Seminário discute perspectivas de ensino, pesquisa, extensão, administração e plataforma de dados
Evento ocorreu até a tarde de ontem, 27, com temáticas gerais e específicas da gestão no IFG
Cerca de 120 gestores do Instituto Federal de Goiás (IFG) participaram na manhã de ontem, 26, do primeiro dia do Seminário de Planejamento e Desenvolvimento Institucional. O encontro contou com a presença de servidores da gestão da reitoria e dos câmpus e está sendo realizado no Câmpus Aparecida, até hoje, 27. A proposta do seminário é reunir gestores de diversas áreas, seja de ensino, pesquisa, extensão ou da administração, para discutir ações de planejamento para o IFG, propor melhorias, trazer a realidade de cada unidade para o debate.
O Seminário foi aberto pela diretora-geral do Câmpus Aparecida de Goiânia, Ana Lucia Siqueira, que contextualizou a realização do evento como uma prática de gestão do atual reitor, o professor Jerônimo Rodrigues da Silva. Para além das discussões, a professora destaca que a reunião conjunta tem um caráter ampliado, de formação e aprendizado, com conhecimento e informações relativas à gestão pública da Instituição. Um primeiro seminário foi realizado no Câmpus Cidade de Goiás, em 2015, “e em razão do atual cenário político e socioeconômico do país, o Colégio de Dirigentes resolveu fazer novamente”, destaca. O IFG também passou no ano passado por aprovações dos seus principais documentos institucionais, como o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), o Projeto Político Pedagógico Institucional (PPPI) e o Estatuto, somadas à chegada de novos servidores atuando como gestores.
O reitor, que também é presidente do Conselho das Instituições da Rede Federal (Conif), trouxe dados que representam o tamanho dessa rede. Os números são da Plataforma Nilo Peçanha (ano base 2018) e demonstram que os institutos federais estão presentes nos Estados brasileiros com 651 câmpus, em 568 municípios. Conforme o reitor, “chegamos a 80% do espaço geopolítico do país, alcançando diversidade humana e pluralidade sociocultural, com abrangência nas principais regiões e mesorregiões”, afirma.
Para o reitor, é fundamental aproximar a comunidade interna da sociedade, uma vez que a expansão da Rede representou uma oportunidade de levar educação pública e gratuita ao interior do país. Para o professor, “Essa expansão traz um fortalecimento para as nossas instituições, traz reconhecimento e não temos dúvidas de que contribuímos para o desenvolvimento do país”, diz.
Na pesquisa, a Rede conta com nove polos de inovação, 526 programas de pós-graduação, mais de 1 milhão de matrículas. Os pontos positivos são muitos, segundo Jerônimo, pois a inserção dos IFs no interior brasileiro representa a capilaridade desse projeto, além dos seis mil projetos de extensão em desenvolvimento, as cerca de 100 revistas científicas produzidas pelas instituições, mais de oito mil periódicos cadastrados, 11 mil projetos de pesquisa aplicada e 400 episódios de patentes.
Um dos papeis fundamentais dos IFs, que é levar a educação para uma parcela menos favorecida, está sendo cumprido, pois 75% dos estudantes da rede possuem renda per capita familiar de até um salário mínimo e meio. A procura de cursos também é grande: só no ano passado, foram disponibilizados 11.766 cursos, com oferta de 437.614 vagas, sendo a procura por 1.822.520 vagas em todos os IFs do país.
A atuação acadêmica também é outra questão importante abordada pelo reitor, pois os IFs permitem a verticalização do ensino, ou seja, o estudante ingressa em um curso técnico do ensino médio e, na mesma instituição, posteriormente, pode cursar o ensino superior e chegar à pós-graduação, com realização de curso de mestrado e doutorado. Atuação que também diferencia os IFs é a formação de professores, por meio das licenciaturas. Só para se ter uma ideia, em 2018, 775 cursos do programa de formação de docentes foram ofertados, com quase 100 mil matrículas.
Participação
Nessa primeira manhã de discussões, os participantes fizeram apontamentos em relação à discussão das formas de o Instituto ficar mais próximo à população, à sociedade, para mostrar, inclusive, a importância dele. Além disso, na afirmação dos princípios institucionais, cada gestor precisa compreender sua tarefa, qual a função social do IF, como a sociedade civil está vendo essas instituições da Rede, como que elas vão lidar com a questão do contingenciamento financeiro. E também se o cenário mudou quanto aos 30% de contingenciamento orçamentário anunciado pelo Governo Federal.
Servidor do setor de Recursos Humanos do Câmpus Inhumas, Érison Ferreira Mendonça Filho ressalta que a inserção do IFG nas comunidades é fundamental, por isso “precisamos em nosso planejamento encontrar formas de nos inserirmos mais na sociedade. Quais as formas que podemos apresentar para sermos mais vistos, para que consigamos dar à comunidade um sentimento de utilidade, para que percebam a importância da educação?”, questiona.
Na tarde de ontem, os pró-reitores apresentaram uma análise de cada área – ensino, pesquisa, extensão, gestão -, traçando as perspectivas. No ensino, entre as principais questões destacadas foram a democratização dos processos seletivos para promoção da inclusão social e extensão das oportunidades de formação profissional e elevação do nível de reconhecimento dos cursos para ampliação da demanda global na relação candidato/vaga.
Entre as ações mencionadas estão: finalizar e regulamentar as políticas de acesso ao IFG; consolidar a Comissão de Verificação das Autodeclarações étnico-raciais, nos programas de ingresso nas graduações e pós-graduações; e a dispensa dos exames de seleção em processos seletivos de ingresso de alunos nos cursos técnicos, caso o número de candidatos seja inferior ou igual ao número de vagas ofertadas.
Os assuntos abordados na área de extensão foram a importância estratégica da educação profissional e tecnológica para o desenvolvimento social, político, cultural, educacional e econômico; os indicadores da Rede e do IFG; o mundo do trabalho e os desafios para se eliminar as desigualdades e promover cada vez mais inclusão.
Na área administrativa, foi abordado o Plano Anual de Contratações (PAC), como é constituído o orçamento da Instituição e como é formada a matriz orçamentária do Conif.
Plataforma Nilo Peçanha
O uso da Plataforma Nilo Peçanha como ferramenta de gestão está sendo tratado na manhã de hoje, com a presença do diretor de Estudos Educacionais do Inep, Gustavo Henrique Moraes, e o procurador educacional institucional do IFG, André Rodrigues Coimbra. A ferramenta foi implantada em 2017 e possui dados de toda a Rede Federal, na área acadêmica, de formação de servidores, matrículas, cursos, dentre outros.
No início da palestra Plataforma Nilo Peçanha como Instrumento de Gestão, Gustavo apresentou um pouco da história do surgimento da Plataforma Nilo Peçanha. “Há alguns anos eu queria fazer um trabalho, uma pesquisa, e não tinha os números. Não tinha como saber os números da Rede Federal”, destaca. Gustavo conta que a partir de um sistema desenvolvido em outra instituição federal, surgiu a ideia de fazer isso para a Rede, ampliando para todos que a compõem, a exemplo dos institutos federais, Cefets e universidades tecnológicas.
O uso da plataforma é intuitivo e funciona a partir dos filtros aplicados pelos usuários. “É um instrumento para tentar dar as repostas às perguntas que são feitas sobre a Rede Federal. Mas há que se fazer as perguntas e depois interpretar e analisar as respostas obtidas na Plataforma Nilo Peçanha”, ressalta.
Diretoria de Comunicação Social/Reitoria.
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