Palestras de abertura discutem a relação entre fogo e Cerrado e segurança hídrica
As falas foram realizadas pelos professores e pesquisadores Eguimar Felício Chaveiro e Celene Cunha Monteiro Antunes Barreira
Foram duas as palestras de abertura da IX Semana de Educação, Ciência e Tecnologia (SECITEC) do Câmpus Senador Canedo do Instituto Federal de Goiás (IFG), na manhã desta quinta-feira, 24, no auditório. A primeira foi proferida pelo professor e pesquisador Eguimar Felício Chaveiro, que abordou a relação do Cerrado com o fogo. A segunda palestra foi conduzida pela professora e pesquisadora Celene Cunha Monteiro Antunes Barreira, que tratou sobre a segurança hídrica da região metropolitana.
Eguimar iniciou dizendo que o Cerrado foi redescoberto. “Deve ter uns 40 anos que o tema Cerrado se afirmou. Isso quer dizer que nós estamos no começo da construção de uma consciência de Cerrado”, explicou. Ele também diferenciou as expressões fogo, queimadas e incêndio. “Fogo é substância química, dele surgem as queimadas e os incêndios. As queimadas ocorrem naturalmente, e os incêndios são deliberados”, distinguiu.
Segundo ele, a relação do fogo com o Cerrado encena um contraponto. “De um lado, você tem o animal que perdeu seu habitat, mas, por outro lado, há a mercantilização de bens primários”, disse. Ao final, o pesquisador concluiu que existe uma relação econômica entre o resultado das queimadas e a geopolítica mundial, e que a análise desintegrada do Cerrado ou a análise episódica não consegue identificar essa relação entre geopolítica, economia e queimadas.
Nada obstante, a onda de queimadas que afetou a vida de mais de 10 milhões de pessoas no país trouxe um avanço: suscitou um movimento de política nacional da qualidade do ar, uma preocupação que não existia antes. Conforme disse, após os episódios surgiram comitês de manejo de fogo e cursos de formação.
A professora e pesquisadora Celene Cunha Monteiro Antunes Barreira, que também é coordenadora de um grupo de pesquisadores que está produzindo um Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado para a Região Metropolitana de Goiânia, apresentou dados sobre o crescimento da região de 2010 a 2022. “O Censo de 2022 confirmou que a região metropolitana de Goiânia está entre as que mais cresceu”.
Ela explicou que o crescimento populacional passou de 2,17 milhões de habitantes em 2010 para 2,6 milhões em 2022. A professora indagou: será que estamos dando conta de oferecer infraestrutura urbana para todo esse aglomerado? Um dos grandes problemas atuais é a falta d’água para consumo humano.
“E pelo que a gente pôde observar nesse último período de seca, a água é um dos grandes problemas da região. Todos os municípios da região metropolitana, segundo nossos estudos, vivenciaram nesses últimos períodos de seca a falta de água”, observou a pesquisadora. E concluiu: “A nossa região, da forma como está, não tem condições de oferecer água para todos. Precisamos resolver esse problema, que é comum a todos os 21 municípios”.
Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Senador Canedo.
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