Projeto do Câmpus Goiânia estimula aprendizado por meio de tecnologia em escolas municipais
Copa Scratch oferta oficinas de programação a discentes dos últimos anos do ensino fundamental da rede pública
Estudantes de escolas públicas municipais da capital recebem o projeto de extensão do Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás (IFG), a Copa Scratch. A ação consiste em ofertar oficinas para integrar o aprendizado de sala de aula à linguagem de programação Scratch, software gratuito criado pelo grupo Lifelong Kingerdarten do Media Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Atualmente, o projeto atende alunos dos últimos anos do ensino fundamental das escolas municipais João Braz, na Vila Jardim São Judas Tadeu, e Professor Aristoclides Teixeira, na Vila Jardim Pompéia.
As oficinas são ministradas duas vezes por semana, nas próprias escolas. Professores e discentes do Câmpus Goiânia, que atuam como monitores no projeto, se deslocam para atender os estudantes da rede municipal de ensino e auxiliá-los no desenvolvimento de projetos por meio do Scratch.
O professor Carlos Roberto da Silveira Junior, coordenador da ação, explica que o objetivo é estimular o pensamento computacional nos estudantes das 8º e 9º séries do ensino fundamental de escolas públicas. Para isso, são realizadas oito oficinas em que eles aprendem a ferramenta, de forma gradativa, e possibilitando a criação de um sistema que contém personagens, cenários, sons e interações que resultam em um jogo ou animação. Os estudantes são divididos em equipes para a realização dos projetos.
Estudantes das escolas municipais devem entregar os projetos após oito oficinas, nas quais aprendem sobre a linguagem Scratch e reforçam conteúdos vistos em sala de aula
Terminadas as oficinas e após a criação do projeto digital, os discentes apresentam o conteúdo elaborado de forma divertida e competitiva. “A cada oficina é realizado um questionário de jogos de perguntas e respostas em que eles vão pontuando. Ao final do projeto, eles apresentam o resultado final e ganham nessa competição a Copa”, explica Carlos.
Na escola Professor Aristoclides Teixeira, participam do projeto cerca de 30 discentes. Eles são selecionados, conforme demonstram interesse, pela direção da unidade. Segundo a diretora, Adriana Pires Mota, o envolvimento dos alunos após o início das atividades do projeto é notório. “Esse projeto vem somar no trabalho pedagógico. A gente percebeu que veio contribuir na concentração dos nossos alunos, no desenvolvimento e desempenho dos nossos alunos, principalmente na área da matemática, onde eles tinham maior dificuldade de concentração. Vem ajudar mesmo no trabalho do professor da sala de aula”, afirma a diretora.
As oficinas ocorrem no período vespertino para estudantes matriculados no turno da manhã. Dessa forma, as atividades ajudam a reforçar conteúdos lecionados em sala de aula, mas utilizando o computador e o ambiente lúdico dos jogos e vídeos como linguagem que se aproxima mais desses discentes, ajudando a interiorizar as disciplinas. “Aquela ideia do professor trabalhar um livro didático, trabalhar o quadro, já não tem muito interesse. Ele não consegue ter a atenção dos alunos. Essa ideia de levar as tecnologias para dentro da sala de aula, para esse processo, e o aluno poder acessar vários tipos de informações, a vários gêneros textuais e produzir também, é interessante”, comenta Nilza Abadia Pereira, Apoio do Núcleo de Tecnologias Educacionais da Gerência de Tecnologia Educacional da Secretaria Municipal de Educação de Goiânia, que também acompanha a realização das oficinas da Copa Scratch nas escolas atendidas pelo projeto de extensão do IFG.
Além de estimular os estudantes ao integrar a tecnologia da linguagem Scratch, o projeto também auxilia os professores das escolas municipais ao direcionar os alunos a trabalharem em seus projetos disciplinas cujo desempenho deixa a desejar. O professor da área de Eletrônica do Câmpus Goiânia, que atua no acompanhamento das oficinas, Ricardo Henrique Fonseca Alves, conta que uma dessas disciplinas sugeridas foi a Geografia.
Equipe de Alan Tauler Carvalho de Queiroz (à frente) discute sobre com inserir pontos turísticos de Goiânia no vídeo interativo para a Copa Scratch
Segundo ele, a docente responsável por lecionar a matéria na Escola Professor Aristoclides Teixeira disse que muitos alunos não conhecem a própria cidade de Goiânia. A sugestão dada foi desenvolver um projeto que tivesse como foco a capital. E com essa ideia, a equipe do Alan Tauler Carvalho de Queiroz está desenvolvendo um vídeo em que o personagem principal percorre pontos turísticos goianienses, como a Praça Cívica, Centro Cultural Oscar Niemeyer, Bosque dos Buritis, entre outros.
A aluna do 8º ano, Nicolly Souza, e sua equipe optaram por trabalhar a Matemática em um jogo interativo. Ela explica que seu projeto consiste em tornar o aprendizado da matéria divertido: o usuário, após fazer o login para entrar no jogo, será apresentado a uma determinada pergunta ou operação matemática. Abaixo da pergunta, aparecem três portas que sinalizam possíveis respostas. O jogador avança conforme for abrindo as portas que contêm as respostas corretas. Para ela, a elaboração do jogo ajuda a entender mais o conteúdo de matemática e acredita que várias pessoas poderão aprender com seu jogo. “Quando você faz uma coisa, é mais fácil do que você vê alguém fazendo. Então você aprende”, reforça.
Nicolly Souza durante oficina da Copa Scratch. Ela trabalha na configuração de um jogo virtual que tem como foco a matemática
E o aprendizado abrange não apenas os alunos atendidos pelos projetos, mas também os monitores que atuam nas oficinas. Eles são estudantes dos cursos técnicos integrados em Eletrônica e das Engenharias Mecânica e de Controle e Automação do Câmpus Goiânia. Filipe Antunes Miranda, do 3º ano do técnico integrado em Eletrônica, conta que aprimorou bastante sua comunicação ao compor a turma de monitores da Copa Scratch e que aprende ao passar o que sabe aos estudantes. “Por estar aqui ensinando coisas para outros alunos, acaba que eu relembro de algumas coisas. Acabo arrumando formas melhores de ensinar. Acho que é um coletivo de conhecimento que ajuda bastante”, conclui.
Atualmente, atuam como monitores os discentes do Câmpus Goiânia: Julia Vieira Pontes, Rakel Germano Couto e Arthur Skowronski Passos, de Engenharia de Controle e Automação; Augusto Felipe Moreira de Oliveira, da Engenharia Mecânica; Danilo Gama Mendes de Morais, Lucas Wanderley e Filipe Antunes Miranda, do técnico integrado em Eletrônica. Eles são acompanhados pelos professores Ricardo Henrique Fonseca Alves e Carlos Roberto da Silveira Junior, Cloves Ferreira Júnior, Ricardo da Silva Santos, Priscila Branquinho Xavier, André Rodrigues Coimbra, Dulcinéia de Castro Santana, Hugo Leonardo da Silva Belisário. O projeto é realizado com recursos do Edital da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação da Educação (Setec/MEC), com apoio do Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) e da Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia do IFES (Facto).
Conheça mais sobre o projeto de extensão Copa Scratch do Câmpus Goiânia do IFG.
Acompanhe o Instagram do projeto.
Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia do IFG
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