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EXTENSÃO

Feira Agroecológica incentiva alunos e servidores a consumirem alimentos saudáveis

Publicado: Quarta, 13 de Março de 2019, 16h57 | Última atualização em Quinta, 14 de Março de 2019, 09h39

Comunidade acadêmica teve acesso a itens produzidos por agricultores familiares, sem uso de agrotóxicos e conservantes

Leonice Dias (à direita) expondo suas quitandas orgânicas, com gostinho caseiro
Leonice Dias (à direita) expondo suas quitandas orgânicas, com gostinho caseiro

A primeira edição da Feira Agroecológica dos Institutos Federais de Goiás (IFG) e Goiano (IF Goiano) passou pelo Câmpus Goiânia por volta das 11 horas da manhã. Enquanto os produtores - agricultores familiares - montavam seus postos de venda, alunos e servidores já se aglomeravam próximo à mesa onde dona Leonice Dias de Oliveira ajeitava suas quitandas para início das atividades. Antes mesmo do início da feira, os elogios às roscas e bolos de Leonice já circulavam pelo pátio do câmpus, isso porque são feitos com ingredientes orgânicos, ovos caipiras, leite tirado direto da vaca, sem conservantes e fermento químico.

A feira tem o objetivo de despertar o cuidado com a alimentação saudável e, com isso, promover a saúde e a sustentabilidade em meio à comunidade acadêmica. A ação é uma proposta do IFG, IF Goiano e do Subsistema Integrado de Atenção à Saúde (Siass). Para sua realização, agricultores familiares participaram de chamada pública, lançada pelos institutos. A ideia, conforme conta a nutricionista do Siass, Ariandeny Furtado, foi reunir produtores que trabalham com a agricultura familiar, justamente pelo perfil sustentável e agroecológico que possuem, uma vez que não utilizam agrotóxicos em seus alimentos e suas práticas de cultivo geram menos impactos ao meio ambiente.

Daniele (à esquerda) e Débora aproveitaram para experimentar as quitandas orgânicas de dona Leonice
Daniele (à esquerda) e Débora aproveitaram para experimentar as quitandas orgânicas de dona Leonice

 

A novidade animou estudantes e servidores do Câmpus Goiânia. Débora Gonçalves e Daniele Silva, do terceiro ano do curso técnico em Controle Ambiental, estudam questões relativas ao meio ambiente e comemoraram a iniciativa da feira se deliciando com um mané-pelado de dona Leonice. “Lembra muito minha casa, minha avó. A gente sente o gosto do que foi feito”, comenta Daniele.

Ela acredita que dar prioridade a alimentos orgânicos é a principal forma de preservar o meio ambiente, gerar menos lixo, ajudar as famílias que dependem desse cultivo e mudar o sistema econômico e agropecuário no qual o Brasil está inserido. “Atitudes como essa influenciam os produtores familiares, dão mais visibilidade a eles e ficam mais próximos. Muita gente acaba não consumindo esse tipo de produto, porque o acesso é difícil. Isso (a feira) ajuda a conscientizar sobre consumo”, conta Daniele.

Kathleen estuda sobre as possibilidades da agricultura familiar e levou uma variedade de itens
Kathleen estuda sobre as possibilidades da agricultura familiar e levou uma variedade de itens

 

Kathleen Gonçalves também fez a feira e levou jiló, farinha, abóbora e quitandas. A aluna do curso de Controle Ambiental diz se interessar pela agricultura familiar e acha importante atitudes para valorizar a prática. “Fiz um curso na plataforma do Ministério do Meio Ambiente que abordava justamente a agricultura familiar, sobre como ela é rica para a gente e para o meio ambiente. Faço questão de comprar”. Quem também saiu com uma sacola ecológica lotada de itens foi a estudante do curso de Engenharia de Transportes, Carina Catani. “Minha mãe até fez uma lista com o que eu preciso comprar”, completou.

O servidor Ricardo Roqueto veio com a família conferir os produtos. Ele afirma que gosta de consumir hortaliças livres de agrotóxicos e ressaltou que a realização da feira no seu local de trabalho vai facilitar o acesso a esse tipo de produto. Para reforçar o caráter sustentável da iniciativa da Instituição, a família utilizou o carrinho de bebê da filha para carregar os legumes e verduras, sem precisar de sacolas plásticas.

O servidor Ricardo, acompanhado de sua família, apoiou a iniciativa da feira agroecológica
O servidor Ricardo, acompanhado de sua família, apoiou a iniciativa da feira agroecológica

 

Quem também estava animada era a produtora Elcimeire Pereira. Ela, que trabalha e mora no assentamento de Canudos, próximo a Palmeiras de Goiás, trouxe, para a feira do Câmpus Goiânia, doces, banana em chips e desidratadas, conservas e ervas para chá. Elcimeire conta que tudo é feito com matéria-prima plantada no assentamento. “A gente planta de tudo e usa de tudo também”, afirma. A prova disso é que até as cascas de laranja acabam virando doce, chamado “Frescurinha de Laranja”.

Para a produtora, participar da feira é uma forma de ter mais esperança e prosperidade em sua atividade enquanto agricultora familiar. “São quase 90 quilômetros do assentamento até aqui. Espero que vocês gostem do que a gente trouxe”, finaliza.

A agricultora familiar Elcimeire atendendo alunos e servidores, que procuraram seus doces e ervas para chás
A agricultora familiar Elcimeire atendendo alunos e servidores, que procuraram seus doces e ervas para chás

 

Saúde e sustentabilidade

A médica do Siass, Paula Christina Figueiredo, reforçou a importância da feira em um local como o Câmpus Goiânia. “O câmpus é vivo e a integração acontece”, comemora. Ela explica que a feira é um projeto de extensão que tem como objetivo, também, integrar as comunidades acadêmica e externa, despertando a sede pela promoção da saúde.

Para a nutricionista Ariandenny Furtado, um dos princípios da feira é promover uma alimentação saudável, acessível, com preço justo e que valorize a iniciativa agroecológica. Ela reforça que, por meio desse projeto, será possível implementar o Programa Nacional de Alimentação Escolar, que oferece às instituições recursos públicos para a promoção alimentar nas escolas. A exigência do programa é que 30% da verba seja gasta com produtos da agricultura familiar, explica a nutricionista. “A nossa proposta é que a gente atinja 100% e a forma de fazer isso foi por meio de chamada pública (pela qual foi realizada a feira). Esse é um passo muito importante para estarmos com esses agricultores e, por meio de troca, ir qualificando-os para que a gente possa implementar o programa ainda esse ano”, acrescenta.

Para finalizar, Ariandenny ressalta que a realização da feira agroecológica é uma forma do IFG cumprir seu papel enquanto instituição de ensino. “Nós, enquanto Instituição, temos um papel ético, moral e social. É obrigação nossa estimular uma sociedade mais igual. Se a gente fomenta um sistema alimentar oriundo do agronegócio, a gente vai contra todos os nossos princípios enquanto Instituição. Quando a gente faz essa feira, a gente está falando que tipo de alimento que a gente quer que a nossa comunidade consuma e que tipo de sistema alimentar a gente está fomentando”, conclui.

A feira será realizada toda segunda quarta-feira do mês, das 8 às 10 horas, na Reitoria do IFG; das 11 às 14 horas, no IFG – Câmpus Goiânia, e das 15 às 17 horas, na Reitoria do IF Goiano.

Saiba mais sobre o projeto.

 

Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia.

 

 

 

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