela manhã, Ged Guimarães, abordou a importância da formação humana do pesquisador e das perguntas certas que o pesquisador deve fazer para humanizar a pesquisa.

Na abertura oficial do evento, a diretora-geral do câmpus, Oneida Cristina Gomes Barcelos Irigon, ressaltou a importância da pesquisa no tripé formativo do IFG de ensino, pesquisa e extensão e incentivou os discentes a não perderem o “olhar curioso” do pesquisador. O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação do IFG, Ruberley Rodrigues de Souza, prestigiou a abertura do I Seminário de Iniciação Científica e Pesquisa do IFG Câmpus Goiânia Oeste e aproveitou a oportunidade para convidar a comunidade acadêmica para participar do Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica (SICT) do IFG que ocorrerá em outubro no Câmpus Aparecida de Goiânia.

Nos dois dias de Seminário, as apresentações musicais abriram as atividades. Na sexta, a violinista Marcela Maia Resende emocionou os presentes. Marcela é formada pelo Conservatório da Escola de Artes Basileu França em Goiânia e foi violinista da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás entre 2008 e 2014. No sábado pela manhã, a cantora Beatriz Ferreira animou discentes e docentes com um repertório de conhecidas músicas do MPB e Rock nacional.

Alunos, professores e técnicos-administrativos apresentaram o resultado e os encaminhamentos de 30 diferentes pesquisas realizadas em sua maioria nas áreas da Saúde e Educação, principais eixos tecnológicos de atuação do câmpus. “A realização do Seminário de Iniciação Científica do câmpus trás a mostra todo escopo de temáticas que estão sendo pesquisadas e dá oportunidade aos alunos para desenvolverem o modo de apresentação que poderá ser utilizado posteriormente em outras dimensões da vida acadêmica”, explicou Martha Manrique, gerente de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão (GEPEX) do IFG Câmpus Goiânia Oeste, responsável pela organização do evento.

“O Seminário de Iniciação Científica e Pesquisa é relevante para o câmpus pois estimula o exercício de atividades científicas e contribui para a publicação e divulgação dos resultados das pesquisas desenvolvidas pelos servidores e alunos do IFG Câmpus Goiânia Oeste. Ele também possibilita a integração das atividades de pesquisa com as ações de ensino e extensão, o que promove cada vez mais o desenvolvimento da aprendizagem de todos os envolvidos neste processo. O evento foi muito rico. Agradeço aos alunos, professores e técnico-administrativos pela organização, desempenho, contribuições, sugestões e participação em todos os trabalhos apresentados”, destacou Oneida Cristina Gomes Barcelos Irigon, diretora-geral do câmpus.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação do IFG, Ruberley Rodrigues de Souza, também falou sobre a importância dos câmpus promoverem os Seminários Locais de Iniciação científica: “ O SICT, por ser um seminário de toda a instituição, acaba sendo mais restrito e voltado para os alunos que já estão nos programas de pesquisas, por isso o Seminário Local é importante para chegar aos discentes que ainda não se aproximaram da pesquisa. Ao participarem das palestras e ao assistirem os colegas apresentando os resultados das pesquisas, estes alunos irão perceber que também podem fazer pesquisa. O Seminário Local é também de extrema relevância para a formação dos alunos, eu tive a oportunidade de apresentar uma pesquisa apenas quando estava na metade do mestrado. Imagina esses pesquisadores que estão no ensino médio, na hora que eles chegarem a uma pós-graduação, eles não terão mais medo de falar em público porque isso fez parte da formação deles. Estes Seminários Locais têm estes dois focos, motivar aqueles que não estão envolvidos ainda na pesquisa e preparar os que já estão para apresentar, porque preparar a apresentação, levantar o que é importante da pesquisa para ser apresentado, ir lá na frente e ter segurança para falar sobre o que fez, isso é conhecimento adquirido que vai para a vida deles”.

“Apresentei dois trabalhos, o primeiro que realizamos no PIBIC-EM com a professora Eliene Lacerda e o segundo que realizamos em sala de aula com a professora Jullyana Borges. Confesso que fiquei um pouco nervosa em apresentar o trabalho, mas foi uma experiência única que eu vou levar para o resto da vida. É muito prazeroso você construir algo, pesquisar sobre isso e depois apresentar. Estou com muita expectativa para apresentar no SICT em outubro e quero me preparar mais ainda. Eu acho que a oportunidade que temos em pesquisar vai além da nossa formação acadêmica, é claro que conta para o nosso currículo, mas afeta a nossa formação humana, como pessoa mesmo. É uma experiência diferente. Tenho amigos fora do IFG, que estudam em escolas particulares e estudais que não sabem o que é um artigo científico, o que é fazer uma pesquisa científica, eles não tiveram acesso a isso. E é tão bom pesquisar, levantar dados, eu acredito que eu amadureci muito com esse aprendizado e gostei tanto que quero continuar a pesquisar na graduação”, contou Mayara Dourado Dias, aluna do terceiro ano do curso Técnico em Nutrição e Dietética.

Deuselene da Conceição, aluna do 7o período do curso superior de Licenciatura em Pedagogia, já apresentou pesquisas em outros eventos do IFG e contou como foi apresentar no câmpus pela primeira vez: “Foi a primeira vez que apresentei meu trabalho aqui no câmpus e foi uma experiência muito boa, poder mostrar a minha pesquisa para os meus colegas, meus pares, compartilhar com eles minha experiência. Pude também compartilhar minhas pesquisas com os alunos dos cursos técnicos, acho tão interessante eles terem essa experiência, acho muito importante eles verem que é possível serem pesquisadores, que eles podem se perceber como sujeitos na formação, não apenas como estudantes, mas como pesquisadores também. Uma sugestão que tenho para a próxima edição é que as pesquisas com temáticas relacionadas aconteçam em uma mesma sala e com horários distintos para podermos acompanhar os trabalhos de outros pesquisadores que atuam na mesma área de estudo que a nossa”.

 

Acesso à pesquisa

Na sexta-feira à noite, dia 05, o doutor e professor Marcelo Medeiros ministrou a palestra Ciência no Brasil: possibilidades e perspectivas. Marcelo é graduado em Enfermagem (1985), possui mestrado em Enfermagem Fundamental (1995) e Doutorado em Enfermagem (1999), todos pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP). É professor da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Goiás (FEN/UFG), e tem experiência no ensino de Graduação e Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Enfermagem e Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado) em Ciências da Saúde. Marcelo desenvolve pesquisas em Enfermagem com ênfase em Saúde Pública e na Saúde da Criança e do Adolescente em seus aspectos da vulnerabilidade e risco social.

“Na minha época de formação a pesquisa era algo distante e inacessível. A abertura dos espaços de acesso à pesquisa que tem acontecido há mais ou menos cinco anos é muito importante para expandir o alcance da pesquisa e para estimular alunos que não estão ainda na universidade a desenvolver coisas novas. É uma moçada cheia de boas ideias, que olha para o mundo com outros olhos, olhos menos viciados do que de um pesquisador que está lá na frente, que tem uma percepção diferente do mundo, por isso eu considero muito importante estimular a pesquisa no ensino médio. Como avaliador de trabalhos, eu vejo como está avançando a participação destes alunos nas pesquisas. Fico muito feliz em ver que aquele pedestal que tínhamos da pesquisa não existe mais, que hoje está todo mundo de pé no chão, conversando e discutindo a pesquisa e aprendendo novos horizontes. Eu acredito que este aluno que tem a experiência como pesquisador no nível médio chegará a graduação com uma percepção diferente, sem medo de fazer pesquisa, já se envolvendo com grupos de pesquisa”, afirmou o professor e doutor Marcelo Medeiros.

 

O lado humano da pesquisa

No sábado de manhã, dia 06, o pedagogo, doutor e professor da UFG e UEG, Ged Guimarães, debateu com os participantes do seminário sobre A pesquisa como princípio educativo na formação humana. Ged Guimarães, possui graduação em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (1987), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Goiás (1993), doutorado em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (2004), e pós-doutorado pela Universidade do Minho, Braga, Portugal (2013).

“Acredito que uma das questões fundamentais das Universidades, Institutos e escolas é criar condições para que o aluno possa interrogar, refletir sobre a realidade que a gente vive e não apenas operá-la, ou seja, tornarem-se pessoas que irão apenas executar tarefas que estão postas pela sociedade, serão profissionais disso ou aquilo, executores das demandas que a sociedade requer. As instituições educativas devem ir além, devem ensinar a interrogar, o aluno tem que aprender a escutar, a refletir. A partir do momento que se escuta, se lê com atenção e cuidado, você passa a ter o que dizer, não apenas como querem que você diga, mas passa a pensar com autonomia, agir porque deliberadamente decidiu agir e não porque isso foi imposto ou conduzido pela mídia ou pela sociedade. Quando você não é capaz de construir o seu próprio conceito, você tende a agir porque o outro disse para você agir. As instituições educativas têm essa tarefa fundamental que é ensinar a pensar”, analisou Ged Guimarães.

Para Ged, a formação humana que leva o aluno a pensar, a interrogar a sociedade em que se vive é o que permite que o pesquisador faça uma pesquisa humanizada: “Ele pode ser um pesquisador independente destas questões, mas durante este processo ele tende a perder a universalidade daquilo que faz, então passa a fazer sem ter a preocupação do porque ele faz. As instituições de ensino precisam por essas questões para ele, a questão humana na pesquisa, porque senão ele pode se tornar um grande especialista, porém, sua pesquisa pode ser negativa para a sociedade, como a do cientista que criou a bomba atômica. Essas questões devem ir além do para que, ele deve pensar o que se pesquisa, como esta pesquisa se apresenta e por que ela se apresenta desta forma, ou seja, pensar o sentido humano da pesquisa”.

 

Certificados

Os certificados de horas como ouvintes serão emitidos exclusivamente pelo site de gestão de eventos, não serão entregues certificados de forma presencial. De acordo com a GEPEX, até o final do mês de maio estará liberado o certificado online para os participantes do evento baixarem do site de gestão em que fizeram a inscrição.

 

Comunicação Social/Câmpus Goiânia Oeste

 

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