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Goiânia, 16 de fevereiro de 2018

Publicado: Sexta, 16 de Fevereiro de 2018, 11h51 | Última atualização em Sexta, 16 de Fevereiro de 2018, 11h59

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Mais Alfabetização tem prazo prorrogado até 22 de fevereiro

Prazo para pré-aprovados em primeira chamada comprovarem informações vai até dia 23

Curso seleciona professores de biologia da rede pública

UOL EDUCAÇÃO

Edital do FIES 2018/1 já pode ser consultado

Concurso de redação levará dois brasileiros à China

MPF quer que STF julgue inconstitucionais projetos de Escola Sem Partido

CORREIO BRAZILIENSE

Novela judicial na Escs garante matrícula de 10 pessoas em medicina

Inscrições abertas para Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica

Nova Zelândia oferece bolsas de pós-graduação

GLOBO.COM

Brasileiro diretor de escola em Rio Preto (SP) está entre 10 finalistas do 'Global Teacher Prize'

A misteriosa e exclusiva escola criada por Elon Musk para educar seus filhos

Pesquisadora da Unesp descobre asteroide de 2 km de diâmetro na órbita de Júpiter

A americana que fez doutorado em Cambridge sem nunca ter ido à escola

FOLHA.COM

MEC não fiscaliza bolsas de estudo que dão isenção fiscal, diz auditoria

Não somos computadores   

 

N O T Í C I A S DA E D U C A Ç Ã O

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO BÁSICA

Mais Alfabetização tem prazo prorrogado até 22 de fevereiro

O Ministério da Educação prorrogou para o próximo dia 22, quinta-feira, o prazo para estados e municípios aderirem ao Programa Mais Alfabetização. A adesão deve ser feita por meio do Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle (Simec). As escolas terão prazo até 23 de fevereiro para fazer sua adesão.  

A expectativa é atender a 4,2 milhões de alunos em aproximadamente 200 mil turmas espalhadas pelo Brasil. O programa foi criado pelo MEC com o objetivo de apoiar escolas no processo de alfabetização dos estudantes de todas as turmas do primeiro e do segundo anos do ensino fundamental. Para isso, serão investidos R$ 200 milhões para o pagamento de um assistente pedagógico para auxiliar os professores em sala de aula.

O repasse será feito por meio do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) e os auxiliares receberão R$ 150 por mês para cada turma em que atuarem, podendo acumular até oito turmas. Não há vínculo empregatício. Os candidatos a assistente devem, obrigatoriamente, passar por um processo de seleção elaborado pelos municípios.

O Mais Alfabetização faz parte da Política Nacional de Alfabetização, lançada pelo MEC em 2017 para combater a estagnação dos baixos índices registrados pela Avaliação Nacional de Alfabetização. O conjunto de iniciativas terá investimento total de R$ 523 milhões.

Assessoria de Comunicação Social

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PROUNI

Prazo para pré-aprovados em primeira chamada comprovarem informações vai até dia 23 

O prazo para comprovação das informações dos candidatos pré-aprovados na primeira chamada do Programa Universidade para Todos (ProUni) começou nesta quinta-feira, 15, e termina no próximo dia 23. O procedimento deve ser feito na universidade onde o candidato vai estudar, e é requisito para garantir a vaga.

“Essas informações que devem ser comprovadas dizem respeito ao cadastro e renda, tanto do candidato quanto do seu grupo familiar, e comprovação de residência, entre outros. Além disso, a instituição também poderá solicitar informações complementares. É preciso que o candidato fique bastante atento e se informe junto ao site da instituição para a qual ele está pretendendo uma vaga”, orienta o diretor de políticas e programas de educação superior do MEC, Vicente Almeida.

O ProUni oferece bolsas de estudo integrais e parciais (50%) em cursos de graduação de instituições privadas de educação superior. Nesta edição, foram ofertadas aproximadamente 243 mil bolsas. Dessas, 113.863 são integrais e 129.124, parciais. As integrais foram destinadas aos estudantes com renda per capita de até 1,5 salários mínimos. Já as bolsas parciais contemplaram os candidatos que têm renda familiar per capita de até três salários mínimos.

Poderão concorrer à primeira opção de curso aqueles que não foram pré-selecionados nas chamadas regulares ou foram pré-selecionados só na segunda opção de curso, mas não houve formação de turma.

Podem concorrer às bolsas do ProUni brasileiros sem diploma de curso superior e que tenham participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2017, tenham obtido nota superior a 450 pontos e não tenham zerado a prova.

É necessário, ainda, que o candidato atenda a pelo menos um dos requisitos a seguir: ter cursado o ensino médio completo em escola pública, ou em instituição privada como bolsista integral, possuir alguma deficiência, ser professor da rede pública ou estar enquadrado no perfil de renda exigido pelo programa.

O processo seletivo é composto por duas chamadas sucessivas. A segunda chamada está prevista para ser divulgada em 2 de março. No mesmo dia tem início a comprovação de informações da segunda chamada. O prazo se encerra em 9 de março. Em caso de não aprovação, o prazo para manifestar interesse na lista de espera é de 16 a 19 de março.

Assessoria de Comunicação Social

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MESTRADO PROFISSIONAL

Curso seleciona professores de biologia da rede pública

A coordenação do Mestrado Profissional em Ensino de Biologia em Rede Nacional (ProfBio) publicou o novo edital de seleção 2018. O curso é semipresencial, com oferta simultânea nacional, e tem como objetivo a qualificação profissional de professores das redes públicas de ensino em efetivo exercício da docência de biologia. As inscrições vão de 13 de março a 23 de abril.

O ProfBio pauta-se na lógica da construção e consolidação dos conhecimentos biológicos por meio da aplicação do método científico e de utilização de tecnologias da informação e comunicação (TICs). O conhecimento construído é pensado para transposição didática imediata para a sala de aula, de maneira que o mestrando possa trabalhar simultaneamente com seus alunos do ensino médio os conceitos-chave explorados em cada tópico de biologia.

A rede nacional do ProfBio congrega 18 instituições de ensino superior públicas, federais e estaduais, em 20 campi distintos, distribuídos por todo território nacional, contemplando 14 estados da federação, além do Distrito Federal. As instituições integrantes do ProfBio, ou instituições associadas, participam do Sistema Nacional de Pós-Graduação e do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).

A rede ProfBio está sob a coordenação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O curso foi aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), autarquia do Ministério da Educação, em dezembro de 2016, obtendo a nota 4, de um máximo de 5, atribuída a programas de mestrado.

Rede – O ProfBio é parte do Programa de Mestrado Profissional para Qualificação de Professores da Educação Básica (Proeb). Gerido pela Diretoria de Educação a Distância da Capes, o Proeb reúne cursos de mestrado profissional em rede nacional, nos formatos presencial ou semipresencial, voltados a professores da educação básica.

O Proeb possui atualmente cursos nas áreas de matemática (Profmat); letras (Profletras); ensino de física – MNPEF (ProFis); artes (ProfArtes); história (ProfHistória); educação física (ProEF); química (ProfQui); filosofia (Prof-Filo); e biologia (ProfBio). Também são ofertados neste mesmo formato os cursos em administração pública (ProfiAP); em gestão e regulação de recursos hídricos (ProfÁgua); e em ensino de ciências ambientais (ProfCiamb).

UAB – Criada em 2005, a Universidade Aberta do Brasil (UAB) é uma rede formada por instituições públicas que oferece cursos de nível superior por meio de educação a distância. A prioridade da UAB é ofertar formação para pessoal atuante na educação básica – professores, gestores e colaboradores –, mas existem ofertas de formação para o público em geral. O Sistema UAB é coordenado pela Diretoria de Educação a Distância (DED) da Capes.

Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes

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UOL EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO SUPERIOR

Edital do FIES 2018/1 já pode ser consultado

O Ministério da Educação (MEC) publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira, dia 16 de fevereiro, o Edital do Fundo de Financiamento Estudantil (FIES) para o primeiro semestre de 2018. Todo o processo de inscrição será feito pela internet entre os dias 19 e 28 de fevereiro de 2018.

A expectativa do governo é oferecer 310 mil novas vagas, sendo 100 mil delas a juros zero, de acordo com a faixa em que o estudante se enquadrar. Podem se inscrever estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em edições a partir de 2010, com média acima de 450 pontos e sem ter zerado a redação.

Segundo o Edital, estudantes com renda familiar de até cinco salários-mínimos por mês podem se inscrever na FIES. No entanto, aqueles com rendimentos mensais de três até cinco salários somente poderão se inscrever na modalidade chamada de P-FIES.

Para efetivar a inscrição, o candidato deverá informar os dados pessoais e do grupo familiar. Além disso, será necessário definir o grupo de preferência, que levará em consideração os seguintes itens: estado; município; nomenclatura do curso; conceito pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes); e área e subárea do conhecimento.

O estudante deverá indicar até três opções de cursos, em ordem de prioridade e poderá alterar essas opções quantas vezes achar necessário até o fim do prazo de inscrições. Para fins de classificação será considerada a última alteração feita.

O resultado deve ser publicado no dia 5 de março, em chamada única. No caso dos estudantes inscritos pelo P-FIES a relação de selecionados deve ser publicada no dia 12 seguinte. Com exceção do P-FIES, os candidatos não convocados poderão manifestar interesse por lista de espera entre os dias 6 e 30 de março.

Os selecionados deverão acessar o SisFies para concluir a inscrição e validar seus dados na Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA) em até dez dias. Além disso, será necessário comparecer a um agente financeiro do FIES em até 20 dias com a documentação exigida e formalizar a contratação do financiamento.

Novo FIES

No final de 2017, o governo anunciou algumas mudanças no FIES, entre elas a criação três faixas de financiamento, beneficiando grupos diferentes. Veja os detalhes de cada uma:

FIES 1 - Fundo Garantidor

- 100 mil vagas para todo o Brasil;

- Fonte de recurso: Tesouro Nacional;

- Juros zero com correção da inflação;

- Prestações de, no máximo, 10% da renda familiar;

- Renda familiar mensal de até três salários mínimos por pessoa.

FIES 2 - Regional

- 150 mil vagas para Centro-Oeste, Nordeste e Norte;

- Fonte de recurso: Fundos Constitucionais do Centro-Oeste, Nordeste e Norte;

-Taxa de juros varia de acordo com a instituição financeira onde foi fechado o financiamento;

- Renda familiar mensal de até cinco salários mínimos por pessoa.

FIES 3 - Desenvolvimento

- 60 mil vagas, com possibilidade de aumento para 80 mil;

- Fonte de recurso: BNDES e fundos de desenvolvimento regionais do Centro-Oeste, Nordeste e Norte;

- Taxa de juros varia de acordo com a instituição financeira onde foi fechado o financiamento;

- Renda familiar mensal de até cinco salários mínimos por pessoa.

Outra mudança adotada no programa foi o estabelecimento de critérios para a manutenção do subsídio. Veja os detalhes.

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CONCURSO

Concurso de redação levará dois brasileiros à China

O concurso de redação “Eu e a China”, realizado pela Embaixada da China no Brasil em parceria com o Grupo de Publicações Internacionais da China, está com inscrições abertas até o dia 31 de julho para comemorar o 40º aniversário da reabertura do país e a sua reforma política. Os autores das duas redações vencedoras ganharão uma viagem à China.

A redação

Os interessados devem escrever um ensaio de até 8 mil palavras sobre a sua “relação individual e familiar com a China após a aplicação da política de reforma e abertura e o seu crescimento pessoal em paralelo com o progresso do país”, segundo a Agência Brasil. O título fica à escolha do autor.

A redação deve ser original e, a melhor parte, escrita em português. Cada participante tem permissão para enviar apenas um ensaio. Atenção: em caso de plágio, o inscrito assume total responsabilidade legal.

A Embaixada incentiva a participação de todos os integrantes da sociedade brasileira, desde estudantes universitários até parlamentares, servidores públicos e empresários.

A inscrição

O ensaio deve ser enviado em formato Word para o email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e não pode conter vídeos, áudios, imagens ou qualquer outro elemento. Juntamente com o anexo, o participante precisa informar os seguintes dados pessoais:

    Nome completo;

    Gênero;

    Data de nascimento;

    Local de trabalho e cargo;

    Número de telefone fixo;

    Número de aparelho celular;

    Email.

Uma vez enviada, o inscrito receberá uma resposta automática confirmando a participação.  

Prêmios

O resultado será anunciado em setembro de 2018.

No total, serão 14 redações selecionadas em quatro categorias:

- As duas vencedoras serão premiadas com o “Prêmio Especial”: uma viagem à China;

- Os autores das outras 12 redações escolhidas serão divididos em três grupos e ganharão produtos eletrônicos diferentes, dependendo da categoria.

O objetivo do concurso “Eu e a China”, segundo a embaixada do país, é fomentar a amizade entre a China e o Brasil e promover o intercâmbio humanístico.

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PROJETO

MPF quer que STF julgue inconstitucionais projetos de Escola Sem Partido

A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), do Ministério Público Federal (MPF), quer que o Supremo Tribunal Federal (STF) suspenda e julgue a inconstitucionalidade de duas leis municipais, aprovadas em Criciúma (SC) e Ocauçu (SP), que tratam do ensino de questões de gênero e da escola sem partido. Para a procuradoria, as regras violam garantias fundamentais do direito à educação.

Em Criciúma, no Sul de Santa Catarina, a lei nº 7.159 aprovada em dezembro do ano passado e sancionada em 2 de janeiro de 2018 diz que "o poder público não se imiscuirá no processo de amadurecimento sexual dos alunos nem permitirá..qualquer forma de dogmatismo ou proselitismo na abordagem de gênero". O texto também proíbe professores de manifestarem opinião política ou estimular a participação dos estudantes em protestos, entre outras regras.

Já a lei 1.725/2017, aprovada em novembro pela Câmara de Ocauçu, proibiu a distribuição, apresentação ou indicação de qualquer material, como livros e filmes, "contendo manifestação subliminar da igualdade (ideologia) de gênero nos locais Públicos, Privados de Acesso ao Público e Entidades de Ensino". Entre os temas vetados, a norma cita explicitamente "igualdade ou desigualdade de gênero".

Em seu pedido, o procurador regional do MPF em Santa Catarina, Fábio de Oliveira, diz que crianças não podem servir "como mero objeto de uma disputa política e ideológica", afirmando ainda que ser inadmissível que "o discurso de defesa dos estudantes seja utilizado de forma dissimulada".

Para a Procuradoria Regional dos Direitos do Ministério Público Federal (MPF), "o propósito da lei impugnada de cercear a discussão, no ambiente escolar, de certos assuntos, contraria os princípios conformadores da educação brasileira, dentre os quais, as liberdades constitucionais de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; o pluralismo de ideias e de concepções religiosas e de concepções pedagógicas; e a gestão democrática do ensino público".

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CORREIO BRAZILIENSE

MEDICINA

Novela judicial na Escs garante matrícula de 10 pessoas em medicina

Apesar de o resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) já ter sido publicado, a disputa por vagas na Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs) ainda não acabou. Numa reviravolta judicial, pelo menos 10 candidatos conseguiram liminares garantindo matrícula na instituição, mesmo sem figurarem na lista de aprovados. A novela jurídica começou durante o prazo de inscrições para o Sisu, entre 23 e 26 de janeiro, quando a Escs decidiu bonificar em 10% a nota obtida no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) por pessoas que tenham cursado o ensino fundamental e o ensino médio integralmente no Distrito Federal e concorreriam a oportunidades de ampla concorrência. Um estudante conseguiu um mandado de segurança para suspender a bonificação, mas a Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências da Saúde (Fepecs), que administra a Escs, entrou com recurso e um desembargador derrubou a liminar. Assim, a instituição ficou livre para definir critérios próprios de pontuação. Apesar disso, por fim, a faculdade resolveu não aplicar a bonificação nesta edição do Sisu.

Em 29 de janeiro, as listas dos aprovados em medicina e em enfermagem foram publicadas de acordo unicamente com as notas obtidas pelos concorrentes com o Enem. Durante o período de matrícula, pessoas que acreditam que foram prejudicadas pela retirada da bonificação de 10% por terem estudado em Brasília passaram a entrar na Justiça e, até o momento, pelo menos 10 conseguiram autorização judicial para ingressar na escola. As liminares foram concedidas em primeira instância ou após recorrer pelos juízes Daniel Eduardo Branco Carnacchioli e Carmen Nicea Bittencourt e pelos desembargadores Fábio Eduardo Marques e Eustaquio de Castro. Outros pedidos fora do prazo de matrícula surgiram, mas não foram impetrados. No caso de medicina, a Escs ofereceu 48 vagas em ampla concorrência pelo Sisu e, durante o prazo de matrícula, 43 foram ocupadas. As cinco vagas restantes serão destinadas à segunda chamada, que será publicada na próxima terça-feira (20).

Em princípio, candidatos temeram que a faculdade destinasse as chances remanescentes a quem tivesse conseguido liminar na Justiça, em vez de deixá-las para os próximos na lista de espera. No entanto, a instituição garantiu que as cinco vagas não preenchidas na primeira chamada ficarão com os melhores colocados sem a bonificação. “A Escs está seguindo estritamente a lista de classificação divulgada pelo Sisu, conforme inscrições realizadas sem qualquer bonificação para nenhum candidato em cumprimento a uma ordem judicial”, afirmou por e-mail. A Escs ponderou, no entanto, que “está cumprindo as decisões judiciais, em caráter liminar”. A unidade não informou quantas pessoas conseguiram matrícula nessas condições. “Não tem como precisar o número porque algumas liminares já foram indeferidas. Será preciso aguardar os processos de julgamento de cada pedido”, explicou a assessoria de imprensa da instituição.

Polêmica

O grande problema nas matrículas conseguidas via liminar é que, dessa maneira, os candidatos não são submetidos a um parâmetro único: enquanto os aprovados pelo Sisu não tiveram direito a bonificação por terem estudado estritamente no DF durante a educação básica, os que conquistaram o direito de se matricular depois de decisões judiciais tiveram esse benefício. Só que, em muitos casos, pessoas que tiveram melhor pontuação (com ou sem os 10% a mais na nota) ficam de fora, enquanto outras que estão mais para o fim da fila, mas judicializaram a questão, entram para a faculdade.

Júlia Visconti, 24 anos, passou na Escs pelo Sisu em ampla concorrência e ficou em quarto lugar na lista de aprovados. Para ela, as matrículas “judiciais” são negativas. “Ter 10 pessoas a mais na turma atrapalharia o andamento, pois, na Escs, os estudos são em grupos e seria preciso ter grupos muito grandes”, critica. “Mas não é só isso. Acho extremamente injustas essas decisões: estão alegando que a bonificação foi retirada no meio do processo de inscrições, o que não é verdade. Apenas foi possível visualizar como as notas ficariam com o bônus. Essas pessoas não podem achar que têm direito de se matricular. Não acho justo ver pessoas que tiraram notas maiores tendo de voltar para o cursinho enquanto gente com nota menor consegue passar por via judicial”, critica. “Estudei três anos para passar, sem bonificação nenhuma. São poucas vagas e muitos concorrentes. A pessoa está na posição 300 e tem direito?”, questiona.

A estudante se refere ao caso de uma candidata que ficou na 312ª posição com 718 pontos e, graças a liminar, ganhou autorização para se matricular, passando na frente de outras pessoas com melhor pontuação. Vinícius Lavorato, 23 anos, também aprovado pelo Sisu para medicina na primeira chamada, também acredita que as medidas são injustas. “Na Justiça, ela argumentou que, com os 10%, sua nota superaria a nota de corte (de 783) e conseguiu uma liminar para se matricular. Ocorre que, caso o bônus existisse para todos, a nota de corte seria evidentemente mais alta, já que muitos candidatos teriam direito ao bônus”, afirma Vinícius. Contatado pela reportagem, o escritório de advocacia que defendeu a candidata da 312ª posição não quis se manifestar.

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EDUCAÇÃO

Inscrições abertas para Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica

A 21ª edição da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OAB) e  a 12ª  Mostra Brasileira de Foguetes (Nobfog) estão com as inscrições abertas para as escolas públicas e particulares, urbanas ou rurais. As instituições de ensino que ainda não participam, podem se registrar na página www.oba.org.br. Não há uma exigência de número mínimo ou máximo de alunos, os  quais devem querer participar voluntariamente.  Realizada em fase única, a  OAB  ocorrerá em 18 de maio e é voltada para alunos do fundamental e médio.

A competição  da OBA será em formato de quatro níveis : os três primeiros são para alunos do fundamental e o quarto para os do ensino médio. Avaliação consiste em dez perguntas: sete de astronomia e três de astronáutica. A maior parte das questões serão de raciocínio lógico. As medalhas vão ser distribuídas de acordo com a pontuação obtida por cada nível. Os classificados poderão representar o Brasil nas olimpíadas Internacional de Astronomia e Astrofísica e Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2019. Ainda sim, poderão concorrer a vagas nas Jornadas Espaciais, que ocorrerm em São José dos Campos (SP), onde os participantes recebem material didático e assistem a palestras de especialistas.

Em 21 anos de existência, a OBA já superou a marca dos 8,5 milhões de participantes e distribui anualmente cerca de 40 mil medalhas. A edição de 2017 teve a participação de 665.131 estudantes de 7.291 escolas de todos os estados do Brasil e do Distrito Federal, além de duas do Japão.  

Os melhores classificados na OBA representam o país nas olimpíadas Internacional de Astronomia e Astrofísica e Latino-Americana de Astronomia e Astronáutica de 2019. E os participantes dessa edição ainda vão concorrer a vagas nas Jornadas Espaciais, que acontecem em São José dos Campos (SP), onde os participantes recebem material didático e assistem a palestras de especialistas.

 MOBFOG

 Organizada pela OBA, a 12ª Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog) também está com inscrições abertas. O evento avalia a capacidade dos estudantes de construir e lançar, o mais longe possível, foguetes feitos de garrafa pet, de tubo de papel ou de canudo de refrigerante.

 A Mobfog é voltada também para alunos dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e particulares de todas as regiões do país. Jovens que concluíram o ensino médio podem participar, desde que representando a instituição na qual se formaram, com a concordância da mesma. O evento acontece dentro da própria escola e tem quatro níveis. A novidade deste ano é que professores também poderão construir e lançar foguetes de papel, mas sem concorrer a prêmios.

 Os estudantes do ensino médio que conseguirem lançar seus foguetes acima de 100 metros serão convidados para a Jornada de Foguetes (no máximo uma equipe por escola), evento anual que reúne alunos de todo país na cidade de Barra do Piraí, no interior do Rio de Janeiro. Em 2017, a MOBFOG contou com 94.516 alunos. Para essa edição são esperados mais de 100.000 alunos.

 Os foguetes devem ser elaborados e lançados individualmente ou em equipe. Após o dia 18 de maio (data da prova da OBA), a escola deverá informar os nomes dos participantes e os alcances obtidos por seus foguetes. No final, todos, incluindo professores e diretores, recebem um certificado e os estudantes que alcançarem os melhores resultados receberão medalhas.

 Os alunos do nível 1 (do 1º ao 3º ano do ensino fundamental) lançam foguetes construídos com canudinhos de refrigerantes. Os do nível 2 (do 4º ao 5º ano do fundamental) elaboram foguetes com tubinhos de papel. Já os alunos do nível 3 (do 6º ao 9º ano) constroem foguetes com garrafas PET, mas usam somente água e ar comprimido para lançá-los.

 Os alunos do ensino médio também fazem foguetes de garrafa PET, mas com um elemento mais complexo, pois têm que usar combustível químico, ou seja, vinagre e bicarbonato de sódio. Durante o trabalho, os participantes aprendem, na prática, a famosa Lei da Física da Ação e Reação, de Isaac Newton. Além de desenvolverem os foguetes, os estudantes terão que construir a base de lançamento. Aos professores é oferecido, como opcional, um foguete de papel que atinge cerca de 150 metros de alcance horizontal.

No site da OBA, no tópico “Downloads”, encontram-se todos os detalhes para a construção dos projetos, além dos vídeos explicativos. Os resultados serão obtidos por meio das distâncias medidas ao longo da horizontal entre a base de lançamento e o local de chegada dos foguetes.

Organização

A OBA é coordenada por uma comissão formada por membros da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Agência Espacial Brasileira (AEB) e conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Universidade Paulista (UNIP), da AVIBRAS e da VISIONA.

Quem desejar organizar um EREA em sua região ou receber o Planetário Digital, basta entrar em contato com a secretaria (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.).

Para a escola participar da 21ª OBA e da 12ª MOBFOG, edição de 2018, é necessário preencher uma única ficha de cadastro. Para saber mais e acompanhar, veja as datas dos dois eventos no calendário.

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EDUCAÇÃO

Nova Zelândia oferece bolsas de pós-graduação

O programa New Zealand Development Scholarships (NZDS), promovido pelo Ministério de Assuntos Estrangeiros e Comércio da Nova Zelândia, oferece 14 bolsas integrais de pós-graduação para estudantes e profissionais de países da América Latina. As inscrições são on-line e estão abertas até 14 de março.

Podem se inscrever estudantes de até 39 anos, que cumpram os critérios de elegibilidade. Será dada preferência àqueles que inscreverem projetos de estudo relacionados as áreas de agricultura, energias renováveis e gerenciamento de risco de desastres naturais.

A NZDS oferece bolsas nos níveis de especialização (seis meses a um ano), mestrado (um a dois anos) e doutorado (três a quatro anos). A bolsa cobre os custos com o curso, a viagem de ida e volta, o seguro de viagem e de saúde e oferece um auxílio para custos mensais de vida e de moradia.

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GLOBO.COM

PRÊMIO

Brasileiro diretor de escola em Rio Preto (SP) está entre 10 finalistas do 'Global Teacher Prize'

Diego Mahfouz Faria Lima, diretor de escola de Rio Preto (SP), é um dos 10 finalistas do Global Teacher Prize, uma das mais importantes premiações de docentes do mundo e cujo vencedor será anunciado em março. O prêmio é uma realização da Varkey Foundation.

O diretor já conquistou um prêmio nacional de destaque: em 2015 ele foi vencedor da 18ª edição do Prêmio Educador Nota 10. O projeto do diretor foi o “Minha escola: reconstrução coletiva" que envolveu toda a comunidade a transformar o ambiente escolar. A unidade, que tinhas as piores notas nas avaliações, acabou virando uma referência. A taxa de evasão caiu, a comunidade participa de decisões da escola, e agora há até aulas gratuitas de música clássica.

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EDUCAÇÃO

A misteriosa e exclusiva escola criada por Elon Musk para educar seus filhos

Insatisfeito com a educação que seus filhos estavam recebendo, Elon Musk fez o que muitos outros pais fariam: tirou-os da escola em questão.

Mas o que o fundador e diretor da Tesla e da SpaceX fez em seguida está fora do alcance da maioria: ele criou a sua própria escola, a Ad Astra (em latim, "Para as estrelas").

Sem um site ou visitas abertas ao público em geral, a Ad Astra opera há três anos em Los Angeles, na Califórnia, Estados Unidos, rodeada por mistério e segredo.

"Criei uma pequena escola", disse o empresário em entrevista a uma televisão chinesa em 2015, meses após a abertura da Ad Astra.

A atípica empreitada foi uma forma de oferecer uma educação alternativa aos seus cinco filhos, que antes estudavam na renomada escola Mirman, para crianças superdotadas, também em Los Angeles.

Musk contratou um dos professores da Mirman para iniciar o projeto, que começou com um grupo muito pequeno de crianças.

A Ad Astra é oficialmente registrada como uma escola privada ativa aberta em 20 de julho de 2015, com cursos para crianças de 7 a 14 anos.

Em setembro de 2015, ela tinha 20 alunos; agora, aumentou para 40.

"Não se sabe exatamente quem são essas crianças", diz Christina Simon, autora do livro Beyond the Brochure: An Insider's Guide to Private Elementary Schools in Los Angeles ("Além do folheto: o guia de uma conhecedora das escolas primárias privadas de Los Angeles", em tradução livre).

"Foi dito, em algum momento, que a Ad Astra era destinada a filhos dos funcionários da SpaceX, mas não está claro para quais trabalhadores a oferta é feita, nem a quantos ou em que condições", diz Simon.

A Ad Astra fica perto da sede da SpaceX em Los Angeles.

Uma visita informal

Depois de várias tentativas da BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, de obter informações sobre a escola, a administração concordou em conduzir uma visita informal - da qual não podem ser expostos detalhes, mas que serviu para corroborar seu funcionamento e ajustar algumas percepções equivocadas sobre ela.

Para serem admitidos na escola, as crianças não precisam passar em qualquer teste de QI, como foi sugerido em reportagens na imprensa.

Estudantes em potencial visitam a escola e interagem com a equipe, que analisa se as crianças podem desfrutar desse tipo de educação alternativa.

Os estudantes que não são filhos de funcionários da SpaceX vão à Ad Astra por indicação de um conhecido.

Segundo a escola, em breve ela se tornará mais aberta. Os pais interessados podem preencher um formulário na internet e, a partir daí, o processo de admissão começará.

Claro, o número de lugares permanecerá limitado para manter o espírito inovador da escola.

Fascínio e interesse em Ad Astra

Simon recebe numerosos emails e perguntas de pais que desejam matricular seus filhos ali e não sabem por onde começar.

"Eles não se importam com o que é a escola, quantos professores ela tem ou como funciona, informações que você normalmente deseja saber antes de escolher a escola de seus filhos. Só que se trata de Elon Musk", conta.

"A filosofia da escola é experimental, não se baseia em um currículo. Musk decidiu que queria educar seus filhos e um pequeno grupo de crianças assim. É algo que ele desenvolveu, é uma ideia sua, e não uma escola tradicional", enfatiza Simon.

O próprio Musk explicou em 2015 quais são os dois princípios essenciais subjacentes à proposta: "A maior diferença em relação às outras escolas é que na Ad Astra não há cursos determinados pelo método tradicional", afirmou.

"Algumas pessoas adoram o inglês ou os (outros) idiomas, outras, a matemática, outras, a música... São habilidades diferentes. O mais sensato é que a educação se adapte às suas habilidades e aptidões", acrescentou o bilionário.

"Outro princípio é a importância de ensinar a resolver problemas, concentrando-se no problema e não nas ferramentas", continuou.

"Se você quer ensinar a alguém como um motor funciona, é melhor desmontá-lo e ir aprendendo para que servem essas ferramentas do que iniciar um curso completo de chaves de fenda."

Ética e moral

Musk não voltou a falar abertamente sobre a Ad Astra, onde muita importância é dada ao tema da ética e da moral.

Ainda é cedo para saber o impacto da formação na escola no futuro acadêmico de seus alunos.

Quando perguntada se matricularia seus próprios filhos na Ad Astra, Christina Simon diz que suas preocupações seriam principalmente duas.

"Digamos que Elon Musk decida que não quer mais morar em Los Angeles, que quer mudar do país e fechar a escola. Ele pode fazê-lo, mas o que os outros fariam?", questiona.

"E, em segundo lugar, o que acontece se o seu filho tiver um problema com um dos filhos de Musk? Em uma escola mais estabelecida, há todo um processo para resolver disputas, mas eu não sei o que aconteceria na Ad Astra", diz ela.

Musk se dá por satisfeito em saber que seus filhos gostam de ir à escola e até mesmo que as suas férias sejam suficientemente longas.

"Eu odiava ir à escola quando eu era pequeno, era uma tortura", confessou Musk, que sofreu bullying durante sua infância na África do Sul.

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ASTRONOMIA

Pesquisadora da Unesp descobre asteroide de 2 km de diâmetro na órbita de Júpiter

Uma pesquisadora da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro (SP), descobriu que um asteroide de cerca de dois quilômetros de diâmetro está na mesma órbita de Júpiter. Ambos estão em trajetórias contrárias.

O artigo da portuguesa Maria Helena Morais foi publicado na Nature, uma das principais revistas científicas do mundo, e vai ajudar no estudo de órbitas de outros asteroides, inclusive os que passam perto do nosso planeta.

Asteroide 2015 BZ509

A pesquisa durou quatro anos e contou com pesquisadores de vários países. Tanto o asteróide, batizado de 2015 BZ509, quanto o planeta Júpiter, levam 12 anos para dar uma volta ao redor do Sol. A cada seis anos eles se aproximam, mas não colidem.

Segundo Maria Helena, este tipo de órbita com movimento contrário pode existir em sincronia com outros planetas, no mesmo período da órbita em torno do sol.

‘’Isso é devido à gravidade do planeta, que consegue manter estas órbitas nestas posições que são posições de equilíbrio’’, disse a pesquisadora.

Para o astrofísico da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Gustavo Rojas, a publicação da pesquisa é importante para a área no país.

"A gente está passando por um momento difícil de apoio à ciência no país e, quando a gente tem esse reconhecimento lá fora, com certeza é um sinal de que é feita muita coisa boa aqui em termos de pesquisa, em particular na área de astronomia no Brasil", disse.

Outras órbitas

A descoberta deve ajudar nas pesquisas de outras órbitas de asteroides. ‘’É muito importante monitorar os objetos que se aproximam da Terra. Claro que sempre tem um risco de haver uma colisão. Isso vai acontecer um dia, já aconteceu no passado’’, contou Maria Helena.

"Por enquanto não há risco, não é para ficar preocupado, mas a gente tem que continuar de olho no céu para avistar esse tipo de asteróides que podem ser perigosos", completou Rojas.

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OPINIÃO

A americana que fez doutorado em Cambridge sem nunca ter ido à escola

A história de Tara Westover poderia ser um conto de outra época. Mas, diferente disso, é uma narrativa real que envolve uma vida familiar conturbada, preparativos para "o fim da civilização" e uma corrida pela educação que lhe rendeu o título de doutora aos 27 anos de idade, na Universidade de Cambridge - uma das mais prestigiadas do mundo -, sem ter tido qualquer educação formal na infância ou feito o ensino médio.

Tara cresceu em Idaho, nos Estados Unidos, em uma família de sobrevivencialistas - como são chamados grupos ou indivíduos que se preparam para emergências em caso de possíveis rupturas na ordem política e social. Sua família via escolas como parte de um exercício de lavagem cerebral do governo a ser evitado a todo o custo e o resultado é que ela cresceu sem nunca ter pisado em uma escola.

Seu pai, obsessivamente independente, estocava armas e suprimentos, pronto para o fim da civilização e para se proteger de qualquer tentativa do Estado de intervir em suas vidas. E essa lógica valia até mesmo em casos de emergência, como quando, por exemplo, a família se feriu em um acidente grave de carro, mas evitou hospitais por enxergar os médicos como agentes de um estado maligno.

Também era um modo de vida profundamente controlador.

A família fazia uma interpretação fundamentalista do Mormonismo - movimento religioso restauracionista iniciado no século 19 nos EUA - e estabelecia regras sobre aspectos da vida de Tara, como o que poderia vestir, seus hobbies e seus contatos com o mundo exterior.

"Achava que os outros fossem alienados"

Era uma vida dura, violenta e autossuficiente, como na série de TV americana "Little House on the Prairie" (pequena casa na pradaria).

Tara se lembra que, com medo de incursões de agentes federais, seu pai comprou armas poderosas o bastante para derrubar um helicóptero.

O estilo de vida que levavam significou, para ela, uma infância montando cavalos na montanha e trabalhando em uma sucata, mas não indo à escola.

Ela diz que o argumento familiar em defesa da educação doméstica era, na verdade, um disfarce para nenhuma escolarização.

Na época, não parecia estranho que não fossem à escola como outras crianças locais, diz ela.

"Eu achava que eles estavam errados e nós estávamos certos. Eu pensava que eles eram espiritualmente e moralmente inferiores porque iam (à escola), eu realmente pensava", diz Tara, em Cambridge, onde vive agora.

"Eu achava que eles estivessem sendo alienados e eu não."

Tara, agora com 31 anos, escreveu um relato sobre sua infância, chamado Educated (Educada, em tradução literal), que está sendo publicada neste mês.

Em grande parte se trata de uma autoeducação, porque a primeira vez que teve contato com aulas formais foi quando começou a faculdade, aos 17 anos.

Ela havia aprendido a ler e escrever com sua mãe e seu irmão, mas nunca tinha aprendido nada sobre história, geografia, literatura ou o resto do mundo.

"Ensinar a si mesmo"

O acesso aos livros era limitado a alguns títulos que se enquadravam na visão de mundo fundamentalista da família, e ela também trabalhou desde cedo.

Mas tinha sido criada com uma crença feroz na capacidade de qualquer um aprender o que quer que fosse desde que se concentrasse naquilo.

"Meus pais me diriam: 'Você pode ensinar qualquer coisa a si mesmo melhor do que outra pessoa o faria'. Esse era o espírito da minha família", diz ela.

Buscando uma forma de sair de uma vida familiar restrita e emocionalmente claustrofóbica, ela encontrou uma universidade que a admitiria se passasse em um teste.

Foi então que comprou em segredo os livros didáticos de que precisava e estudou metodicamente, noite após noite, até obter as notas necessárias.

Mas quando chegou à sala de aula em 2003, aos 17 anos, ficou em um "estado de temor perpétuo".

"Eu era como um bicho da floresta. Estava em pânico, aterrorizada o tempo todo. Achei que me pediriam para fazer algo e eu não saberia o que era."

"Tudo sobre a sala de aula era aterrorizante, porque eu nunca tinha estado em uma delas antes."

'Não é uma esteira rolante'

Havia enormes lacunas em seu conhecimento. Ela ficou chocada ao aprender, por exemplo, sobre o Holocausto pela primeira vez em uma aula de história.

Sobre escravidão, seu único conhecimento prévio havia saído de um livro, no qual, diz ela, esse regime era apresentado como uma experiência benevolente e mais difícil para os proprietários de escravos.

Depois de um início desastroso, ela manteve a mente focada nos estudos e provou ser uma aluna altamente capaz.

Tanto que teve a chance de passar um período em Harvard e, depois, ir estudar no exterior, na Universidade de Cambridge.

Ela conseguiu uma bolsa de estudos na universidade, com financiamento da Fundação Gates, e fez doutorado. Virou a doutora Westover aos 27 anos, em 2014, sem jamais ter concluído o ensino médio.

O assunto de sua tese foi uma comunidade utópica criada no século 19.

A trajetória de Tara lhe deu uma visão pouco ortodoxa sobre como a educação funciona.

Ela diz que sua própria educação foi em boa parte uma alternativa extrema, mas tem dúvidas sobre a experiência convencional.

"A maior preocupação é que isso parece um processo tão passivo e estéril. Uma esteira rolante onde você fica e de onde sai educado", diz.

"Eu acho que muitas pessoas cresceram com a ideia de que não podem aprender as coisas por conta própria. Elas acham que precisam de uma instituição para lhes suprir conhecimento e ensinar a como fazer as coisas. Eu não poderia discordar mais", diz ela.

Distanciamento

Tara diz que se tivesse filhos não os enviaria à escola quando tivessem cinco anos. "Eles poderiam pensar que educação é se sentar quieto."

Ela se distanciou de seus pais e de sua religião - e diz que romper com suas antigas crenças tem sido uma experiência traumática.

Mas ela não se converteu acriticamente à nova vida e à experiência na universidade.

Tara diz, por exemplo, que há menos tolerância a diferentes opiniões dentro dos círculos acadêmicos liberais da classe média do que havia entre os fundamentalistas estritos de sua infância.

Ela afirma que rejeitou as políticas antigovernamentais extremas, mas que, na perspectiva da Idaho rural onde cresceu, isso fazia algum sentido.

Para comunidades rurais tão isoladas, diz, o governo federal parecia uma "força alienígena e extremamente ineficaz".

Nos relatos sobre sua criação, é possível ouvir algumas das ideias que alimentaram a campanha eleitoral do presidente Donald Trump.

Memórias

Tara diz que suas memórias de infância, incluindo suas descrições sobre a violência de seu irmão, não têm um "final feliz como nos cinemas".

"Você pode sentir falta de alguém todos os dias e ainda se alegrar de não ter de vê-los", diz.

As coisas mais difíceis de escrever não foram sobre as brigas com a família e as restrições que enfrentava.

"O mais difícil foi escrever sobre as coisas boas, as coisas que eu perdi. O som da risada da minha mãe, o quanto a montanha era bonita."

"É como ir ao casamento de alguém por quem você ainda está apaixonado."

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FOLHA.COM

IRREGULARIDADE

MEC não fiscaliza bolsas de estudo que dão isenção fiscal, diz auditoria  

O TCU (Tribunal de Contas da União) constatou que, embora certifique escolas para receber isenções fiscais de até R$ 4,5 bilhões por ano, o Ministério da Educação não fiscaliza o cumprimento das contrapartidas sociais exigidas pela legislação.

Auditoria da corte constatou que a pasta não tem banco de dados que possibilite conferir se bolsas foram concedidas na quantidade exigida e se os beneficiados são realmente carentes.

A inércia do ministério favorece as fraudes na concessão de descontos nas mensalidades. Além do descumprimento de critérios de renda para a oferta de descontos em mensalidades, a fiscalização descobriu, por exemplo, 1.500 casos em que um mesmo bolsista foi declarado três ou mais vezes, no mesmo ano, pela mesma entidade. Em situações extremas, um só nome estava seis vezes na lista.

Como revelou a Folha no último dia 5, universidades e instituições de ensino básico com selo de beneficentes declaram ter bolsistas supostamente de baixa renda, mas que aparecem em cadastros oficiais como donos de lancha, carro de luxo e até avião.

A suspeita de auditores do TCU é de que as relações de beneficiados sejam manipuladas pelas entidades.

A legislação exige, por exemplo, que as entidades, detentoras do Cebas (Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social), concedido pelo ministério, destinem 20% de seu faturamento bruto para gratuidades no ensino básico.

A auditoria mostra que as escolas, em alguns casos, enviam ao MEC dados que nem sequer permitem identificar quem são contemplados com descontos em mensalidades.

“Não há conferência alguma [do ministério] sobre a listagem nominal de bolsistas, sendo verificado apenas o quantitativo de bolsas que a entidade pretende ofertar”, afirma relatório do TCU.

O tribunal também identificou falta de controle sobre o perfil das instituições beneficiadas. Para ter direito a isenções tributárias, elas não podem visar ao lucro e distribuir dividendos. Há também restrições quanto ao valor de salários pagos aos dirigentes.

O objetivo é evitar que a filantropia subsidiada pelo governo sirva para enriquecimento de particulares.

O TCU apurou que o MEC, na prática, recebe documentos das entidades para certificá-las, mas não tem instrumentos para verificar se as informações são verdadeiras.

Após a certificação, por exigência legal, elas têm de apresentar uma prestação de contas anual das atividades. Na prática, no entanto, a maioria descumpre a regra.

Em 2016, 6% das entidades com Cebas tinham a documentação registrada no sistema eletrônico do ministério; nos dois anos anteriores, menos de 0,3%. “Dos relatórios enviados, nenhum foi analisado pelo MEC”, apurou o Tribunal de Contas.

LENTIDÃO

A auditoria diz também que o governo é lento para decidir se renova a certificação de entidades que já têm o selo de beneficentes.

Um decreto federal fixa um prazo de seis meses para que a análise seja concluída, mas o ministério levou, em média, 58 meses para fazê-lo em processos que, ao fim, a prorrogação foi negada.

O principal problema nesses casos é que as instituições só perdem as isenções após a decisão final. Quanto mais atraso, mais arrecadação o governo perde. “Essas entidades usufruíram de uma imunidade tributária a qual não teriam direito se a análise ocorresse no prazo legal”, sustenta o TCU.

Também há indícios de que escolas sem o Cebas continuem desfrutando de benefícios. A Receita informou que 1.484 usufruíam da isenção tributária em 2015, mas, segundo o MEC, só 1.239 tinham certificação para isso.

OUTRO LADO

O MEC informou que tem informações de bolsistas e das respectivas instituições que concederam bolsas, mas não “de forma estruturada”. Em nota, afirma que “a gestão anterior não deixou um sistema que pudesse suprir as necessidades da demanda do programa”.

Para superar as “eventuais fragilidades dos mecanismos de controle”, a pasta diz que está construindo um sistema informatizado, que permitirá um cruzamento com outras bases de dados.

Apesar disso, o órgão afirma que a veracidade das informações cabe às instituições de ensino. “Isso não significa, porém, que o MEC se furte à responsabilidade de conduzir as análises dos processos de certificação, renovação e supervisão das entidades beneficentes com o rigor necessário”, diz.

Para evitar que bolsas sejam concedidas para donos de avião, por exemplo, o MEC diz que está em “tratativas” com a Receita Federal para compartilhar informações que serão usadas no processo de certificação.

O MEC diz ainda que deu encaminhamento a alterações do marco legal vigente para “permitir ao órgão atuar sobre os procedimentos de seleção de bolsistas”.

Sobre a demora no prazo de renovação dos certificados, o MEC informa que “um conjunto expressivo ​de medidas gerenciais orientadas para aprimoramento gerencial da política de certificação vêm sendo adotadas sobretudo ao longo dos últimos cinco anos”.

O resultado, ainda segundo a pasta, é que estão pendentes de análise só 24% dos mais de 9.450 processos protocolados no MEC. A previsão é de conclusão do estoque no decorrer do presente exercício, adequando o tempo de análise para 180 dias.

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OPINIÃO

Não somos computadores

A distinção entre os dois tipos de memória visual que Vladimir Nabokov —ou antes Humbert Humbert, o narrador— faz em “Lolita” é uma daquelas verdades sem nome que a boa ficção nos permite acessar.

Diz Humbert, falando de um amor da infância, que num tipo de recordação “recriamos com habilidade uma imagem no laboratório da mente (e então vejo Annabel segundo categorias gerais, tais como: ‘pele cor de mel’, ‘braços delgados’, ‘cabelos castanhos cortados bem curtos’, ‘cílios longos’, ‘boca larga e radiante’)...”

O segundo tipo é de natureza diversa. Permite ao sujeito convocar uma imagem inteiriça, projetando “sobre o escuro interior das pálpebras a réplica objetiva e absolutamente fiel de um rosto amado, um pequeno fantasma em cores naturais (e é assim que vejo Lolita)”.

A tradução que cito é a clássica, de Jorio Dauster, e Humbert, claro, é um pedófilo criminoso. Mas fiquemos com a questão dos dois tipos de memória, que não tem nada a ver com isso.

No caso de Annabel, a lembrança é construída racionalmente, traço por traço, o que a torna tão sólida quanto insatisfatória. No de Lolita, ativada pela emoção, a imagem vem pronta e deslumbrante como um relâmpago, mas é inefável e fugidia.

Nem Annabel nem Lolita são arquivos guardados no cérebro de HumbertHumbert. Qualquer smartphone de camelô humilha, no trabalho de memorizar e reproduzir imagens, um intelectual capaz de escrever algumas das páginas de prosa literária mais sofisticada da história.

O trecho de Nabokov me veio à memória ao ler um ensaio do psicólogo americano Robert Epstein na revista digital “Aeon”, sob o provocador título “O cérebro vazio”.

Trata-se de um libelo contra o modo dominante desde meados do século passado, tanto na ciência quanto no senso comum, de compreender nossa inteligência: o paralelo com o computador.

Sophia, uma robô desenvolvida com técnicas de inteligência artificial Sophia, uma robô desenvolvida com técnicas de inteligência artificial - REUTERS

“Por mais que tentem, neurologistas e psicólogos cognitivos jamais encontrarão uma cópia da Quinta de Beethoven no cérebro —nem cópias de palavras, imagens, regras gramaticais ou qualquer outro estímulo ambiental”, escreve Epstein.

E completa: “O cérebro humano não é realmente vazio, claro. Mas não contém a maioria das coisas que as pessoas julgam conter —nem mesmo coisas simples como ‘memórias’.”

Sua relação com o cérebro eletrônico, sustenta o autor, não passa de metáfora. Já tivemos outras, em momentos diversos da história, como a hidráulica, a mecânica e a elétrica.

A verdade é que sabemos pouquíssimo sobre como a mente funciona, e cada metáfora acaba dando lugar a uma mais condizente com a tecnologia da época. O cérebro como unidade de processamento de informação é a da vez.

Metáforas são excelentes quando sabemos que são metáforas. O problema, segundo o psicólogo, reside no fato de quase toda a pesquisa científica das últimas décadas tratar como real uma tosca associação simbólica.

A ideia de que um dia será possível baixar memórias diretamente do cérebro para um suporte digital, por exemplo, abrindo caminho para uma forma de imortalidade, é levada a sério por muita gente —inclusive um cabeção como Stephen Hawking.

Epstein chama isso de tolice. Acha que, além de perder tempo, estamos jogando dinheiro fora. Suspeito que Nabokov lhe daria razão.

Sérgio Rodrigues

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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.

 

 

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