Pesquisadores auxiliam pequenos agricultores de Goiás na produção e manejo agrícola sustentável
Os estudiosos buscam capacitar agricultores e colaborar para o desenvolvimento de tecnologias para o cultivo hidropônico
Grupo de pesquisadores do Instituto Federal de Goiás (IFG) e da Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolve ações extensionistas, com o objetivo de contribuir com pequenos agricultores familiares de Goiás a partir da promoção de cursos de capacitação e do desenvolvimento de soluções tecnológicas sustentáveis. Com foco em cooperativas agrícolas de Goiás e pequenos produtores familiares, os pesquisadores têm investido na troca de experiências para o desenvolvimento de tecnologias destinadas ao cultivo hidropônico. Além disso, realizam treinamentos junto aos agricultores da Cooperativa Polvilho do Cará, em Bela Vista de Goiás (GO), para auxiliar na análise da fermentação do polvilho da mandioca.
Os trabalhos dos pesquisadores fazem parte do projeto de pesquisa internacional WWEF – Nexus (A water- waste-energy-food model for rural communities and organic farming sustainability in Brazil), que envolve estudiosos do IFG, da UFG e da University College London, em Londres. Para o trabalho extensionista, o grupo fundou o Centro Vocacional Tecnológico Apinajé – Jovens e Mulheres (CVT- Apinajé), situado na Escola de Agronomia da UFG, que tem por objetivo realizar atividades de extensão tecnológica e rural, pesquisa aplicada e formação de recursos humanos e socialização de conhecimentos e técnicas de agroecologia, produção orgânica e produção limpa em sistemas orgânicos de produção. O CVT – Apinajé está sob a coordenação dos docentes do Câmpus Goiânia do IFG, Warde Antonieta Fonseca Zang e Joachim Werner Zang, e do professor da Escola de Agronomia da UFG, Wilson Mozena Leandro, com recursos financiados pelo CNPq. O CVT – Apinajé possui um site, que reúne informações sobre as atividades desenvolvidas pelos pesquisadores: https://cvtapinaje.com.br/
Como parte do projeto de pesquisa WWEF – Nexus, que será executado até 2020, os pesquisadores brasileiros, com apoio do estudante estrangeiro e mestrando da University College London René van der Velden, realizam, no momento, visitas a cooperativas de agricultores no interior de Goiás, com o propósito de pesquisar tecnologias sustentáveis que atendam às demandas desses pequenos produtores. No último dia 20 de maio, o grupo de pesquisadores visitou a Cooperativa do Cará, em Bela Vista de Goiás, onde conferiu o processo industrial de produção do amido azedo da mandioca.
A visita à cooperativa visou à troca de experiências e de tecnologias entre pesquisadores e agricultores. Na Cooperativa do Cará, os pesquisadores almejam colaborar a partir da oferta de curso de capacitação para ajudar as famílias de agricultores a aplicarem técnicas e tecnologias apropriadas para controlar a fermentação da tapioca para a produção do polvilho azedo.
De acordo com o professor do IFG, Joachim Werner Zang, os agricultores da Cooperativa do Cará têm dificuldades em controlar a acidez na fermentação do polvilho extraído da mandioca. Nesse sentido, os pesquisadores têm atuado na introdução do equipamento pHmetro, muito utilizado em laboratórios, para determinar a concentração de pH em amostras variadas, ensinando, desse modo, os pequenos agricultores a analisarem a acidez do polvilho, com vistas à produção do polvilho doce, tipo mais comercializado do produto.
Incentivo ao cultivo hidropônico
Outra frente da pesquisa de caráter internacional está no desenvolvimento e incentivo do cultivo hidropônico entre os pequenos agricultores de Goiás. A hidroponia consiste em um sistema de cultivo de plantas que dispensa o uso de terra (solo), no qual as raízes das plantas ficam dentro da água, e soluções fertilizantes são adicionadas como substratos para alimentar as plantas.
Os testes para o cultivo hidropônico fazem parte de estudos empreendidos na University College London, pela professora brasileira Luiza Campos e o pesquisador Dominic Clyde-Smith, com apoio dos pesquisadores do IFG, Warde e Joachim, e do mestrando da universidade de Londres, René van der Velden, o qual está no Brasil para as pesquisas aplicadas. A partir de diálogos com os pequenos agricultores da região, os pesquisadores brasileiros e estrangeiros buscam conhecer quais espécies de plantas se adaptam melhor ao cultivo hidropônico e também quais culturas atendem às demandas dos agricultores.
O objetivo, com o estudo, é investigar junto às famílias de agricultores novas técnicas sustentáveis e de baixo custo para a promoção do cultivo hidropônico em Goiás. Além disso, almeja-se, com a pesquisa, realizar a troca de tecnologias entre Brasil e Londres. Os interessados em conhecer mais sobre o projeto internacional WWEF-Nexus podem conferir o site: https://wwef-nexus.org/
Os pesquisadores criaram uma planta piloto de hidroponia vertical, com vistas a atender os pequenos agricultores. O diferencial do protótipo está no modelo vertical que favorece o cultivo hidropônico de hortaliças e outras plantas em pequenos espaços, como apartamentos e casas, explica o professor do IFG Joachim Zang.
Agro Centro-Oeste Familiar 2019
Os trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores poderão ser conferidos na Agro Centro-Oeste Familiar 2019, que será realizada até o dia 1º de junho, no Centro de Eventos da UFG, em Goiânia. No dia 30 de maio, os pesquisadores do projeto WWEF-Nexus, professores Warde, Joachim e e Wilson Mozena, realizaram apresentação sobre bioenergia.
Hoje, 31, o projeto WWEF-Nexus e suas áreas de estudos e também uma planta piloto para o cultivo hidropônico vertical serão apresentados na Agro Centro-Oeste Familiar 2019, das 14h às 16h. A programação completa da Agro Centro-Oeste Familiar 2019 está disponível no site: https://agrocentro.agro.ufg.br/
Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia
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