I Seminário de Formação em Ensino de Literatura é iniciado no Câmpus Águas Lindas
As atividades terão outros três momentos: dias 18, 20 e 21 de dezembro
Foi iniciado nesta quinta-feira, 14, o I Seminário de Formação em Ensino de Literatura do Câmpus Águas Lindas do IFG. O evento é destinado a professores da rede estadual de Goiás, efetivos ou contratados, da área de Letras, Linguagens e Pedagogia, além de interessados pela temática.
Com a presença de alguns professores proponentes do projeto, o evento foi iniciado com a exposição da proposta de formação, além da apresentação dos participantes, desenvolvendo-se um momento de recepção em torno do tema “Diálogos sobre angústias, esperanças e desafios para a educação em letras e literatura na periferia goiana”.
“Justamente a proposta de fazermos essa apresentação é para vermos todas as questões que nos trazem angústia e isso é muito natural porque o espaço escolar é o espaço dessas contradições... existe a demanda de discutirmos questões anteriores ao ensino da literatura, de concepções de educação, de concepção pedagógica, da estrutura escolar”, ressalta Eduardo Santos, destacando ainda a existência de diversas cobranças por parte da família, do estado ou dos próprios professores a respeito do trabalho docente.
Eduardo Santos mencionou também a importância da realização do evento, tendo em vista o desenvolvimento de uma rede de colaboração entre professores das redes estadual e federal. Sendo possível, segundo o professor, trabalhar no futuro temas que vão além de conteúdos específicos, mas que tratem sobre concepções pedagógicas e problemas educacionais que afetam ambos os espaços de ensino-aprendizagem.
O professor Thiago André Leite, inspirado em Carlos Drummond Andrade, explicou que a língua portuguesa possui duas normas, a culta e a coloquial, considerando que é importante valorizar ambas em seus contextos: “a gente tem de ter essa tranquilidade de transitar entre as duas normas, porque de repente esse aluno veio com essa proficiência de uma outra norma, uma norma coloquial “, destacou.
Ainda na parte da manhã, a professora Ana Clara Medeiros conduziu um debate a fim de desvelar o motivo de autores como Bernardo Élis e José j. Veiga, escritores goianos, serem tão pouco conhecidos, quando em comparação com outros como Machado de Assis e Vinicius de Moraes.
Os parceiros de Águas Lindas
Na parte da tarde, as atividades prosseguiram com abertura do evento, conduzida pelo representante do Departamento de Áreas Acadêmicas, professor Rafael de Melo Monteiro, coordenador acadêmico. O professor ressaltou a importância da literatura na representação de contextos sociais marginalizados, como aquele referente à vida caipira tradicional. Tema que é trabalhado na obra de Antônio Cândido, “Os parceiros do Rio Bonito”.
O professor destacou que a população rural enfrenta problemas históricos no Brasil: “nós ainda temos o problema da concentração da terra no Brasil, o problema de acesso à terra especialmente pelos trabalhadores rurais empobrecidos, problemas de acesso às políticas públicas por parte dos agricultores familiares, dos camponeses, das populações quilombolas, das populações tradicionais, das quebradeiras de coco babaçu, dos caiçaras”, explicou. Segundo o professor, “a literatura faz esses registros, da luta pela terra, da privação dos camponeses do acesso à terra, da opressão dessa população rural”, por isso sua importância social.
Comunicação Social / Câmpus Águas Lindas
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