Steam4Girls contabiliza 11 escolas públicas atendidas e 300 alunas incentivadas para o protagonismo feminino nas Ciências

Projeto Steam4Girls reúne professores e alunas do Câmpus Goiânia que incentivam meninas de escolas públicas para o protagonismo feminino nas Ciências.

Criado em 2019, o projeto Steam4Girls: aprendizagem criativa para o estímulo de meninas cientistas completa, em 2023, cinco anos de desenvolvimento de ações voltadas ao incentivo de alunas de escolas públicas da região metropolitana de Goiânia. O projeto de extensão tem por objetivo capacitar meninas para que obtenham conhecimentos de Informática, Robótica e de Engenharia, além de incentivar uma maior participação feminina na Ciência. Desde o início do projeto, foram promovidas oficinas em 11 escolas públicas, somando cerca de 300 alunas participantes.

O projeto de extensão Steam4Girls é coordenado pelo docente do Câmpus Goiânia do IFG, Carlos Roberto da Silveira Júnior, e conta também com a participação das professoras Thamise Sampaio Vasconcelos Vilela e Lorrane Pereira Ribeiro e mais a psicóloga Cintia Campos Ferreira, que são servidoras no Câmpus Goiânia do IFG.

Alunas dos cursos técnicos integrados em Eletrônica e Telecomunicações e da Engenharia de Controle e Automação do Câmpus Goiânia colaboram também com o projeto enquanto bolsistas e participam na promoção das oficinas nas escolas públicas. Desde o início do Steam4Girls em 2019, o projeto já foi contemplado com recursos destinados à seleção de alunas do Câmpus Goiânia para atuarem como bolsistas por meio de editais lançados pela Gerência de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão (Gepex) do Câmpus Goiânia.

Confira a reportagem sobre o projeto Steam4Girls produzida pelo Sistema Sagres

Além dos editais internos do Câmpus Goiânia, o Steam4Girls também é um dos projetos aprovados e subsidiados com recursos para bolsistas por meio dos editais da Pró-reitoria de Extensão (Proex) do IFG, que visa fomentar as ações de extensão em toda a Instituição, incentivando a atuação de servidores e estudantes com a comunidade.

A primeira ação do projeto Steam4Girls começou na Escola Municipal Professora Dalísia Elizabeth Martins Doles, situada no setor Goiânia 2, na capital. Após a sua primeira edição, o projeto soma 11 escolas públicas contempladas com a ação de extensão, a saber: Escola Municipal Professora Dalísia Elizabeth Martins Dolles; Escola Municipal João Brás; CEPI Olga Mansur; CEPI Aécio Oliveira de Andrade; Escola Municipal Professor Aristoclides Teixeira; Escola Municipal Dona Rosa Martins Perim; CEPI José Honorato; CEPI Dom Abel; Escola Municipal Aliança (situada em Hidrolândia); Escola Municipal Professora Deushaydes de Oliveira; Escola Municipal Senador Darcy Ribeiro.

Ao longo desses cinco anos, foram cerca de 300 meninas que participaram do projeto Steam4Girls. Para o coordenador do projeto, professor Carlos Roberto da Silveira Júnior, esses anos consolidaram a ação de extensão institucionalmente e também junto às escolas estaduais e municipais. Essa trajetória resultou também no reconhecimento público da relevância dessa ação de extensão, por meio de premiações recebidas, como a honra ao mérito atribuída, em 2019, pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e o diploma de honra ao mérito, recebido em 19 de junho de 2023 pelos integrantes do projeto, durante sessão especial em homenagem à robótica conferida pela Câmara Municipal de Goiânia.

“O projeto nasce em 2019, recebendo apoio da Instituição desde o início. Nós desenvolvemos o projeto pensando que representasse uma experiência para a aluna, mas não um projeto rápido, mas sim um projeto de 14 encontros, de forma que, gradativamente, ela (a aluna) possa aprender sobre as áreas científicas, sobre robótica, programação, montagem, impressão 3D, corte a laser e várias outras ferramentas que a gente tem dentro do projeto”, explica o professor Carlos Roberto da Silveira Júnior.

Além da ênfase em conhecimentos nas Ciências Exatas, o projeto Steam4Girls também incentiva o protagonismo feminino. “Nós temos uma biblioteca de livros sobre mulheres que se destacaram em áreas científicas, em diferentes áreas, para mostrar para elas (as alunas) que temos vários exemplos de mulheres que se destacaram, que fizeram a diferença”, comenta o professor Carlos.

Parceiros

Neste ano, as ações do projeto Steam4Girls foram desenvolvidas junto a duas escolas da rede municipal de ensino de Goiânia: a Escola Municipal Professora Deushaydes de Oliveira, localizada no Residencial Celina Park; e a Escola Municipal Senador Darcy Ribeiro, situada no setor Recanto das Minas Gerais. No projeto, professores e estudantes do Câmpus Goiânia vão até as escolas públicas participantes e ministram oficinas sobre as áreas científicas, robótica e programação nas terças e quintas-feiras à tarde.

Além da atuação de professores e alunas do Câmpus Goiânia e do corpo docente das escolas atendidas, o projeto Steam4Girls tem o apoio do Núcleo de Tecnologia da Educação da Secretaria Municipal de Educação (SME) de Goiânia, por meio do auxílio do responsável Gilson Luis Costa de Oliveira. Na opinião de Gilson Luis, o projeto Steam4Girls é relevante para as estudantes das escolas públicas: “É uma oportunidade delas verem a prática mesmo, que muitas vezes a gente só vê nos livros e não tem essa oportunidade de conhecer fora da escola. E estimula até a curiosidade delas ”.

Além das oficinas nas escolas públicas, as participantes do projeto estiveram no Câmpus Goiânia do IFG para conhecerem a Instituição por meio de uma edição especial do projeto Conhecendo o IFG para o Steam4Girls neste mês de novembro. As visitas ocorreram com as estudantes da Escola Municipal Senador Darcy Ribeiro, no dia 14 de novembro; e no dia 17 de novembro, foi a vez das alunas da Escola Municipal Professora Deushaydes Rodrigues de Oliveira, que também participaram do Steam4Girls, conhecerem o Câmpus Goiânia do IFG.

Participantes

_{Alunas da  Escola Municipal Senador Darcy Ribeiro ( da esquerda para direita): Jordana Vitória e Jennifer Correia.}

No momento, o projeto conta com 25 alunas da Escola Municipal Senador Darcy Ribeiro participando das oficinas neste segundo semestre letivo de 2023. Entre essas, está a estudante Jennifer Alves Correia, do 7º ano do ensino fundamental. Ela comenta que a sua experiência como participante do projeto tem sido muito legal. “Eu tô achando muito bom, porque tenho me aberto muito mais com as pessoas, você aprende muito mais. É muito legal você mexer com robótica na prática. Com esse projeto, eu comecei a me soltar mais, conversar mais, perguntar mais sobre o projeto”, ressalta Jennifer.

Na opinião da estudante Jennifer, a presença de outras meninas, que são alunas do Câmpus Goiânia do IFG e atuam como monitoras no projeto, também é um aspecto positivo. “Eu acho muito legal porque a gente tem uma experiência maior e um entendimento maior também por elas serem da nossa geração, por saber explicar do nosso jeito, para a gente entender mais. A gente consegue entender muito por causa da maneira que elas falam com a gente”.

Outra estudante de Escola Municipal Senador Darcy Ribeiro e que também é uma das participantes do projeto Steam4Girls é a Jordana Vitória, do 8º ano do ensino fundamental. Ela veio conhecer o Câmpus Goiânia do IFG no último dia 14 de novembro. Sobre o projeto Steam4Girls, ela avalia: “Eu acho que tem despertado um conhecimento melhor na gente, tem nos juntado mais, porque a gente era muito separada. Eu mexo com tecnologia mas não sabia que tinha como fazer um robozinho dançar assim pelo computador, que tinha como fazer isso que as meninas (monitoras do projeto) estão ensinando para a gente”.

Monitoras

O aprendizado ocorre não somente para as estudantes das escolas públicas, assim como também para as alunas do Câmpus Goiânia que são bolsistas no projeto Steam4Girls. Uma das monitoras é a aluna do 3º ano do curso técnico integrado em Telecomunicações do Câmpus Goiânia do IFG, Gabrielle Teixeira de Sousa. Ela ingressou em agosto como bolsista nessa ação de extensão e destaca o que tem aprendido desde então: “A gente gosta muito, porque a gente acaba sendo inspiração para as meninas. A gente consegue trabalhar mais a cooperatividade, a gente consegue interagir mais, consegue ensinar para elas, então é bem interessante”.

A respeito da participação das mulheres nas Ciências, Gabrielle avalia que é necessária uma maior presença feminina em algumas áreas acadêmicas. “A gente sempre vê um homem ali à frente da robótica, então, a gente tem que instigar mesmo para que as mulheres entrem nesse mundo também, para elas terem as mesmas oportunidades. É como se as mulheres fossem invisibilizadas nas áreas de Engenharia, Física, Tecnologia”.

Para a outra monitora do projeto, a estudante Karen Kristiny Ramos da Silva, do 4º período do curso de Engenharia de Controle e Automação do Câmpus Goiânia, a participação no Steam4Girls a fez vislumbrar a docência como um horizonte profissional. “Entrei (no projeto) tem menos de um mês. É interessante. Confesso que nunca me vi sendo professora, mas até gostei. É uma forma de lidar melhor com as pessoas, achei bem legal. A gente consegue instigar elas a entrar no mundo da tecnologia”.

Karen considera que se tivesse participado, ainda no ensino fundamental, de um projeto de incentivo para meninas cientistas, como o Steam4Girls, isso teria ajudado em sua decisão sobre a escolha de seu curso superior. “Eu sempre gostei muito da área da programação, porém eu só descobri a eletrônica quando cheguei aqui. Se eu tivesse a oportunidade que elas têm agora, nossa seria muito melhor para mim, porque não teria dificuldade em algumas coisas”.

_{Professores e alunas integrantes do projeto Steam4Girls no laboratório, no Câmpus Goiânia do IFG.}

Leia outras matérias sobre o projeto Steam4Girls:

• Projeto Steam4Girls incentiva a participação de meninas nas áreas de Informática e Exatas
• Professor do Câmpus Goiânia recebe prêmio Amigos da CT&I em Goiás pelo desenvolvimento do projeto Steam4Girls

Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia do IFG.