I Encontro de Culturas Negras é realizado em comemoração ao Dia da Consciência Negra
A atividade é realizada pela CPPIR do Câmpus Águas Lindas
A Comissão Permanente de Políticas de Igualdade Étnico-Racial (CPPIR) do Câmpus Águas Lindas promove nesta segunda-feira, 20, o I Encontro de Culturas Negras. O evento procura refletir sobre a condição do negro na sociedade brasileira, trazendo diversas manifestações de sua cultura, como filosofia, literatura, música e estética. A atividade conta com palestras, rodas de conversa, debates e oficinas.
Na abertura do evento, a técnica-administrativa Carla Oliveira, membra da CPPIR, explicou a importância da atividade: “a nossa comunidade é predominantemente de negros e pardos... no Câmpus Águas Lindas hoje, pela estatística que nós temos, 70% dos alunos se declaram negros, pardos ou indígenas, e muitas das vezes eles fazem essa declaração lá, mas não conseguem se identificar como tal, não conseguem se ver nessas políticas”, explicou.
Segundo Carla Oliveira, esse tipo de atividade auxilia no desenvolvimento da identidade dos estudantes e, por isso, a intenção é de que ao longo de todo o ano letivo outras atividades aconteçam em relação à temática, não se restringindo somente a datas oficiais. Após a abertura do evento, ocorreram duas palestras concomitantemente, uma sobre filosofia africana e outra sobre a África contemporânea.
A palestra “Filosofia Africana: outros modos de olhar” foi ministrada por Eliseu Pessanha e Luis Ferrara, ambos estudantes do programa de Pós-Graduação em Metafísica da UnB. Segundo Eliseu Pessanha há ampla produção de conhecimentos de matriz africana ou mesmo brasileira, no entanto, tais saberes são “sabotados”, em detrimento de visões de mundo dos colonizadores ocidentais. Entre outros questionamentos para introduzir o assunto, Eliseu pergunta: “por que a gente não tem acesso a um tipo de conhecimento que não seja o de nossos colonizadores?” Com esse tipo de questão o palestrante enfatizou a necessidade da busca de fontes alternativas para a leitura de mundo.
Na palestra “África contemporânea sob a perspectiva ideológica de Amílcar Cabral”, Danúbia Mendes, doutoranda do programa de Pós-Graduação em História da UFG, explicou o impacto do colonialismo na África e também no Brasil, elucidando ideias de Amílcar Cabral sobre o colonialismo português.
Programação
Na parte da manhã, concomitante às palestras, ainda houve duas oficinas: uma de Boneca Abayomi, ministrada por Leandor Soares e outra de Percussão, dirigida pelo professor Abílio Carrascal. Na parte da tarde, também aconteceram sete sessões de cine-debate, em que os discentes e servidores tiveram oportunidade de colocar em discussão diversas perspectivas e problemáticas enfrentadas pelas manifestações identitárias dos negros.
No período da noite ainda estão previstas as seguintes palestras e rodas de conversa: “Racismo e saúde mental” (Francklin Lino / IESB), “Saúde da população negra” (ABRADFAL), “Afrocentrar o caminho para continuar (re)existindo em uma sociedade eurocêntrica” (Ana Cláudia / UFG) e “Falando abertamente sobre o racismo” (Ludymilla Anderson Santiago Carlos – SEDEST MIDH/GDF). Também nesse período estão previstas as oficinas de Cabelo Afro (Thayrone Rocha da Silva) e de Boneca Abayomi (Leandro Sores), além da contação de histórias para crianças (Lucas Amorim / IFG), com a finalização do evento pelo Sarau Negro.
Comunicação Social / Câmpus Águas Lindas
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