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Ensino

Professora e alunas desenvolvem materiais didáticos em 3D para auxiliar nas aulas de biologia

O projeto de ensino busca tornar o ensino e a aprendizagem de biologia mais lúdico por meio da criação e do uso de materiais didáticos no formato 3D

  • Publicado: Terça, 19 de Dezembro de 2023, 12h32
  • Última atualização em Quinta, 18 de Janeiro de 2024, 13h03
Professora Ana Clara Barbosa, as estudantes do técnico integrado em Instrumento Musical, Millena de Morais e Emilly Letícia Lima, e mais a aluna de Engenharia de Controle e Automação, Júlia Vieira Pontes, exibem os materiais didáticos produzidos a partir do projeto de ensino.
Professora Ana Clara Barbosa, as estudantes do técnico integrado em Instrumento Musical, Millena de Morais e Emilly Letícia Lima, e mais a aluna de Engenharia de Controle e Automação, Júlia Vieira Pontes, exibem os materiais didáticos produzidos a partir do projeto de ensino.

Ensinar e aprender sobre biologia pode ser mais lúdico e interativo a partir de materiais didáticos que ilustrem, no formato 3d, diferentes conteúdos da área. Foi com esse objetivo que a professora do Câmpus Goiânia do IFG, Ana Clara Barbosa, e as estudantes do terceiro ano do técnico integrado em Instrumento Musical, Millena de Morais e Emilly Letícia Lima e mais a aluna de Engenharia de Controle e Automação, Júlia Vieira Pontes, desenvolveram o projeto de ensino Produção de material didático em 3D para auxílio em aulas de Biologia.

As estudantes, em conjunto com a professora, pesquisaram modelos que ilustram as imagens de células, cromossomos e de neurônios, com objetivo de reproduzir essas formas em três dimensões. Segundo a professora Ana Clara Barbosa, essa iniciativa surgiu em atenção a alguns estudantes dos cursos técnicos integrados ao ensino médio que possuem necessidades educacionais específicas. “A ideia surgiu, a princípio, foi por conta de ter um aluno com deficiência visual e outro aluno que está perdendo a visão. E a biologia é uma disciplina muito teórica e geralmente temos dificuldade em ensinar e aprender por ser muito teórica. E acabou que eu fiquei pensando como poderia ajudar esses alunos”, comenta a docente.

Com esse objetivo, a professora Ana Clara Barbosa buscou a parceria com o Laboratório Maker (LabMaker), e obteve o apoio do coordenador do laboratório, o professor Carlos Roberto da Silveira Júnior. Posteriormente a iniciativa se concretizou enquanto um projeto de ensino aprovado pelo edital nº 25/2013, da Pró-reitora do Ensino do IFG. Desse modo, foi possível viabilizar a participação das alunas Millena e Emilly enquanto bolsistas no projeto de ensino.

Materiais didáticos produzidos na impressora 3D irão auxiliar as aulas de biologia ministrada pela professora Ana Clara Barbosa no câmpus.

 

Com o uso da impressora 3D do Labmaker, a professora Ana Clara e mais as estudantes Millena, Emilly e Júlia desenvolveram os materiais didáticos em três dimensões. Dentre as criações, estão modelos que reproduzem ilustrações de células, de cromossomos, do coronavírus e de um quadro de Punett, entre outros.

A professora Ana Clara pontua que há uma carência desse tipo de material, especificamente no formato 3D, para dar suporte às aulas de biologia. “A princípio, a inspiração foi o aluno com deficiência visual, mas eu acho que esse material ajuda qualquer aluno, inclusive do aluno superior”, destaca a docente.

A estudante Millena de Morais explica que elas começaram a tomar conhecimento do manuseio da impressora 3D no início do ano de 2023, com a contribuição da aluna voluntária no projeto Júlia Pontes, que já é uma integrante dos projetos de impressão 3D no LabMaker. Millena conta que elas pesquisaram modelos prontos disponíveis em um site na Internet e começaram efetivamente a produzir os materiais didáticos a partir do mês de agosto. “A gente pensou os conteúdos que nós já estudamos e o que estava disponível para imprimir, porque a gente consegue achar uns modelos prontos”, comenta Millena.

Para a estudante Emilly Lima, a participação no projeto possibilita, além do conhecimento do manuseio de uma impressora 3D, efetivar a inclusão a partir da atenção às necessidades de estudantes que possuem alguma dificuldade na aprendizagem da disciplina de biologia. “Eu acho que o que eu mais estou ganhando com esse projeto é a oportunidade de aprender e também de fazer a diferença na vida dos alunos, principalmente aqueles que têm dificuldade de enxergar. Porque a biologia que a gente vê aí na escola é uma coisa mais microscópica e muitas pessoas têm dificuldade em compreender, principalmente esses alunos. E com esse projeto e com o que a gente conseguiu desenvolver, podemos dar esse auxílio para eles e transformar o ensino”, destaca.

Para a estudante de Engenharia de Controle e Automação, Júlia Vieira Pontes, que colabora voluntariamente no projeto de ensino, o interesse em contribuir com essa ação surgiu também como uma possibilidade de agregar conhecimentos de sua formação anterior à iniciativa. Júlia, além de ser graduanda em Engenharia de Controle e Automação no Câmpus Goiânia, também é habilitada enquanto técnica em Análises Clínicas pelo Câmpus Goiânia Oeste do IFG. “Foi um desafio para mim, porque eu gosto muito dessa área de impressão 3D. Ligando essas duas áreas que eu já tenho conhecimento, foi bem legal”, avalia Júlia.

O professor Carlos Roberto da Silveira Júnior, parceiro no projeto de ensino, ressalta que o LabMaker do Câmpus Goiânia busca estabelecer parcerias entre diferentes áreas de conhecimento. “O Laboratório Maker, uma das frentes dele, é essa questão da interdisciplinaridade envolvendo projetos de outros professores na produção de objetos educacionais. Nós estamos com o pessoal da Física, da Biologia e da Matemática desenvolvendo projetos, seja de ensino ou de extensão”, esclarece o docente.

O projeto de ensino Produção de material didático em 3D para auxílio em aulas de Biologia teve seus primeiros resultados apresentados durante a Semana de Educação, Ciência, Tecnologia e Cultura (Secitec) 2023 do Câmpus Goiânia e finalizou a etapa de criação dos materiais didáticos no formato 3D neste mês de dezembro. A proposta é que os materiais didáticos sejam utilizados nas aulas de biologia no próximo ano, adianta a professora Ana Clara Barbosa. “O aluno que vê isso aqui aprende muito mais do que vendo só no slide. Então, isso pode ser usado em qualquer nível. A ideia é melhorar o ensino e aprendizagem da Biologia em todos os níveis”, vislumbra a professora.

 

Em 2024, os materiais didáticos em 3D serão utilizados nas aulas de biologia para turmas dos cursos técnicos integrados do câmpus.

 

Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia

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