II Encontro de Africanidades é realizado em homenagem ao Dia da Consciência Negra
Evento é promovido pela CPPIR como forma de valorizar a identidade cultural da população negra e combater preconceitos
A Comissão Permanente de Políticas de Igualdade Étnico-Racial (CPPIR) do Câmpus Águas Lindas realizou ao longo dessa terça-feira (13) o II Encontro de Africanidades, que procurou refletir sobre a condição do negro na sociedade brasileira, difundir costumes e tradições da cultura negra e a contribuição que esta teve na formação da cultura brasileira. A programação contou com palestras, música, mesas redondas, minicurso e oficinas.
Na mesa de abertura, Jaqueline Cardoso, mestranda na Universidade de Brasília (UnB) em Sociologia e integrante da CPPIR, disse que o racismo impacta dentro dos materiais didáticos na forma em que os negros são apresentados e sua contribuição é apagada na sociedade brasileira. "A consciência negra deve ser discutida o ano inteiro e não ser restrita somente a uma data", defende.
A programação no período da manhã trouxe oficina de literatura negra, com Zane Nascimento (UnB) e a palestra África no Brasil: religiões de matriz africana como mantenedoras da identidade de um povo, com Baba Henrique.
A estudante Victória, do terceiro ano do curso técnico integrado em Vigilância em Saúde, declara que participar do debate sobre religiões de matrizes africanas a ajudou a enxergar melhor a sociedade brasileira: “o evento permitiu romper com os dogmas e senso comum e a entender melhor como se deu a formação da nossa cultura”, afirma.
O período da tarde prosseguiu com a Mesa Redonda: Identidade Negra e Resistência Cultural, com André Luiz de Souza (UFG) e Mário Pires de Moraes (UFG), que discorreu sobre identidade negra, preconceito racial e de gênero. Na ocasião, Mário doou dois livros sobre candomblé de sua autoria para a biblioteca do IFG.
De acordo com Carla Oliveira, técnica administrativa e membra da CPPIR, a realização da segunda edição do evento é o resultado de um esforço coletivo da comissão do câmpus e de alguns discentes que se dispuseram a colaborar. “É um momento de extrema importância para a formação da comunidade interna e externa e cumpre uma exigência legal ao tratar sobre as questões étnico-raciais nos currículos”, destaca.
O período da noite contou com o minicurso: Saúde e Raça, com Jaqueline Cardoso, que na ocasião apresentou as Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme, doença genética que incide principalmente sobre a população negra, e a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. De acordo com a palestrante, é necessária maior abordagem dentro dos cursos da área saúde sobre a realidade da população negra e os protocolos e rotinas de atendimento.
A programação finalizou com Intervenção Artística: Ataque Direto, com o grupo Elementos Pretos.
Para o estudante Carlos Henrique Carvalho, do 3º ano do curso técnico integrado em Meio Ambiente e que também participou da mesa de abertura do evento, o segundo encontro reafirma sua importância junto ao instituto e comunidade. “Pensava antes que não era necessário o dia da Consciência Negra, mas durante minha trajetória no câmpus comecei a mudar o meu ponto de vista e hoje tenho uma concepção diferente. Após minha formação no IFG continuarei defendendo o direito dos negros nos espaços acadêmicos”, declara.
Comunicação Social / Câmpus Águas Lindas
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