“Cuidar dos nossos idosos é tarefa nobre e aceitamos o desafio com coragem e determinação”
A frase da oradora da turma marca o encerramento do primeiro ciclo do curso Cuidadora de Idosos em Cerimônia de Certificação, na última sexta, no Auditório da Universidade Estadual de Goiás, em Formosa
Quem já contratou ou conhece alguém que já precisou dos serviços profissionais de um cuidador de idosos? O Câmpus Formosa do Instituto Federal de Goiás (IFG) acaba de certificar 28 mulheres no curso de extensão Cuidadora de Idosos – Ciclo I, por meio do Programa Mulheres Mil, do Governo Federal. A cerimônia de certificação ocorreu no Auditório do Câmpus Nordeste da Universidade Estadual de Goiás (UEG), na sexta-feira, 9 de agosto.
Participaram da solenidade a reitora do IFG, Oneida Cristina Gomes Barcelos Irigon; o secretário de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do Ministério da Educação (MEC), Marcelo Bregagnoli; o pró-reitor de Extensão, Willian Batista dos Santos; a coordenadora-geral do programa no IFG, Kaithy das Chagas Oliveira; o diretor-geral do Câmpus Formosa, Thiago Gonçalves Dias; o gerente de Pesquisa, Extensão e Pós-graduação (Gepex), Bruno Quirino Leal; e a coordenadora do curso Cuidadora de Idosos, Regiane de Jesus Costa. Também prestigiaram o evento a pró-reitora de Desenvolvimento Institucional e Recursos Humanos, Sandra Ferreira, e servidoras do Câmpus Luziânia.
As histórias e perspectivas de algumas cursistas foram mostradas na abertura da solenidade, com a apresentação do documentário “Vozes de Resiliência: Mulheres Mil”, produzido pela professora do curso Cuidadora de Idosos, Isabella Delgado da Silva, que é egressa do curso Licenciatura em Ciências Biológicas do Câmpus Formosa.
Para a oradora Joserlane Ramos de Souza, a certificação “não marca apenas o fim de uma jornada educativa, mas também o início de uma nova fase, de dedicação e serviço”. A formanda relatou que, ao longo do curso, cada uma das cursistas demonstrou compromisso com o aprendizado e “uma compaixão genuína pelos idosos”. “Mais do que certificados, levaremos conosco uma responsabilidade especial”, afirmou.
O ritual de colocação dos jalecos por cada uma das formandas marcou o momento de passagem de cursistas para técnicas, presenciado por familiares, amigos, professores e técnicos administrativos. Na sequência, elas receberam os certificados dos componentes da Mesa Diretiva.
A coordenadora-geral do Programa Mulheres Mil, Kaithy Oliveira, destacou que o curso teve baixa evasão, o que, para ela, foi fruto de um trabalho importante entre as cursistas e as equipes. “Essas mulheres, atravessadas por histórias tão diferentes, que encontram local seguro para somar vozes e construir projetos, agora são certificadas como cuidadora de idosos”.
A coordenadora do Mulheres Mil reconheceu o gosto especial pelo curso, “porque toma o cuidado também na sua dimensão profissional e remunerada, de modo que tensiona um pouco com a estrutura machista e patriarcal do mundo capitalista, que imputa às mulheres, principalmente às mulheres pobres e negras, a responsabilidade, entre aspas, essencial de cuidar, o que não tem o menor sentido”.
Citando a filósofa e feminista Silvia Federice, “o que vocês chamam de amor, eu chamo de trabalho não remunerado”, a professora desmistificou a obrigatoriedade atribuída à mulher de ser cuidadora nata e de não ser devidamente reconhecida como profissional de cuidados. Para ela, com a certificação, o trabalho passa a ser reconhecido, permitindo a elas exigirem os direitos que o trabalho deve constituir.
Convidando para receber seus certificados, Kaithy homenageou três mulheres que contribuíram para a realização do curso: as professoras Janaína Fernandes e Regiane Costa, e a técnica administrativa Apoliana Inácio Ferreira.
O secretário da Setec/MEC lembrou que o Programa teve início com o atual presidente, em outro mandato, e foi retomado este ano. Bregagnoli chamou de “essencial” o Programa, principalmente por se tratar de uma “compensação histórica com as mulheres, nesta perspectiva da qualidade de vida, perspectiva do emprego, da renda”.
Marcelo ainda fez uma análise das ações do atual governo para com a Educação e com as pessoas mais carentes. “Eu só tenho a agradecer ao Instituto Federal de Goiás por esta visão, por vocês terem o compromisso com o social, por restabelecer este programa tão importante e por cumprir esta tarefa: a tarefa mais que essencial de chegar na ponta, naqueles que mais necessitam”, parabenizou.
Muita sensibilidade na fala da reitora do IFG, Oneida Irigon, que relembrou momentos pessoais marcantes vividos com a mãe e com profissionais do cuidado, enfatizando a importância do trabalho das cuidadoras no trato com o próximo: “É um trabalho muito importante. Nós, que estamos na família, entregamos, na maior confiança”. Oneida falou sobre a formação omnilateral do IFG: “Nós estamos formando mais cuidadoras de idosos com qualidade, com competência, com este olhar de formação integrada, que vocês estão traduzindo como compaixão, amor”, declarou, emocionada, a reitora.
Muito mais que habilitação para o trabalho, o certificado do Programa Mulheres Mil “é um símbolo de persistência, perseverança e esperança”, nas palavras de Oneida. “A educação é um direito fundamental e um poderoso instrumento de mudança social. No IFG nós acreditamos que o conhecimento é a chave para a liberdade e a autonomia, e nós estamos comprometidos em proporcionar este ambiente inclusivo e acolhedor onde todos possam desenvolver seu pleno potencial”, afirmou.
Para finalizar a noite, o egresso do curso Bacharelado em Engenharia Civil do Câmpus Formosa, Rafael D’Abadia, que também atua como colaborador no Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (Napne) do Câmpus, fez uma performance musical na flauta, apresentando músicas reconhecidas pelo público.
Histórico
O curso Cuidadora de Idosos teve início em 8 de março deste ano no Câmpus Formosa, contando com carga horária de 160 horas, com aulas nas tardes de segundas, quartas e sextas-feiras, de disciplinas como Fisiologia do Envelhecimento, Anatomia Humana, Saúde da Pessoa Idosa e outras. Em 2013, o Câmpus Formosa já havia participado do Programa, certificando cerca de 30 mulheres nos cursos Aplicadora de Revestimento Cerâmico e Recreadora.
O objetivo do Programa Mulheres Mil é promover a formação profissional e tecnológica articulada com aumento da escolaridade de mulheres em situação de vulnerabilidade social, especialmente das regiões Norte e Nordeste do país. Para isso, atua no sentido de garantir o acesso à educação a essa parcela da população, de acordo com as necessidades educacionais de cada comunidade e a vocação econômica das regiões.
Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Formosa
Redes Sociais