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EXTENSÃO

Curso Inclusão digital de trabalhadoras e trabalhadores inicia aulas no Câmpus Goiânia

Publicado: Segunda, 06 de Março de 2023, 18h29 | Última atualização em Segunda, 20 de Março de 2023, 10h09

Projeto que atende terceirizados, aposentados do IFG e mulheres em situação de vulnerabilidade pretende capacitar e formar também pensamento crítico entre os participantes

O curso foi ofertado inicialmente em 2019 e teve suas atividades suspensas durante a pandemia
O curso foi ofertado inicialmente em 2019 e teve suas atividades suspensas durante a pandemia

Ana Maria Gomes trabalha no Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás há 5 anos. Ela compõe o quadro de terceirizados da Instituição e está em uma das duas turmas da segunda edição do curso de extensão Inclusão digital para trabalhadoras e trabalhadores, ofertado pelo câmpus. O acesso que Ana Maria tem ao mundo virtual, atualmente, se limita aos áudios que envia e recebe pelo Whatsapp, mas a ideia é ampliar as possibilidades que o aparelho celular pode trazer para o seu dia a dia. “Estou superfeliz porque nunca tive chance de fazer um curso de informática na minha vida”, conta.

Assim como Ana Maria, outras 40 pessoas iniciaram no último sábado, 4 de março, as aulas do curso de extensão do Câmpus Goiânia que tem o objetivo de incluir digitalmente trabalhadores, proporcionar dados e informações sobre direitos trabalhistas e sociais, orientações acerca da organização sindical e popular, além de capacitar os participantes na área de atendimento e recepção. As turmas são formadas por trabalhadores terceirizados e aposentados do câmpus, incluindo também mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica, assistidas pela Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM) da Prefeitura de Goiânia.

Para Ana Maria, a oportunidade de participar da nova turma do curso é dar um passo importante rumo à autonomia para atividades como pedir uma corrida por aplicativo, pagar contas e fazer transferências via pix. “É minha filha que cuida disso para mim. Se ela sair de casa, como que faço, né? Então é bom porque vou aprender”, espera a zeladora. A ideia do curso de extensão é justamente alcançar esse público mais carente de informação e formação na área, capacitando-o. “O que para muitos de nós pode ser corriqueiro, para alguns não é. Um exemplo é fazer uma pesquisa de preços pelo celular. Tudo isso representa não apenas economia de tempo, mas também de recursos, que a pessoa pode ajudar valorar seu salário, por exemplo. […] Essa formação também pode contribuir para que tenha domínio sobre técnicas e programas que podem permitir outras possibilidades de conceber outros cursos e outros processos formativos”, explica o professor Walmir Barbosa, que compõe o corpo docente do curso.

Após a primeira aula, Ana Maria já demonstra empolgação com os primeiros conhecimentos adquiridos. “Que coisa boa o IFG proporciona para nós, né. Eu acho a coisa mais chique é mexer em computador e agora eu vou poder fazer isso”, brinca.

 

Estudantes bolsistas auxiliam as aulas durante o curso

 

Inclusão digital e pensamento crítico

O curso é composto por três módulos – um sobre inclusão digital, outro que envolve noções de direitos sociais e trabalhistas e outro sobre atendimento e recepção – que são ministrados de forma correlata. Além de aprender a usar o computador e o celular, seus programas e aplicativos, o curso tem foco promover discussões sobre direitos sociais, principalmente na área trabalhista, com o intuito de instigar o pensamento crítico dos alunos. “A segunda parte (do curso) é um módulo que vai tentar trazer, primeiramente, uma noção básica sobre como foi historicamente a trajetória dos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil e no mundo, a importância de saber o que é um sindicato, da função do sindicato, como atuar, como exigir do sindicato uma posição firme na defesa dos trabalhadores e trabalhadoras”, complementa Walmir.

Com o embasamento histórico e as noções sobre direitos sociais, aliado ao conhecimento na área digital, espera-se, ao final do curso, que os participantes consigam realizar o controle social, por exemplo, junto aos órgãos público para cobrar melhorias na área da educação e saúde, incluindo mobilizar seus sindicatos para reivindicar seus direitos trabalhistas.

Nessa edição, o Câmpus Goiânia oferta duas turmas: uma no período matutino e outra no vespertino. Mais de 90% das turmas são compostas por mulheres, principalmente após a inscrição de mulheres vindas por indicação da Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM) da Prefeitura de Goiânia, em decorrência de parceria com o IFG já firmada para outro projeto, o Saberes e Sabores.

“Enxergamos que a participação de mulheres em situação de vulnerabilidade, indicadas pela SMPM nos permite dialogar entre pessoas de variados contextos de vida e de trabalho e isso mostra uma importante questão social na medida em que o público é formado, sobretudo, por um segmento da sociedade historicamente vulnerável economicamente e, como consequência, são negligenciadas a educação, a cultura, o lazer, o acesso digital e as inovações tecnológicas, entre muitas outras vulnerabilidades”, comenta Dagmar Borges, coordenadora do curso.

Segundo Walmir, o projeto tem a perspectiva de ser referência de inserção da Instituição junto às demandas populares, estimular outros projetos para ampliar a função social do IFG e promover a aproximação e engajamento nas camadas sociais.

Além dos docentes, o curso conta com dois monitores bolsistas, que são estudantes dos cursos técnicos integrados ao ensino médio: Matheus Ribeiro Belém, de Controle Ambiental, e Pedro Henrique Cardoso de Oliveira, de Edificações. A diretora do Câmpus Goiânia, professora Adriana dos Reis Ferreira, também atua no projeto ministrando aulas na área de técnicas de atendimento e recepção.

Saiba mais sobre o curso.

 

Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia 

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