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Goiânia, 20 de julho de 2018

Publicado: Sexta, 20 de Julho de 2018, 13h10 | Última atualização em Sexta, 20 de Julho de 2018, 13h22

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Um intercâmbio que foi além de aprimorar conhecimentos e experiências profissionais

Educadores podem fazer curso de capacitação on-line do programa

Encceja para privados de liberdade abre inscrições nesta segunda, 16

Inscrições para o Fies já estão abertas, até dia 22, com oferta de 155 mil vagas

UOL EDUCAÇÃO

Malala no Brasil: a importância da jovem paquistanesa na luta pela educação de mulheres

Unicamp é considerada a melhor universidade da América Latina

CORREIO BRAZILIENSE

Rede pública tem maior número de alunos com idade acima da série de ensino

Após ameaça de morte, professora da UnB Debora Diniz terá proteção judicial

GLOBO.COM

ITA vai ter cota para estudantes negros pela primeira vez no vestibular 2010

Após pós-doutorado na Inglaterra, biólogo vira figurante e tenta bico de modelo nu para se sustentar no Brasil

FOLHA.COM

Envelhecimento e educação, aprendendo na velhice

TCU isenta ex-ministros de governos do PT por falhas na gestão do Fies

 

N O T Í C I A S DA E D U C A Ç Ã O

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

TRILHAS DA EDUCAÇÃO

Um intercâmbio que foi além de aprimorar conhecimentos e experiências profissionais

Experiências vividas fora do lugar de origem podem, muitas vezes, aprimorar a compreensão do cotidiano do qual temporariamente alguém se distancia. Assim aconteceu com Jerrany Pereira da Silva, de 23 anos, estudante de engenharia do campus Urutaí do Instituto Federal Goiano (IFG). Ele conta sua história na edição desta sexta, 20, do programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC.

Há três anos, ao observar a movimentação de estudantes estrangeiros no campus, Jerrany se interessou pela possibilidade de fazer um intercâmbio. A convivência com os colegas franceses lhe deu mais estímulo para escolher seu destino. Dedicou-se, então, ao aprendizado da língua francesa, o primeiro passo para alcançar seu objetivo. Ao ser aprovado para um estágio na França, ele talvez nem imaginasse o quanto essa experiência viria a enriquecer seu aprendizado profissional e pessoal.

Selecionado para um intercâmbio de três meses em Saint-Etiénne-de-Fougères, um vilarejo no interior da França localizado em uma região de fazendas, ele escolheu a área de horticultura orgânica. “Fiquei muito feliz com essa oportunidade porque, além de ser uma realização profissional, era um sonho pessoal”, conta o jovem, que, durante o estágio, entre outras atividades, trabalhou na construção de estufas, aprendeu técnicas de irrigação locais e ampliou seus horizontes.

Interação – “Para mim, foi tudo enriquecedor e bem amplo”, resume. O estágio o aproximou de questões locais e provocou reflexões em torno de algumas diferenças existentes entre a França e o Brasil. A primeira percepção foi nítida: “A França está sempre um pouco à frente de nós, não só em de tecnologia, mas em saúde”. Estava dada a largada para Jerrany juntar à bagagem conhecimentos para aplicar em sua área.

A convivência com a cultura de outro povo, para ele, também tem teve lugar de importância nesse aprendizado. “Em questão de costumes, de religião, foi tudo bem enriquecedor”, afirma. “Pude ter uma experiência incrível vivendo na fazenda, podendo ver os costumes, como é o dia a dia de uma família francesa. Pude fazer novas amizades, adquirir novos conhecimentos. Pude agradecer pessoalmente às professoras que me ajudaram. ”

Durante o período vivido em Saint-Etienne-de-Fougères, o estudante goiano aproveitou para aprimorar o nível de aprendizado da língua e viajar pelo país, nos fins de semana de folga. Visitou universidades, fez novos amigos e estreitou seus laços com a cultura francesa – o suficiente para incluir em seus projetos a meta de voltar àquele país. “Para um futuro próximo, penso em fazer uma pós-graduação, um mestrado, até um doutorado”, afirma.

Oportunidades de intercâmbio, conforme Jerrany pôde avaliar, vêm sendo ampliadas. “Creio que estão abrindo novas portas para outros estudantes com interesse em um estágio internacional”, observa ele, que, a partir dessa experiência, reforçou a convicção de apostar no ensino como fator de desenvolvimento. “Somente a educação pode mudar muitos problemas que a gente vem enfrentando em nosso país”, conclui.

Assessoria de Comunicação Social

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MAIS ALFABETIZAÇÃO

Educadores podem fazer curso de capacitação on-line do programa

A capacitação de Desenvolvimento Profissional do Mais Alfabetização, dirigida a educadores de escolas que aderiram ao programa, já pode ser feita pela internet, mediante inscrição na plataforma on-line. A capacitação, de 40 horas, é feita em três módulos, com uma avaliação ao final de cada um. É dirigida a professores alfabetizadores, assistentes, coordenadores pedagógicos e diretores das escolas, e foi elaborada pelo Centro de Políticas Públicas e Avaliação (Caed) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

O objetivo da capacitação é preparar os profissionais que trabalham com alfabetização para avaliar o resultado das ações desse processo, a construir planos de ação e fazer um trabalho de reflexão sobre o tema. Mais de 49 mil escolas públicas do ensino fundamental, com 3,6 milhões de alunos de todos os estados brasileiros e do Distrito Federal, aderiram ao Programa Mais Alfabetização.

“Esse curso tem como objetivo apoiar os profissionais do Mais Alfabetização. Queremos garantir que os estudantes estejam plenamente alfabetizados até o final do segundo ano do ensino fundamental”, destacou o diretor de Currículos e Educação Integral do Ministério da Educação, Raph Gomes Alves.

O programa Mais Educação foi criado com o objetivo de apoiar escolas no processo de alfabetização dos estudantes de todas as turmas do primeiro e do segundo anos do ensino fundamental e para combater a estagnação dos baixos índices registrados pela Avaliação Nacional de Alfabetização. Seu foco é tornar mais eficiente o processo de alfabetização, tanto na língua portuguesa como na matemática, para os alunos matriculados no primeiro e no segundo ano do ensino fundamental, além de reduzir e prevenir o abandono precoce da sala de aula.

O programa está sendo implementado nas turmas de primeiro e segundo anos do ensino fundamental nas unidades escolares públicas, por meio de articulação institucional entre o MEC e as secretarias de educação estaduais, com a cooperação das redes de ensino e com apoio técnico e financeiro federal.

Formação – Em 23 e 24 de julho, o MEC promoverá uma formação presencial, no Rio de Janeiro, para os 53 coordenadores estaduais do programa, indicados pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). Eles aprenderão a analisar os resultados das avaliações do programa, planejar ações pedagógicas e, sobretudo, replicar ações de formação em seus estados.

Além disso, a formação tratará sobre a avaliação diagnóstica intermediária, que representa a segunda etapa de avaliação do desenvolvimento e aprendizado das crianças em termos de alfabetização, com o objetivo de melhorar o desempenho do programa.

Assessoria de Comunicação Social

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ENCCEJA

Encceja para privados de liberdade abre inscrições nesta segunda, 16

Começou nesta segunda, 16, e vai até as 23h59 do dia 27 de julho (horário de Brasília) o período de inscrições para a edição de 2018 do Exame Nacional para Certificação de Competências. O exame será aplicado em 18 e 19 de setembro de 2018 às pessoas privadas de liberdade ou que cumprem medidas socioeducativas e que não tiveram oportunidade de concluir seus estudos na idade apropriada.

As unidades prisionais e socioeducativas interessadas em aplicar o Encceja PPL no Brasil têm prazo até 20 de julho para, após indicadas pelos órgãos de administração prisional e socioeducativa do país, firmar Termo de Adesão com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao MEC. Cada unidade prisional ou socioeducativa indicada terá um responsável pedagógico que, além das inscrições dos participantes, ficará encarregado de acessar os resultados e pleitear a certificação do participante.

Candidatos ao Encceja que buscam a certificação do ensino fundamental devem ter, no mínimo, 15 anos de idade; no caso dos pretendentes à certificação do ensino médio, pelo menos 18 anos. O exame é dividido em quatro provas objetivas por nível de ensino, cada uma com 30 questões de múltipla escolha, e uma redação.

As áreas do conhecimento avaliadas para os estudantes que visam à certificação do ensino fundamental são ciências naturais, história e geografia, língua portuguesa, língua estrangeira moderna, artes, educação física e redação e matemática. Para o ensino médio, o exame exige conhecimento nas áreas de ciências da natureza e suas tecnologias, ciências humanas e suas tecnologias, linguagens e códigos e suas tecnologias e redação, matemática e suas tecnologias.

Assessoria de Comunicação Social

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FINANCIAMENTO ESTUDANTIL

Inscrições para o Fies já estão abertas, até dia 22, com oferta de 155 mil vagas

Os alunos interessados em participar do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) no segundo semestre de 2018 já podem concorrer a uma vaga. Desde a zero hora desta segunda-feira, 16, o sistema de inscrições do programa está liberado. Estão sendo ofertadas 155 mil vagas, sendo 50 mil com juro zero. O prazo para inscrição acaba no domingo, 22.

Para se inscrever é preciso acessar a página do Fies Seleção na internet. O Novo Fies é um modelo de financiamento estudantil que divide o programa em diferentes modalidades, oferecendo condições a quem mais precisa e uma escala de financiamentos que varia conforme a renda familiar do candidato. Pode concorrer quem tenha feito uma das edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) a partir de 2010, com média igual ou superior a 450 pontos e nota acima de zero na redação.

A modalidade juro zero é destinada aos candidatos com renda mensal familiar per capita de até três salários mínimos. Nesse caso, o financiamento mínimo é de 50% do curso, enquanto o limite máximo semestral é de R$ 42 mil. As outras duas modalidades, chamadas de P-Fies, destinam-se a estudantes com renda familiar de até cinco salários mínimos. Para atender a essa parcela de candidatos, o P-Fies opera com recursos dos Fundos Constitucionais e dos Agentes Operadores de Crédito.

Poderão ser financiados os cursos de graduação com conceito maior ou igual a três no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) ofertados pelas instituições de ensino superior participantes do Fies. Também poderão participar do programa os cursos que, ainda não avaliados pelo Sinaes, estejam autorizados para funcionamento pelo cadastro do Ministério da Educação. Durante o curso, o estudante deve ter aproveitamento acadêmico para permanecer com o financiamento.

O resultado da seleção será publicado em 27 de julho, em chamada única. Os candidatos pré-selecionados na modalidade que exige comprovação de renda per capita mensal familiar de até três salários mínimos deverão complementar as informações da inscrição no período de 27 a 31 de julho e, posteriormente, efetivar a contratação do financiamento.

Assessoria de Comunicação Social

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UOL EDUCAÇÃO

EDUCAÇÃO

Malala no Brasil: a importância da jovem paquistanesa na luta pela educação de mulheres

Mais jovem ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, defensora do direito à educação para meninas e mulheres, ativista que vê na escola o papel transformador para a sociedade, vítima de um atentado pelo fato de ser mulher e estudar. Esta é a paquistanesa Malala Yousafzai, de 21 anos, que esteve no Brasil neste mês de julho.

Malala ficou conhecida mundialmente após ser baleada pelo grupo Talibã, enquanto estava no ônibus voltando de sua escola, na aldeia de Swat, no Paquistão. Em 2012, aos 15 anos, a adolescente já era conhecida por sua luta pelo direito de meninas poderem ir à escola, ação condenada pelo regime Tabilã. Por dar voz às jovens estudantes e contar sobre a pressão sofrida no país, a ativista foi vítima do atentado.

Para sobreviver, Malala teve que deixar o Paquistão e passou a morar com a família em Londres. Recuperada do atentado, a jovem ganhou o mundo como ativista ao invés de se calar. Pensando em buscar investimentos na educação para as populações menos assistidas, principalmente meninas, a paquistanesa criou a Fundação Malala.

É possível ver a importância que a educação tem na vida de Malala em seu livro: "Eu sou Malala: a história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã", assim como em um documentário. Diferente de muitas meninas de sua região, ela teve o apoio de seu pai desde pequena e, com isso, passou a se interessar pelas questões sociais e políticas. Aos 11 anos, começou a escrever com um pseudônimo para contar as dificuldades enfrentadas pelas jovens estudantes.

"O Talibã podia tomar nossas canetas e nossos livros, mas não podia impedir mentes de pensar".- Malala Yousafzai em 'Eu sou Malala: a história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã' (2013)

Malala no Brasil

Em sua visita ao Brasil, Malala abordou a importância da educação para a emancipação (ser cidadão), falou sobre a necessidade de empoderamento da população feminina por meio do estudo, dimuindo assim a evasão escolar tão comum na adolescência da periferia, além de criticar o projeto 'Escola sem Partido', já que a proposta retira de sala de aula a possibilidade de abordar questões importantes sobre sexualidade (como o que é abuso, prevenção de doenças e gravidez) e propaga o preconceito contra homossexuais.

A visita da jovem paquistanesa não foi só para falar sobre seu trabalho. A Fundação Malala vai patrocinar e acompanhar três escolas brasileiras, sendo duas no nordeste e uma em São Paulo. Apesar dos avanços na igualdade entre homens e mulheres, o Brasil ainda chama a atenção para a necessidade de equiparar os gêneros: mais de 1,5 milhão de meninas está fora das escolas.

A proposta de Malala é ajudar as áreas mais necessitadas. Dados levantados pela Fundação mostram que só 30% de crianças negras termina os estudos no país, por exemplo. Em relação aos indígenas, que representam 0,5% da população brasileira, contam com cerca de 30% fora das salas de aula ou como analfabetos.

O legado de Malala

A mensagem que Malala traz para a sociedade não é de "supremacia feminina", como muitos militantes contrários aos movimentos feministas insistem em dizer. O objetivo da jovem é que homens e mulheres tenham os mesmo direitos, em especial na educação, já que é comum a evasão escolar entre meninas e adolescentes ou até mesmo a proibição por regimes como os que a fizeram se vítima de um atentado.

"Não quero ser lembrada como a “menina que foi baleada pelo Talibã” mas como “a menina que lutou pela educação”. Esta é a causa para a qual estou dedicando minha vida." - Malala Yousafzai em 'Eu sou Malala: a história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã' (2013)

Malala luta pelo acesso irrestrito à educação independente de crença ou religião. Mesmo militando, a ativista mantém sua fé e seus costumes, já que é Muçulmana, mas não tolera que os Direitos Humanos sejam feridos em nome de uma crença ou preconceito.

A sociedade precisa de mais "Malalas" para dar voz às minorias. Que a educação seja forma de inserção social e possibilite uma realidade com mais igualdade de gênero.

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RANKING

Unicamp é considerada a melhor universidade da América Latina

Seis instituições brasileiras aparecem entre as dez primeiras no ranking da revista britânica Times Higher Education (The) com as melhores universidades da América Latina. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aparece no topo da lista que analisa 129 universidades de dez países.

Entre os critérios avaliados para a elaboração do ranking estão: qualidade do ensino e da pesquisa, publicações de artigos científicos, transferência de tecnologia ao setor produtivo e o perfil internacional das universidades.

Outras instituições

Além da Unicamp, aparecem na lista a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Veja a lista das dez melhores, segundo o ranking:

1. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp);
2. Universidade de São Paulo (USP);
3. Pontifícia Universidade Católica do Chile (Chile);
4. Universidade Federal de São Paulo (Unifesp);
5. Instituto Tecnológico e de Estudos Superiores de Monterrey (México);
6. Universidade do Chile (Chile);
7. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio);
8. Universidade de Los Andes (Colômbia);
9. Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG);
10. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O Brasil tem 43 universidades listadas no ranking. Depois do Brasil, o Chile foi o país com mais instituições citadas, com 26, seguido pelo México (22), Colômbia (19) e Argentina (7).

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CORREIO BRAZILIENSE

EDUCAÇÃO

Rede pública tem maior número de alunos com idade acima da série de ensino

Dados do Indicador Educacional Taxa de Distorção Idade-Série apontaram que em 2017, a taxa de distorção idade-série foi de 28,2% no ensino médio e de 18,1% no ensino fundamental, ou seja, a distorção foi quatro vezes maior do que a rede privada nas duas etapas de ensino. Os dados foram extraídos do Censo Escolar 2017, um dos oito divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no início de julho

O Indicador permite avaliar o percentual de alunos que tem dois ou mais anos de idade acima do recomendado em determinada série (a idade estabelecida para ingresso no ensino fundamental é de seis anos). Os dados estão disponíveis para consulta no Portal do Inep, na seção Dados. Ao selecionar o indicador de interesse, serão listados todos os anos em que ele foi divulgado. Além disso, é possível fazer download dos dados por Brasil, regiões e unidades da federação: municípios e escolas.

Este ano, o Inep divulgará dez Indicadores Educacionais: média de alunos por turma; média de horas-aula diária; taxa de distorção idade-série; percentual de docentes com curso superior; adequação da formação docente; regularidade do corpo docente; esforço docente; complexidade da gestão da escola; taxa de rendimento; e taxa de transição. Esses dois últimos – com informações sobre aprovação, reprovação e abandono; e promoção, repetência, evasão e migração para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) – serão divulgados ainda neste segundo semestre.

Indicadores Educacionais – Os Indicadores Educacionais do Censo Escolar permitem conhecer não apenas o desempenho dos alunos, mas também o contexto socioeconômico e as condições de em que se dá o processo ensino/aprendizagem no qual os resultados foram obtidos. Os Indicadores são úteis principalmente para o monitoramento dos sistemas educacionais, considerando o acesso, permanência e a aprendizagem de todos os alunos. Dessa forma, contribuem para a criação e o acompanhamento de políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade da educação e dos serviços oferecidos à sociedade pela escola.

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EDUCAÇÃO

Após ameaça de morte, professora da UnB Debora Diniz terá proteção judicial

Uma das vozes mais atuantes do Distrito Federal na busca pela igualdade e pelos direitos das mulheres e minorias, a antropóloga Debora Diniz, 48 anos, foi alvo de agressões na última quarta-feira. A professora da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB) foi atacada quando saía de um evento na capital. Ela já havia sido ameaçada de morte e acionou a Polícia Civil. Agora, conta com medidas protetivas para evitar novos casos de violência.

A docente estuda temas como feminismo, bioética, direitos humanos e saúde, e está à frente da Anis — Instituto de Bioética. A organização não governamental serviu como consultora do Partido Socialismo e Liberdade (PSol) na elaboração da ação que propõe a descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. O assunto entrou em pauta no Supremo Tribunal Federal (STF) em março de 2017, e a Corte promoverá audiências públicas em 3 e 6 de agosto para discutir o tema.

Debora recebeu o convite da relatora do caso, a ministra Rosa Weber, para participar das discussões. Desde então, passou a ser perseguida e hostilizada nas redes sociais. Uma das postagens públicas traz a foto da professora e um texto que destaca o trabalho dela pela regularização do aborto. A mensagem termina chamando Debora de monstro. O post teve mais de 850 compartilhamentos — a maioria acompanhada por mais ofensas.

Ameaças

“Começaram a fazer campanha me desqualificando, me chamando de assassina, de monstro e me mandaram coisas mais graves. Depois me ligaram, me mandaram mensagens com ameaças mais explícitas”, relatou a professora, no início do mês. Por conta dos insultos, ela já havia registrado boletim de ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) e recorreu ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) para pedir inclusão no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH), do governo federal. Debora conta com medidas protetivas, que não foram detalhadas com o objetivo de preservá-la. Depois do ataque dessa semana, a antropóloga preferiu não conceder entrevistas.

“Nenhum tipo de crime é tolerável, independentemente da posição ideológica da vítima. Qualquer defensor de direitos humanos que se enquadre nessa situação pode solicitar a proteção”, informou o MP, por meio da assessoria.

A Deam está finalizando as investigações sobre as ameaças de morte contra Debora e já identificou possíveis autores. Delegada adjunta da unidade, Scheila Santos classificou os ataques como uma atrocidade. “É algo que está virando praxe, infelizmente. As pessoas não têm mais limites. Aproveitam as facilidades da internet para instigar o mal, na certeza de que não serão descobertas. No entanto, elas serão responsabilizadas”, garantiu.

Apesar das agressões, a ONG Anis garantiu que Debora está bem. A organização considerou as manifestações de intolerância e violência à professora como atentados contra a democracia. “Impossibilitam o diálogo franco e qualificado sobre temáticas tão importantes para a vida das mulheres como a garantia dos direitos sexuais e reprodutivos”, respondeu a Anis.

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GLOBO.COM

EDUCAÇÃO

ITA vai ter cota para estudantes negros pela primeira vez no vestibular 2019

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), vai aderir ao sistema de cotas raciais pela primeira vez no vestibular 2019. Serão destinadas 22 das 110 vagas para estudantes negros. As incrições para o processo seletivo, um dos mais concorridos do país, começam no dia 1º de agosto.

O ITA é uma instituição de ensino superior pública ligada à Força Aérea Brasileira. A adoção do sistema de cotas reflete uma decisão do STF, de abril, que decidiu que a lei de cotas também deve ser aplicada em concursos das Forças Armadas. As demais instituições de ensino do país, ligadas ao Ministério da Educação (MEC), já adotavam o modelo.

De acordo com o ITA, 20% das 110 vagas nos seis cursos de engenharia serão para alunos cotistas. No ano passado, 11,3 mil candidatos disputaram as vagas no vestibular. Os selecionados podem optar entre carreira militar ou civil.

O ITA, não informou se vai ser por sistema de auto declaração, nem se haverá uma comissão antifraudes. O edital do vestibular deve ser publicado nos próximos dias e prevê ainda outras mudanças. (leia mais abaixo)

Avaliação.

A primeira professora negra do ITA, Sônia Guimarães, é a favor das cotas e considera a mudança uma vitória.

Nunca acreditei que isso fosse possível, vocês não fazem idéia da minha felicidade. Não vejo a hora dos cotistas chegarem. Na sala de aula é muito difícil vermos negros. Essa medida vai mudar a vida de muita gente”, analisou.

O ITA não tem atualmente contabilizado o número de estudantes negros na instituição. A maioria dos alunos são homens.

Mudanças

Outra novidade para o vestibular 2019, que será aplicado neste ano, é que as provas serão feitas em duas etapas – em novembro e dezembro. Antes, a prova durava quatro dias consecutivos em etapa única

O ITA foi criado em 1950 e é vinculada ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA).

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MUNDO

Após pós-doutorado na Inglaterra, biólogo vira figurante e tenta bico de modelo nu para se sustentar no Brasil

"Não tinha mais nenhum real na conta", lembra o biólogo paranaense Rodrigo Fernando Moro Rios, de 32 anos.

Graduado em ciências biológicas, mestre e doutor em zoologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), ele estudou na Universidade de Illinois, nos EUA, e fez pós-doutorado na Universidade Durham, na Inglaterra, em 2015.

Ainda é pesquisador associado do Departamento de Antropologia da instituição inglesa, mas, desde que retornou ao Brasil, em 2016, o zoólogo trabalhou como garçom, barman, figurante de filmes, entregador de Uber Eats e se ofereceu para ser modelo nu em cursos de arte.

Rios não está sozinho. Assim como o biólogo, muitos jovens doutores brasileiros enfrentam dificuldades de inserção no mercado e vivem num limbo profissional.

"Sou forçado a uma série de atividades, de barman a professor de surfe, para muitas vezes conseguir menos que o equivalente a um salário mínimo por mês", diz o cientista.

Atualmente, o salário mínimo no país é R$ 954.

Investimento

Nascido em Cascavel, mas residente em Curitiba, Rios desenvolve estudos sobre primatas modernos.

O biólogo dedicou mais de dez anos à sua formação acadêmica, de 2003 a 2015, emendando pesquisas de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado, com bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

"Vi como um plano de carreira, pois a ciência satisfaz minhas aspirações profissionais. Era um caminho certo, estável. Pensei que poderia atuar como biólogo profissional ou professor, mas, depois que voltei da Inglaterra, isso se provou um erro", conta.

Entre o doutorado e o pós-doutorado, ele fez trabalhos técnicos e estudos de impacto ambiental relacionados, por exemplo, a fauna silvestre, mineração e terras indígenas.

Antes de retornar ao Brasil, o pesquisador prolongou o estágio pós-doutoral na Universidade Durham: pediu 12 meses de prorrogação, mas obteve seis meses apenas. Seu projeto de pesquisa foi considerado promissor, mas inviável por uma questão técnica.

De volta ao país, cumprindo as regras atuais das agências federais, ele pretendia dar continuidade à investigação científica com apoio do programa Jovens Talentos, voltados para pesquisadores de áreas prioritárias do programa Ciências Sem Fronteiras, uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Ministério da Educação.

Porém, prestes a se mudar para Florianópolis para realizar essas atividades na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o programa foi cancelado. "Estava tudo certo, mas a bolsa deixou de existir", lamenta.

"Fiquei muito inseguro. A rede de contatos para consultoria ambiental, que eu tinha construído antes, começou a se desmanchar. Não tinha informações sobre outros pós-doutorados. Não tinha concursos abrindo."

Rios conseguiu contratos temporários como professor visitante em universidades particulares paranaenses, como a Faculdade Assis Gurgacz (FAG), em Toledo, e a Uniamérica, em Foz do Iguaçu, ministrando cursos de curta duração.

Atualmente associado como pesquisador à Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila), em Foz do Iguaçu, e à Universidade Durham, continua atuando como cientista, oferecendo cursos de extensão, orientações e palestras, sem receber remuneração ou ajuda de custo.

Segue ainda escrevendo artigos para publicações acadêmicas, que contam pontos nos processos seletivos para docente de ensino superior, e está escrevendo um livro de biologia intitulado Longas Caminhadas, Sombra e Água Fresca: As Raízes Evolutivas de Nosso Bem-estar.

"Estou mandando currículo para tudo que é lado, procurando várias opções de área para não perder nenhuma oportunidade."

Bicos

Sem oportunidades na área em que se especializou, Rios teve de buscar outras alternativas para se sustentar.

"No fim do ano passado, não tinha disciplina para dar, não tinha consultoria. Não tinha dinheiro. Morava sozinho desde o fim da graduação; agora, voltei para a casa da minha mãe. Eu tenho uma mãe e um teto – sei que tem gente não tem nem casa nem família, mas não penso que é papel dela ficar me sustentando a essa altura", considera.

Foi neste contexto que o pesquisador passou a fazer freelance como barman num bar de Curitiba, entregar encomendas via Uber e dar aulas de surfe na Ilha do Mel, no litoral paranaense. Também tentou dar aulas de inglês num cursinho e se inscreveu para uma vaga de secretário em uma empresa de engenharia.

No meio tempo entre as disciplinas ministradas, que duram apenas uma ou duas semanas, ele continua contando com "bicos".

"Já fiz, ou busco fazer, um pouco de tudo desde que defendi minha tese, fora lecionar, publicar e orientar. Fui figurante de cinema, graças a um colega meu, também doutor em zoologia, que virou câmera. Outro colega, que trabalha com marketing digital, está fazendo curso de pintura. Precisa de modelo? Topo. Afinal, mesmo doutores, às vezes a gente não ganha R$ 100 por quatro horas (de trabalho)", relata.

Rios se dispôs a posar nu para um curso de pintura, mas ainda não acertou a data. O último trabalho artístico do biólogo foi uma figuração para uma série investigativa gravada em Curitiba, na qual desempenhou três papéis diferentes num bar: "Um fingia que estava tomando uma cachaça lendo o jornal; outro estava com a namorada na mesa; outro estava conversando com um amigo no balcão. Ganhei R$ 80 por cerca de 11 horas de trabalho".

Em meados de junho, o pesquisador levou uma turma de alunos do Centro Universitário Campos de Andrade (Uniandrade) para trabalho de campo, parte de um curso de método de inventário de fauna, que ensina técnicas para posicionar armadilhas de pequenos mamíferos, montar pontos de observação e reconhecimento de rastros de animais.

"São altos e baixos. Fico animado com a interação com os alunos, é o que me motiva. Mas fico ressabiado porque várias vezes não deu certo (a contratação nas universidades). Não desconsidero nada. Sabe aquele negócio 'fazer minha arte e vender na praia'? Sei fazer camiseta com técnica de estêncil, talvez faça para levar a uma feirinha de Curitiba."

O biólogo não menospreza outras ocupações, mas afirma que seu potencial está sendo subutilizado nos trabalhos informais.

"Uma subutilização de tanto investimento, tanto dinheiro público, tanto tempo e dedicação para se formar um cientista que vai para outra atividade porque não tem inserção no mercado. É horrível pensar que todo esse investimento não serviu para nada."

Competitividade

Neste ano, o biólogo ministrou a palestra "Seria a Natureza Humana Competitiva?" para estudantes na UFPR e na UNILA.

"A natureza é competitiva, mas também é cooperativa e empática. Se há desequilíbrios na competição, rompem-se as relações essenciais da cooperação. Como fenômeno biológico, a competição é relacionada à disponibilidade de recursos. Menos recursos, mais pressões, o que leva a interações negativas. Isso acontece no mundo natural, e está acontecendo no mundo acadêmico. É a lógica do ditado: se a farinha é pouca, meu pirão primeiro", comenta.

"Não concordo com a ideia: 'se você tentar ser forte o suficiente, você consegue e o resto é mimimi'. Não é assim que funciona, ou que deveria funcionar."

Participando de processos seletivos para instituições de ensino superior, o pesquisador também enfrenta dificuldades com a concorrência acirrada. Segundo sua leitura, muitos editais são ambíguos e complexos, por falta de informação ou de transparência nas seleções.

"Além disso, preciso botar na ponta do lápis o quanto custa para viajar para prestar concurso. Deixei de ir a uma seleção em outro Estado, pois o edital previa a prova escrita num dia e a prova didática dois meses depois. Cada viagem custaria mais de R$ 2 mil, é totalmente inviável. Outros processos só aceitam inscrição presencial e não tenho condições, não tenho R$ 500 para viajar a outra cidade só para me inscrever. Atualmente, só tenho gastos tentando encontrar trabalho", diz.

Para aprimorar o currículo para as seleções, o pesquisador diz que está priorizando periódicos acadêmicos que contam mais pontos nas avaliações. "A gente entra em uma lógica de produtividade a qualquer custo, para ter uma voz maximizada pelos números e não necessariamente pela relevância ou pelo interesse científico", diz.

Sempre pesquisei macacos, mas tive a sorte de encontrar uma espécie de arraia em uma poça de maré na Praia Brava, de Arraial do Cabo (RJ). Nós, biólogos, sempre olhamos para os bichos à nossa volta. Sete anos depois dessa viagem, postei essas fotos e uma amiga especialista na área me procurou, dizendo que eu tinha registrado um episódio raro e de muito interesse científico. Não é minha área, mas estou escrevendo um artigo para a revista Fish Biology, de alto fator de impacto”, exemplifica.

As pressões sobre jovens doutores brasileiros também envolvem a imagem de "eterno estudante", que se resume na máxima "só estuda, não trabalha". "Ouvi outro dia em uma reunião profissional: 'você tem 32 anos, veja só, doutor, pós-doutor, nunca trabalhou, não?' Me surpreende que as instituições não considerem um pesquisador como um profissional. Sou cientista, é claro que estou sempre estudando", responde.

"Lemos notícias sobre os níveis de ansiedade e depressão no doutorado, e depois do doutorado? As pressões podem ser bastante perigosas para a saúde mental dos acadêmicos. Tivemos um desenvolvimento sem precedentes na formação de doutores nos últimos anos no Brasil, mas que não foi acompanhado por uma compreensão sobre o papel desses doutores depois de formados", adiciona o biólogo.

Segundo um estudo publicado recentemente na Nature Biotechnology, por exemplo, os pós-graduandos têm seis vezes mais chance de desenvolver depressão e ansiedade do que a população geral.

Em busca de outros projetos e oferecimento de cursos, Rodrigo teme desistir de vez da ciência. "Não tenho nada fixo e não sei como vai ser amanhã. Se nada der certo, vou trabalhar num cruzeiro, vou tentar dar mais aulas de surfe, vou viver a vida. Fazer o quê?"

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FOLHA.COM

EDUCAÇÃO

Envelhecimento e educação, aprendendo na velhice

Estive recentemente na França para participar de dois painéis sobre educação e os desafios para o futuro. Falamos muito sobre a chamada quarta revolução industrial e as transformações que a inteligência artificial deve trazer nos próximos anos e que impactarão de forma importante o mundo do trabalho e, certamente, a educação.

Mas há outro elemento associado com o futuro que abordamos: o acelerado envelhecimento da população.

Dada a queda na taxa de fecundidade das mulheres, o bônus demográfico vem se reduzindo, o que impactará não só os regimes de previdência como colocará pressão sobre os trabalhadores ativos para assegurar maior produtividade, o que demanda também melhoras na educação oferecida.

Há, no entanto, um outro aspecto que tem sido esquecido nas discussões: como as políticas públicas devem apoiar a população de idosos, assegurando-lhes qualidade de vida, especialmente entre os mais vulneráveis.

Para um idoso ter uma vida digna e significativa, desde que asseguradas moradia, sustento e autonomia, quatro elementos mais são necessários, segundo pesquisas: uma atividade que lhe permita sentir-se útil, autocuidado (o que inclui exercícios físicos e condições para decidir sobre sua saúde), uma rede de relacionamentos sociais e a expansão do seu conhecimento. 

Sim, a política para a terceira idade deve incluir a educação, afinal aprender é algo que não se interrompe com o passar dos anos.

Há mesmo uma vantagem na aprendizagem que ocorre mais tarde na vida: o caráter mais funcional do acesso ao conhecimento, associado à profissão ou área de atuação que temos durante a vida ativa, pode ser deixado de lado e outros saberes podem ser explorados, desde que haja interesse e apoio para expandir horizontes.

Em muitos países existe, além da educação de adultos que não concluíram os estudos, uma política de acesso gratuito de pessoas com mais de 65 anos a disciplinas em cursos universitários, regulares ou moldados para a terceira idade. No mesmo sentido, bibliotecas públicas têm atividades para a faixa etária.

Mas nada disso funciona bem se não educarmos, desde cedo, as crianças para gostar de aprender. Se o contato com a aprendizagem for desinteressante e fonte de profundo sofrimento e se, além disso, as competências básicas não forem desenvolvidas na educação básica, o adulto mais velho terá dificuldades em considerar a expansão do conhecimento como fonte de deleite.

O que nos faz humanos é esta incansável jornada de aprendizagem que nos caracteriza. Em tempos de robôs e inteligência artificial, só nós temos o desejo de aprender coisas novas.

Por Claudia Costin

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EDUCAÇÃO

TCU isenta ex-ministros de governos do PT por falhas na gestão do Fies

O TCU (Tribunal de Contas da União) isentou cinco ex-ministros de governos do PT de responsabilidade em falhas na gestão do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) entre os anos de 2009 e 2014.

Em julgamento nesta quarta (18), a corte entendeu que não cabe aplicar multas a Fernando Haddad, Aloizio Mercadante e Henrique Paim, que se revezaram no comando do Ministério da Educação, além de Miriam Belchior e Nelson Barbosa, ex-titulares do Planejamento.

Em 2016, a corte apontou uma série de irregularidades na concepção, no planejamento e na execução do Fies. Conforme o relatório aprovado na ocasião, houve concessão indiscriminada de crédito e uma explosão no número de beneficiários, principalmente no período que antecedeu às eleições de 2014, o que fez com que a política pública se desvirtuasse.

O tribunal indicou que a taxa de juros definida era tão baixa que estudantes com condições de bancar seus estudos ganhavam mais se recorressem ao financiamento e aplicassem os recursos próprios no mercado financeiro.

A auditoria apontou que o programa passou a ser visto como uma chance de negócios para universidades privadas. As despesas do governo e a inadimplência cresceram aceleradamente, o que, com a crise fiscal vivida pelo Brasil, colocou em risco o futuro do programa.

A relatora do processo, Ana Arraes, se disse na ocasião "indignada com o descalabro" na gestão do Fies. Os três ex-ministros da Educação foram convocados a explicar as deficiências no programa, especialmente quanto à sua expansão. Para a corte, a ampliação gerou "ineficácia em contribuir para a política educacional" e "risco de insustentabilidade".

Paim teve de esclarecer ainda porque mudou a forma de pagar as empresas que aceitavam os alunos do Fies. Por causa do expressivo aumento do número de pessoas atendidas e da falta de recursos, ele determinou em 2014 que as instituições passariam a receber a cada 45 dias, e não a cada 30, o que fez com que elas só obtivessem 8 das 12 parcelas previstas no ano.

Para o tribunal, a decisão permitiu que o governo ocultasse passivos com as instituições, praticando uma espécie de "pedalada" na Educação.

Já os ex-ministros do Planejamento foram questionados por, supostamente, subestimar os recursos orçamentários para o Fies e por permitirem a edição de medidas provisórias que abriam recursos extraordinários para o programa, sem que os pré-requisitos legais fossem atendidos.

Nesta quarta, os ministros do TCU acolheram o voto de Ana Arraes. Ela afirmou que os ministros da Educação não foram os responsáveis pelas falhas apontadas.

A relatora justificou que as principais decisões eram tomadas pela Junta de Execução Orçamentária e Financeira, cujas deliberações eram submetidas à Presidência da República. "Atribuir responsabilidade pela política econômica do governo aos titulares da pasta da Educação, que, por sua vez, devem cumprir, por força de lei, as metas estabelecidas para área deatuação, não me parece razoável", escreveu.

Mesmo após Paim apresentar suas razões, a área técnica do TCU propôs multa ao ex-ministro pelas mudanças nos critérios de pagamento de instituições de ensino. A ministra, no entanto, considerou que as alterações não infringiram a Lei do Fies e outras normas.

A ministra também isentou os ministros do Planejamento por, supostamente, prever menos recursos que o necessário para o Fies. Justificou não ser deles a competência para decidir sobre a proposta de orçamento federal.

Ela considerou ainda que as irregularidades na edição das medidas provisórias do Fies haviam sido tratadas na apreciação das contas da presidente Dilma Rousseff, referentes a 2015. Na ocasião, o TCU entendeu que cabe a rejeição dos balanços do governo da petista, mas por outros fatos. O parecer da corte foi enviado ao Congresso, que ainda não o julgou."

Se o tribunal deliberou por não propor a sanção ao principal responsável pela edição das medidas provisórias, não parece razoável que deva cominar penalidades aos agentes hierarquicamente subordinados", argumentou a ministra.

Mercadante destaca resultados positivos

Em nota, a assessoria do ex-ministro Aloizio Mercadante afirma que o programa "praticamente não teve fraudes". "Prova disso é a própria auditoria do TCU que, em 2014, que analisou 732 mil contratos e apenas 258 estavam em desconformidade com o critério de enquadramento de renda."

"Todos os países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico]​ possuem um programa de crédito universitário semelhante, e nos EUA o estoque da oferta dessa modalidade já atinge $ 1,3 trilhões e é utilizada por cerca de 90% dos estudantes universitários americanos. Os subsídios públicos no Brasil são consequência das taxas abusivas de juros, que impedem a oferta desta modalidade pelo próprio mercado", diz o texto.

A nota fala ainda que o custo do programa para a sociedade é menor do que a desigualdade educacional. "O Fies, de fato, tem um custo fiscal para a sociedade, mas ainda é muito menor que a imensa exclusão educacional no ensino superior, que marca a história da educação brasileira."

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Clipping da educação, encaminhado pela Diretoria de comunicação social do IFG, todas as sextas.

 

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