Livro publicado por professora do IFG aborda o tema da violência contra mulheres em Goiânia
A obra é resultante da dissertação de mestrado desenvolvida pela professora do Câmpus Goiânia do IFG, Neide Barros
O último dia 25 de novembro foi marcado por ações e campanhas em alusão ao Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher, data que foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1999. Esse assunto é tema central do livro “Histórias escritas com sangue - Uma análise de processos judiciários de assassinatos de mulheres em Goiânia (1970- 1984)”, lançado neste mês pela professora do Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG), Neide Barros.
O livro, publicado pela editora Brasil Publishing, é fruto da pesquisa de mestrado da professora Neide Barros de título: “'Perdidos De Amor?”': Relatos De Assassinatos de Mulheres Em Goiânia (1970-1984)”, defendida em 2017 no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de História, da Universidade Federal de Goiás (UFG). A pesquisa contou com a autorização do Tribunal de Justiça de Goiás e teve apoio do CNPq.
No livro, processos judiciais de assassinatos de mulheres que ocorreram entre os anos de 1970 e 1980, em Goiânia, são analisados, bem como apresentadas discussões sobre movimentos sociais/feministas regionais. Além disso, são apontadas questões a respeito de como as instituições do judiciário em Goiás lidavam com os casos de violência contra mulheres à época.
De acordo com a publicação, são reveladas as lógicas patriarcais de um poder masculino em Goiás, que, através da violência, se apropriava do corpo feminino (através da vida e da morte) das vítimas. Para a autora Neide Barros, o livro apresenta reflexões sobre como tais questões são construídas historicamente e como ainda atingem toda a sociedade no presente.
Pesquisa
Na dissertação de mestrado desenvolvida pela professora Neide Barros e também no livro resultante da pesquisa, a questão do feminícidio é discutida, pois, embora o termo tenha sido incorporado ao Código Penal entre os crimes hediondos há pouco tempo por meio da Lei nº 13.104/15, a pesquisa mostrou que o conceito de feminícidio já era usado desde os anos setenta pelas feministas que questionavam o assassinato de mulheres e se mobilizavam para erradicar tal violência.
Na pesquisa, foram identificados no total 14 casos de assassinatos de mulheres, de 1970 a 1984 em Goiânia, com 16 mulheres que se encontravam na posição de vítimas, enquanto haviam 14 homens como réus/investigados. A professora Neide Barros analisa no estudo, que, apesar de não parecer um número expressivo de processos judiciais, é preciso destacar que a pesquisa frisou no recorte de apenas uma das varas de homicídios que havia em Goiânia no período. Além disso, ela aponta que, mesmo que haja uma obrigatoriedade de que todos os crimes dessa natureza sejam registrados pelo poder policial, todavia, não é possível afirmar que naquele momento histórico, entre 1970 a 1984, havia um total controle de casos de violência contra mulheres em Goiânia.
O livro “Histórias escritas com sangue - Uma análise de processos judiciários de assassinatos de mulheres em Goiânia (1970- 1984)” pode ser adquirido pelo e-mail da professora Neide Barros: neidecelia@gmail.com ou pelo site da editora: https://aeditora.com.br/
Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia do IFG.
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