Ir direto para menu de acessibilidade.

GTranslate - Tradução do site

ptenfrdeitesth

Opções de acessibilidade

Você está aqui: Página inicial > Eventos em Andamento > IFG > Últimas notícias > Discussões sobre racismo, políticas públicas, ações afirmativas marcam segundo dia do Encontro de Culturas Negras
Início do conteúdo da página
Culturas Negras

Discussões sobre racismo, políticas públicas, ações afirmativas marcam segundo dia do Encontro de Culturas Negras

Evento termina neste sábado, 2 de dezembro, no Câmpus Uruaçu do IFG

  • Publicado: Sábado, 02 de Dezembro de 2023, 11h48
  • Última atualização em Sexta, 22 de Dezembro de 2023, 14h03
Participantes da mesa sobre “Ações Afirmativas"
Participantes da mesa sobre “Ações Afirmativas"

O segundo dia do Encontro de Culturas Negras do Instituto Federal de Goiás foi marcado por importantes discussões e debates a respeito do racismo, da necessidade de políticas públicas e da reafirmação da importância das ações afirmativas, entre outros assuntos. Além das mesas que trataram esses temas, ao longo do dia foram realizadas diversas oficinas e atividades artístico-culturais.  O evento que começou na quinta-feira, 30, no Câmpus Uruaçu, nesta edição celebra o tema “Africanidades, Antirracismo e Políticas” e conta com uma programação diversificada, que inclui palestras, debates, rodas de conversas, relatos de experiências, oficinas e atividades artísticas e culturais.

 

Na manhã desta sexta-feira,1º de dezembro, foram realizadas as mesas “Reparação Histórica e Racismo Institucional” e “População negra e políticas públicas”. Noêmia Lima, que é assessora em Equidade, Diversidade e Inclusão da Secretaria de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde, durante sua participação na mesa temática, falou sobre a importância de pensar na integralidade da saúde e no princípio da equidade no que diz respeito à população negra. 

 

Discorrendo a respeito do número de casos de doenças determinadas socialmente, Noêmia, que participou do evento de forma remota, afirmou: “Vemos que a população negra lidera nos casos das doenças determinadas socialmente. A população negra é a que mais morre em decorrência de mortes evitáveis”. Como destacou Noêmia, além desse problema, “os jovens negros são os que mais morrem em decorrência da violência do Estado”. A assessora chamou atenção para o enfrentamento ao problema: “Pela primeira vez, é prioridade do Governo Federal a saúde da população negra. Contudo, ainda é necessário enfrentar o racismo estrutural e institucional. Onde há racismo não é possível haver saúde”.

Noêmia Lima durante sua participação do Encontro de forma remota

Mateus de França Matias, secretário municipal de Cultura, Esporte e Turismo de São João do Piauí e egresso do Instituto Federal do Piauí, participante da mesa temática sobre políticas públicas, destacou a importância de ocupar espaços para fazer o enfrentamento ao racismo. “É preciso ocupar espaços  de discussão e de criação das políticas públicas relacionadas ao povo negro.. Não dá para ter conselhos, comissões que decidem por nós e a respeito de nós, sem que participemos: é preciso participar e ocupar esses espaços. Precisamos romper os ciclos do colonialismo e do capitalismo. [...] A gente precisa reinventar, reconfigurar esses espaços, por meio do nosso protagonismo e do empoderamento”. 

 

Durante a mesa sobre “Ações Afirmativas”, mediada pela presidente da CPPIR do IFG, Maricélia Nunes, uma atividade que integrou o Encontro das Comissões Permanentes de Políticas de Promoção da Igualdade Étnico-Racial (CPPIR), os participantes falaram sobre a importância dessas ações e da Lei 10639/2003. Como destacou a professora da Universidade Federal de Goiás, Mariza Fernandes, “a nova Lei de Cotas é sinal de que estamos colhendo os frutos desde os anos 2000. A reformulação da lei é muito importante. É sinal de que foram vistas lacunas e de que propomos melhorias. A nova lei é resultado deste movimento”.

Leonilson Kanela, professor da Universidade Federal do Tocantins e ex-técnico administrativo da Reitoria do IFG, chamou atenção para o momento de reconhecimento de direitos, mas fez um alerta: “Estamos vivendo um momento de reconhecimento de direitos. Contudo há muitos estudantes que não sabem como funcionam as cotas”. O docente também destacou: “é preciso pensar institucionalmente a respeito da inclusão e da permanência dos estudantes. Temos avançado no que tange à inclusão, mas precisamos avançar na permanência e recepção dos estudantes”. 

Alex Lima, gerente do Centro de Seleção do IFG, também participou da mesa temática e falou um pouco sobre a implantação das cotas no IFG e ressaltou a importância da permanência dos estudantes: “é preciso fazer com que eles entrem, mas que tenham condições de permanecer”. 

 

Além dessas mesas, outras ainda foram realizadas durante o período vespertino. Em uma delas foi discutido o tema “20 anos da Lei de Cotas” e, em outra, o tema proposto foi “A liberdade religiosa e o Estado Laico: Povos de Terreiro e Religiões de Matriz Africana”. No mesmo período, foi realizada a roda de conversa “Economia Solidária, Criativa e de Cultura” e também uma reunião dos integrantes dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi).

 

Oficinas e apresentações artísticas

Ao longo do segundo dia do Encontro de Culturas Negras, foram realizadas também várias oficinas. Entre elas estavam as oficinas de “Cultura de Estética Negra: Ojá Amarração de Turbantes”; “Afoxé: Ritmos Afro-brasileiros”; “Dança Afro”; “Saberes ancestrais na construção civil”; “Canto em Yorubá”; “Literatura Negra”; “Capoeira”; “Rimas (Batalha de MC's)”. 

 

Durante o dia também, o Encontro de Culturas Negras foi palco para a aluna do Câmpus Cidade de Goiás, Helena Caetana, que cantou músicas de sua própria autoria para o público do evento. Logo após foi a vez de Lucas Marinho, da Comunidade Quilombola do Povoado Moinho, mostrar o rap que, segundo ele, “é feito na Chapada dos Veadeiros”. No período vespertino também foi realizada uma batalha de MCs.

A peça "Contos de Cativeiro" é encenada no Câmpus Uruaçu

À noite foi realizada a peça teatral intitulada “Contos de cativeiro”. A apresentação é um trabalho cênico encenado e roteirizado pelo artista Marcelo Marques e dirigido por Renata Caetano, com direção de coreografia de Juliana Jardel e cenário e figurino de Raquel Rocha. A montagem do grupo Orum Aiyê Quilombo Cultural trouxe ao Encontro uma mistura de linguagens corporais, do circo com a dança afro e a capoeira, além de outros elementos da cultura negra brasileira que encantou todos os presentes.

 

Finalizando o segundo dia, foi realizado também um desfile com o grupo Coletiva Preta e um show com a banda Mundhumano, que trouxe ao palco do Encontro influências rítmicas afroamericalatinas e, como diz a banda, muita música preta brasileira (MPB). 

Nina Soldera, do MundHumano, durante o show no Encontro de Culturas Negras

 

Último dia do Encontro

Neste sábado, último dia do evento, será realizado o 9º Seminário de Educação para as Relações Étnico-raciais. Os debates acontecerão serão divididos em seis eixos: 1 - Educação e literatura nas perspectivas decoloniais, 2- Encruzilhadas atlânticas: artes e culturas populares amefricanas e diversidades no contexto brasileiro; 3 - Educação para as relações étnico-raciais, políticas públicas, letramento racial, formação e experiências de docentes de diferentes áreas do conhecimento; 4 - Identidades, corpo e estética: intersecções de raça- etnia, gênero, gerações, sexualidade, classe social, entre outros; 5 - Perspectivas e experiências com o recorte étnico-racial nas áreas de Ciências Biológicas, Exatas, da Saúde e Agrárias e, 6 - Discussões interdisciplinares: trabalhos, relatos e experiências com a temática étnico-racial de todas as áreas do conhecimento.

À tarde, será realizado o Encontro Quilombola do IFG. Na atividade, serão realizadas rodas de conversas com grupos de trabalho sobre vários temas: Turismo de base comunitária no território quilombola; Alimentos tradicionais do cerrado e soberania alimentar; Desafios das mudanças climáticas nos quilombos: água, meio ambiente e justiça; e Preservação da história, cultura, saberes e fazeres ancestrais.

O encerramento do evento contará com a leitura da Carta de Uruaçu e o cortejo com a Escola de Samba Beija Flor, de Goiânia, que conduzirá a comunidade do Câmpus até a Praça da Bandeira, para o show de encerramento, com o grupo Afoxé Omo Ode e a banda Ilê Aiyê.

 


Confira a programação.

Veja algumas fotos do evento no Facebook.

 

 

 

Diretoria de Comunicação Social/Reitoria.

 

 

Fim do conteúdo da página