Encontro reúne participantes de projeto do IFG que leva robótica a escolas do município
Após cinco semanas de desenvolvimento do projeto, alunos e professores envolvidos discutem resultados obtidos
Nesta quinta-feira, 13 de dezembro, foi realizado o primeiro Encontro de Robótica Educacional do Instituto Federal de Goiás (IFG), no Câmpus Goiânia. O momento marcou a finalização da primeira etapa do projeto de extensão Robótica Educacional, desenvolvido pelo câmpus em escolas da rede municipal de ensino da capital. Na ocasião, professores e alunos participantes do projeto fizeram uma avaliação da experiência de levar a tecnologia, por meio da construção de robôs, como ferramenta para aquisição de conhecimento em escolas de ensino fundamental.
Segundo o professor do IFG – Câmpus Goiânia, Cláudio Afonso Fleury, coordenador do projeto, a ideia inicial era despertar o interesse dos alunos na área de tecnologia. Com o passar do tempo, os professores e demais envolvidos na execução do projeto perceberam que a curiosidade dos alunos instigou uma nova postura e motivação para aprender mais sobre Física, Biologia, Meio Ambiente, Artes, entre outras disciplinas.
Essa transformação no comportamento dos estudantes foi perceptível pelas professoras que acompanham diariamente as turmas nas escolas. “Eles pingaram uma gotinha colorida no futuro deles com a robótica. Melhorou a confiança de cada um dos alunos”, afirma Miriam Barbosa Ramos, diretora da Escola Municipal Professora Dalísia Elizabeth Martins Dolles, uma das unidades onde o projeto do IFG – Câmpus Goiânia foi desenvolvido.
Solange Lima, diretora da Escola Municipal João Braz, agradeceu pela vivência durante as oficinas de robótica educacional. “Despertou nos alunos o interesse que a gente não via. A tecnologia é objeto de desejo entre os jovens, e a oportunidade que esse projeto levou à nossa comunidade é única”, concluiu.
Felipe Henrique Alves, do 9º ano da Escola Municipal Dalísia Elizabeth Martins Dolles, é um desses estudantes que participaram das oficinas. Ele conta que nunca teve contato com a área antes e que a experiência impactou sua forma de ver as disciplinas. O garoto, de apenas 14 anos, diz que tem mais afinidade com a área de humanas, mas que é possível mesclar vários tipos de conhecimentos com a robótica.
Para Victor Felipe Fernandes, da Escola Municipal João Braz, as oficinas possibilitaram que ele aprofundasse o contato com a técnica de produção e programação de robôs. Ele conta que já pesquisava sobre o assunto antes de viver a experiência da robótica educacional em sua escola. “Fez com que eu gostasse ainda mais da área de informática”, contou.
Para a realização das oficinas, a equipe do IFG - Câmpus Goiânia contou com apoio de empresas parceiras, como a FAAFTECH Soluções Automotivas, Santos Dumont - Componentes Eletrônicos e a Entele Telecomunicações, que doaram recursos para a aquisição dos kits de robótica. Foram utilizados 20 robôs, desses cinco ficarão com as escolas que participaram do projeto. “A ideia é que a gente forme uma rede de robótica. A semente foi plantada”, afirma o professor Cláudio Fleury.
Oficinas
O professor do IFG - Câmpus Goiânia, Carlos Roberto da Silveira, conta que foram realizadas quatro oficinas durante cinco semanas nas escolas selecionadas para a aplicação do projeto. No primeiro encontro, os estudantes foram estimulados a trabalhar conceitos relacionados à velocidade e ao movimento, que remetem à Matemática e à Física.
Na segunda oficina, os professores trouxeram o sistema ultrassônico de localização de morcegos e outros animais para abordar questões sobre movimentação dos robôs e mecanismos para driblar obstáculos. Durante os encontros, alunos e professores utilizaram a robótica para brincar - e aprender - com a interdisciplinaridade.
“A que foi mais bem avaliada, segundo os alunos, foi a terceira oficina, mais lúdica, que foi a dança de robô. Nela eles conseguiam escolher o percurso dos robôs, os movimentos que eles fariam com luzes e a música de fundo”, comenta o professor Carlos Roberto. Para ele, o envolvimento dos estudantes vai ao encontro do objetivo do projeto, que é promover o aprendizado da robótica aliado a conceitos de disciplinas e áreas diferentes.
Para o professor, além da interdisciplinaridade, a robótica educacional ajudou a quebrar certos paradigmas dos estudantes, principalmente em relação à desvalorização do erro. “Muitos acreditavam que não podiam errar, porque eles aprendem que não podem errar e são valorizados pelo acerto. Na prática da tecnologia, quanto mais a gente erra, mais a gente tá aprendendo, pois o erro permite que você veja o que está por trás do aprendizado”, comenta.
Outro ponto destacado durante a execução do projeto nas escolas municipais foi o trabalho em equipe. Durante as oficinas, os estudantes eram estimulados a se organizarem em grupos e, juntos, encontrarem as soluções para os desafios propostos. Neste ponto, o coordenador do projeto, professor Claudio Fleury, destaca a participação dos alunos do curso técnico integrado em Eletrônica, Engenharia Elétrica e de Engenharia Controle e Automação do IFG - Câmpus Goiânia, que se voluntariaram a dividir o conhecimento que adquirem no Instituto junto aos colegas das escolas João Braz e Professora Dalísia Elizabeth Martins Dolles.
Thiago Pagiossi, do 3º ano de Eletrônica, conta que se viu em muitos dos estudantes das escolas escolhidas para a execução do projeto. O aluno, que atuou no projeto como estagiário voluntário, conta que não tinha muito conhecimento da área de robótica quando ingressou no curso técnico integrado ao ensino médio do IFG - Câmpus Goiânia e, por isso, reconhece a importância da experiência que o projeto proporciona para os estudantes ainda no ensino fundamental.
A experiência vivida no desenvolvimento do projeto nas duas escolas da rede municipal chamou atenção do Câmpus Ceilândia do Instituto Federal de Brasília (IFB), que veio conferir o Encontro de Robótica do IFG. “Li uma matéria sobre o projeto, fizemos contato com o professor Carlos e viemos aqui aprender com vocês. Queremos levar um projeto de extensão semelhante para a nossa unidade”, revelou a professora Rayana Schneider, do IFB. Além dela, estiveram presentes também os professores Gustavo Sandri, Alessandro Pinheiro, Lucas Romano e André de Brito.
Encontro
A primeira edição do Encontro de Robótica do IFG contou com a participação da diretora-geral do Câmpus Goiânia, professora Maria de Lourdes Magalhães, da equipe do Núcleo de Tecnologia Educacional da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia e de professores das Escolas Municipais Professora Dalísia Elizabeth Martins Dolles e João Braz.
Durante o evento, houve também a realização da mesa-redonda Tecnologia e Sociedade, que debateu os aspectos positivos e negativos da tecnologia na atualidade. Participaram da discussão o chefe de gabinete da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho, Ciência e Tecnologia de Goiânia (Sedetec), Celso Gonçalves Camilo Junior; os representantes de empresas parceiras do projeto, Fernando Antônio Aparecido, da FAAFTECH Soluções Automotivas, e o professor João Batista Pereira, representante da Entele Telecomunicações.
O debate foi mediado pelo professor Cláudio Afonso Fleury e contou também com a participação dos professores do Câmpus Goiânia, Carlos Roberto da Silveira, Ildeu Lúcio Siqueira, e do chefe de departamento de áreas acadêmicas IV, professor Vinícius Carvalhaes.
Logo após a mesa-redonda, os alunos participaram de uma edição do projeto Conhecendo o IFG, promovido pela Coordenação de Eventos da Gerência de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão do Câmpus Goiânia. Na ocasião, os estudantes das escolas municipais tiveram a oportunidade de saber mais sobre o Câmpus Goiânia, seus cursos, processos seletivos e visitaram os laboratórios da unidade.
Para encerrar, os estudantes das duas escolas participantes do projeto encararam uma competição de robótica, na qual a Escola Municipal João Braz foi a vencedora.
Confira mais informações sobre o projeto Robótica Educacional.
Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia.
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