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ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

Sustentabilidade, ciência, tecnologia, industrialização e inovação são pautas da última mesa-redonda do V Simpeex

Publicado: Segunda, 13 de Dezembro de 2021, 08h39 | Última atualização em Quarta, 16 de Fevereiro de 2022, 14h28

 Atividade foi transmitida pelo canal IFG Comunidade, no YouTube

 

Ricardo Cardozo (IFNMG) e Cristina Fróes de Borja Reis (UFABC) participaram da mesa-redonda que foi mediada por Thaís Amaral (IFG/PROPPG)
Ricardo Cardozo (IFNMG) e Cristina Fróes de Borja Reis (UFABC) participaram da mesa-redonda que foi mediada por Thaís Amaral (IFG/PROPPG)

 

Foi realizada na tarde da última sexta-feira, 10 de dezembro, a atividade de encerramento da quinta edição do Simpósio de Pesquisa, Ensino e Extensão (Simpeex). Na mesa-redonda virtual, que fez parte de um dos cinco eventos promovidos pelo Instituto Federal de Goiás (IFG) durante a semana, foi abordado o tema “Preservação da vida no planeta: ciência, tecnologia e inovação”. A atividade foi transmitida ao vivo e pode ser conferida no canal IFG Comunidade, no YouTube.

Participaram da mesa Ricardo Magalhães Dias Cardozo, professor e pró-reitor de Ensino do Instituto Federal Norte de Minas Gerais (IFNMG), e Cristina Fróes de Borja Reis, professora do Bacharelado em Ciências Econômicas da Universidade Federal do ABC. A atividade foi mediada pela professora e pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação do IFG, Thaís Amaral e Sousa.

 

Criticidade e educação

Tendo em vista o tema “Preservação da vida no planeta: ciência, tecnologia e inovação”, em sua fala Ricardo ressaltou o momento histórico pelo qual estamos passando: “de março de 2020 até agora vivemos uma pandemia que mudou a nossa reflexão. [...] Estamos vivendo um momento histórico”. O professor destacou que os grandes fenômenos sociais, as grandes pandemias, grandes guerras mudam o curso da história, e lembrou que, neste momento, é difícil mensurar o impacto do que está acontecendo, mas o docente enfatizou a importância da criticidade e da educação.

Chamando atenção para a necessidade de pensar sobre tecnologia, inovação e ciência, o professor lembrou que é preciso refletir sobre o papel desses elementos no campo da educação e da cultura. Com uma fala que trouxe inquietações e provocações, como o próprio docente definiu, Ricardo destacou a dificuldade de apresentar respostas, mas falou de um caminho importante segundo ele: buscar a aproximação da inovação, tendo em vista políticas públicas. E ressaltou: “política pública tem que atender aqueles que não tiveram oportunidades”.

Ricardo terminou sua exposição falando de uma necessidade no campo educacional: “Temos que perguntar que estudantes queremos formar”. O docente ressaltou que “quanto mais a tecnologia aumenta, maior fica a desigualdade”, por isso chamou atenção para a centralidade da educação: “a educação precisa chegar a locais que ela nunca chegou”. Segundo Ricardo, “a ciência e a educação precisam incluir e apontar caminhos que possibilitem a inclusão social daqueles que historicamente foram alijados de possibilidades”.  

 

Relações de poder e desigualdade

Cristina Fróes de Borja Reis, em sua apresentação, também falou da necessidade da criticidade. Refutando a ideia da neutralidade no campo da ciência, a professora lembrou: “na ciência, a política também está presente. As relações de poder permeiam todos os fenômenos sociais. Todos os artefatos que produzimos e consumimos e que impactam a sociedade trazem em si uma relação política”.

Para a docente, é preciso pensar em estratégias para melhorar o cenário social: “nossa produção de tecnologia e inovação tem que buscar diminuir a desigualdade”. E para pensar um pouco nessas questões, a docente falou sobre cadeias produtivas e o que elas envolvem: “esses processos produtivos formam cadeias de valor. [...] Quem faz o que e para que e para quem no processo produtivo? É importante entender e refletir sobre esse processo. É preciso pensar nos critérios financeiros, no que está por trás da tecnologia, por trás das empresas”.

 

Políticas industriais e sustentabilidade

A professora Cristina também destacou a necessidade de pensar em políticas e ações normativas que combatam às desigualdades de modo estrutural. Nesse sentido, a docente ressaltou a importância de se pensar na sustentabilidade, no meio ambiente, no campo das políticas industriais, o que, segundo ela, o país não tem feito: “infelizmente, o Brasil está na contramão”. Falando da crise estrutural industrial brasileira que gera impactos em várias áreas, a docente enfatizou a “preferência pelo atraso” e a desindustrialização no país.

Como pontuou a docente, “precisamos de uma outra coalização política e social, de espírito verdadeiramente democrático, qualidade técnica e visão de desenvolvimento no sentido pleno do termo: inclusivo e sustentável”. Para Cristina, é preciso “mudar de política, precisamos reduzir desigualdade [...] Nossas escolhas impactam a vida em sociedade. A gente precisa pensar nas alternativas.”

 

Diretoria de Comunicação Social/Reitoria.

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