Grupo de alunas espalha cartazes motivacionais nos banheiros femininos
Iniciativa foi motivada após observarem colegas chorando ou se escondendo no local
Quem nunca passou por um momento de autoestima baixa? Daquelas em que as desilusões da vida nos tiram a vontade de encarar o reflexo no espelho? Ou então, recebeu uma nota ruim na prova e se sentiu inferior e fracassado? Ou ainda correu até o banheiro para chorar escondido? Foi observando essas e outras situações parecidas, que um grupo de alunas do 2ª ano do Técnico Integrado em Química, do IFG Câmpus Itumbiara, tomou a iniciativa de transformar os banheiros femininos de uma espécie de “esconderijo” para um ambiente de positividade.
Com isso em mente, e inspiradas por exemplos da internet, elas resolveram escrever diversos cartazes com frases sobre empoderamento, elevação da autoestima, quebra de padrões estéticos, crença em si próprio e respeito pelos demais e espalhar pelos banheiros onde mais circulam as estudantes do nível médio.
Além dos cartazes motivacionais, e por iniciativa delas, o grupo também disponibilizou uma caixinha com produtos de higiene nos banheiros. As estudantes afirmam que na turma delas é comum ajudar uns aos outros, então elas veem com naturalidade a atitude de compartilhamento, mesmo que num espaço tão íntimo como o banheiro. A intenção é abastecer as caixas com mais produtos, e quem quiser colaborar com algum item (absorvente, sabonete, lenço umedecido e pasta de dente) pode deixar as doações no Setor de Apoio ao Discente.
Segundo as jovens, os cartazes já estão surtindo efeito, e elas ficaram muito felizes e sorridentes quando ouviram uma colega dizer “eu precisava ler isso hoje”. Para elas, a iniciativa, sem bem sucedida, podem até mesmo incentivar que a ação se estenda para o banheiro masculino.
Considerações
Para Patrícia Arantes, que é pedagoga e trabalha na Coordenação de Acompanhamento Pedagógico ao Discente, a atitude das jovens é muito válida e demonstra a sensibilidade delas em relação aos demais colegas que enfrentam situações de nervosismo e pressão. Patrícia reforça que é comum, principalmente entre as turmas de 1º ano, os alunos ficarem abalados quando obtêm uma nota ruim em alguma disciplina, e que por isso é importante lembrar que a nota é apenas um dos instrumentos de avaliação, e que ela, por si só, “não classifica ou define quem você é”.
Já a professora de Sociologia Luciene Correia, analisa que a iniciativa das alunas é excelente e surgiu também a partir de “discussões sobre o papel da mulher na sociedade, a educação das mulheres e o feminismo e o combate ao machismo” realizadas em sala de aula, cursos e eventos institucionais. O que contribuiu para provocar nelas um “pensamento crítico e reflexão que vão além das paredes da escola”, completa a professora.
Setor de Comunicação Social e Eventos - Câmpus Itumbiara.
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