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Setembro Amarelo

“Devemos falar em suicídio todos os dias, todas as horas, e não só em um mês”, afirma psicóloga em palestra

Atividade foi organizada pela Diretoria de Desenvolvimento de Recursos Humanos, por meio da Coordenação de Assistência ao Servidor (CAS)

  • Publicado: Terça, 25 de Setembro de 2018, 11h35
  • Última atualização em Terça, 09 de Outubro de 2018, 18h05
Palestra, na Reitoria, sobre suicídio
Palestra, na Reitoria, sobre suicídio

 

Tema que assusta muitas pessoas, assunto ainda tabu na sociedade, o suicídio é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a segunda causa de morte de jovens entre 15 e 29 anos, em pesquisa realizada neste ano de 2018. Mas como prevenir? Como detectar sinais de alerta? Como ajudar pessoas que já pensaram em cometer suicídio? Esses assuntos foram abordados pela psicóloga Célia Maria Ferreira da Silva Teixeira, que também é professora e pesquisadora na área, e trata de estudos e pesquisas na prevenção e tratamento do comportamento suicida em adolescentes e adultos. Ela proferiu palestra na manhã de hoje, 25, na sala de Reuniões da Reitoria.

Célia destaca que uma das maiores preocupações hoje, no que se refere ao suicídio, é pensar nos jovens, adolescentes e nos idosos, sendo este último grupo ainda pouco conhecido para a maioria da população como sendo uma comunidade de risco. “Precisamos falar sobre o assunto, conscientizar as famílias dos riscos e da forma de prevenir o suicídio, o que se tem a fazer nessa área é investir em prevenção, todos os dias, em casa, na família, no local de trabalho, na rua, em todos os lugares”, destaca. Com o aumento do número de casos, detectados em pesquisas, segundo a psicóloga, é que se começou a falar mais no assunto, mas que a discussão não deve se resumir a um mês (Setembro Amarelo), mas deve se estender durante todo o ano.

Dados apresentados por Célia na palestra, que são da OMS, mostram que em 2014 ocorreram 10.631 casos de suicídio no Brasil, sendo 79% em homens e 16% com ocorrência em pessoas na faixa etária entre 12 e 24 anos. Outro dado importante apresentado pela pesquisadora é do Ministério da Saúde, de 2017, que demonstraram que, entre 2011 e 2016, 55.649 pessoas foram a óbito por suicídio.

A maior incidência no público masculino, segundo Célia, poderia se justificar porque os homens possuem mais dificuldades em compartilhar seus sentimentos, em procurar ajuda de profissionais, ou mesmo, de amigos e familiares, quando estão com problemas. “As mulheres conversam com a vizinha, procuram ajuda de um psicólogo”, destaca ela.

Prevenir

Entre as formas de prevenção e que podem ser praticadas pela família, pelos colegas de trabalho ou por quem está perto de alguém que apresenta sinais de alerta (frases ditas e que num contexto maior podem apresentar algum tipo de sinal de que a pessoa está pensando em cometer suicídio, aliadas a comportamentos diferentes) são, segundo a palestrante: “olhar para o outro, como sendo o preceito básico para fortalecer o vínculo existente entre pai e mãe/filho, ou entre amigos; demonstrar atenção, afeto; ouvir atentamente, olhando nos olhos, e manter o diálogo, pois momentos de desabafo aliviam a tensão; respeitar as pausas silenciosas, sem pressa de encerrar a conversa; não se antecipar e completar a frase do outro; repetir, resumir e relacionar ideias do que foi ouvido”, pontua.

Célia afirma que “a primeira coisa que alguém que pretende cometer suicídio precisa é ser ouvido”. Ela complementa ainda dizendo alguns fatores que desencadeiam o pensamento suicida nas pessoas, como as perdas ocorridas ao longo da vida, desde a infância, com a chega de um irmão, por exemplo; já quando adolescentes, até chegar a fase adulta, além das perdas com a morte de familiares e amigos, que são mais recorrentes. “Tudo isso é uma forma de luto”, alerta. Essas perdas, principalmente para os idosos, podem desencadear esse processo, além de outros, citados pela professora como sendo o comportamento autodestrutivo dessas pessoas, com a falta de cuidado com o corpo, com a rotina de tomar corretamente os remédios prescritos, ter uma boa alimentação, a ausência de familiares, a solidão.

Outras pontuações apresentadas por Célia foram os principais meios utilizados para o suicídio, como o enforcamento, armas de fogo, intoxicação por medicamentos, segundo dados do Ministério da Saúde de 2017. E também a falta de treinamento dos profissionais de saúde para lidar com pacientes que chegam às emergências porque tentaram cometer suicídio. “Muitos são tratados com hostilidades pelos médicos, que são formadas para lidar com doenças”, conta. Célia menciona que os que estão em volta de alguém que cometeu o suicídio são os chamados de “sobreviventes do suicídio” e que estes precisam ser olhados também, precisam de atenção, de falar sobre o ocorrido, para que outros casos não sejam desencadeados.

Veja as palavras que têm relação com o suicídio

 

Frases que podem ser um sinal de alerta

 

Fatores que podem desencadear o suicídio

 

Diretoria de Comunicação Social/Reitoria.

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