Evento do Programa de Pós-Graduação em Educação do IFG é aberto com debate sobre inteligência artificial
Docentes e membros de movimentos sociais trouxeram pontos sobre a necessidade da reflexão sobre o uso de forma crítico das ferramentas digitais
Iniciou nesta quarta-feira, 29 de novembro, o II Seminário de Pesquisa e o I Seminário de Autoavaliação do Programa de Pós-Graduação em Educação do Instituto Federal de Goiás (PPGE/IFG), ofertado pelo Câmpus Goiânia. O evento teve sua palestra de abertura, intitulada Olhares cruzados sobre a educação e a inteligência artificial, realizada no auditório Demartin Bizerra e contou com a participação de professores e estudantes do mestrado e do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática da Universidade Federal de Goiás (PPGECM/UFG), instituição parceira do evento, juntamente com o Planetário da UFG. A programação segue até o dia 1º de dezembro no Câmpus Goiânia.
A coordenadora do PPGE/IFG, professora Joana Peixoto, abriu as falas do seminário chamando a atenção dos participantes sobre a necessidade de uma formação docente mais rigorosa e crítica, principalmente diante do contexto social mais recente, quando a educação sofreu com os ataques do autoritarismo e conservadorismo políticos instaurados no Brasil no último governo. Por isso, um dos pontos tratados nesta tarde foi a questão da inteligência artificial (IA) e seus impactos no ensino, nas produções acadêmicas e artísticas.
Da esquerda para a direita: professora Claudia Helena dos Santos Araújo (PPGE/IFG), Adda Daniela Lima Figueiredo Echalar (PPGE-PPGECM/UFG), Leonardo Zenha (UFPA) e Gabriel Simeone (MTST)
A comissão organizadora dos seminários trouxe para debater o assunto Adda Daniela Limpa Figueiredo Echalar (PPGECM/UFG), o professor Leonardo Zenha, da Universidade Federal do Pará e Gabriel Simeone, coordenador nacional do Núcleo de Tecnologia do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Gabriel compartilhou sua perspectiva sobre como a IA pode ser desastrosa, mas também uma ferramenta importante para a sociedade, principalmente se for utilizada pelo viés da educação e formação crítica dos cidadãos. Ele salientou que o “bem” ou o “mal” está nas mãos de quem opera essa tecnologia e, portanto, compartilhou a experiência do MTST/SP que consiste em ensinar professores e crianças de escolas públicas paulistas sobre como usar essas ferramentas tecnológicas.
Voluntários, ligados ao movimento dos trabalhadores sem teto de São Paulo, são os responsáveis por levar para essas escolas o saber técnico sobre essa tecnologia, mas também as preocupações do MTST que são: debate sobre soberania digital popular; trabalho, uma vez que as plataformas digitais são organizações autossuficientes de trabalhadores que tentam atualizar o debate da economia solidária; e a terceira preocupação, como cita Gabriel, é na área da educação. “Nós, dentro do MTST, temos como projeto político que o ensino de programação seja incluído no ensino básico de todas as escolas do país. Nós achamos que isso é tecnicamente possível. E não é enchendo as escolas de computadores. Não nos faltam computadores. Os computadores são importantes. Mas, hoje, existe mais capacidade computacional do que consciência sobre ela”, completa.
Evento ocorre em parceria com o Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática da Universidade Federal de Goiás (PPGECM/UFG) e Planetário da UFG
Programação
No período da manhã, os seminários contaram com a palestra A atual política de avaliação da pós-graduação no Brasil: desafios e perspectivas para os programas de stricto sensu em educação, com Daniela da Costa Britto Pereira Lima, do PPGE/UFG. Já no período vespertino, além da palestra sobre os impactos da Inteligência Artificial na educação, no trabalho e nas artes, houve também o espetáculo teatral NIQ, com o professor do PPGE/IFG, Júlio Vann. A peça conta a história de um palhaço-carteiro que anda pelo mundo tentando entregar cartas esquecidas no correio. Pelo caminho, ele vai compartilhando sua história com quem encontra. Escrita, dirigida e interpretada pelo professor Júlio Vann, o monólogo mistura drama e palhaçaria.
NIQ, o palhaço-carteiro contador de histórias, criado e interpretado pelo professor do PPGE/IFG, Júlio Vann
O evento continua até o dia 1º de dezembro e tem em sua programação palestras, minicursos, apresentações culturais e apresentação dos projetos de pesquisa dos estudantes vinculados ao PPGE/IFG.
Para conferir todos os detalhes, basta acessar a página do evento: https://eventos.galoa.com.br/sapifg-2023/calendar/3414/2023-11-29
Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia
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