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XIII Secitec

XIII Secitec discute educação profissional e tecnológica e inclusão de pessoas com deficiência

Publicado: Terça, 22 de Novembro de 2022, 02h10 | Última atualização em Sexta, 16 de Dezembro de 2022, 07h41

"O ensino médio integrado é a melhor experiência da história da educação brasileira", afirmou a doutora Ana Elizabeth Maia de Albuquerque

O palestrante Robson dos Santos apresentou as vantagens da escola técnica integrada
O palestrante Robson dos Santos apresentou as vantagens da escola técnica integrada

Alguns dos princípios norteadores do Instituto Federal de Goiás (IFG) são o compromisso com a educação inclusiva e emancipatória e a formação profissional. Assim, dentre muitos assuntos pautados na XIII Semana de Educação, Ciência e Tecnologia (Secitec) do Câmpus Formosa, duas palestras na quinta-feira rememoraram as premissas do IFG: Desafios à Avaliação da Educação Profissional e Tecnológica, ministrada no Teatro Guaiá por Robson dos Santos, Ana Elizabeth Maia de Albuquerque e Susiane de Santana Moreira Oliveira da Silva, e Inclusão de Pessoas com Necessidades Inclusivas no Mercado de Trabalho Formosense, por Tatiany Michelle Gonçalves da Silva. A XIII Secitec contou com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

Os institutos federais foram criados com o intuito de levar educação profissional a todos. Segundo a palestrante Ana Elizabeth Albuquerque, "a educação profissional é uma das melhores iniciativas educacionais ocorridas no Brasil no decorrer da história da educação". "Ela é uma resposta a um grande problema que nós temos na educação brasileira: o sistema educacional brasileiro excludente", afirmou a doutora.

Para explicar a sua afirmativa, ela apresentou uma série de dados extraídos do Censo da Educação Básica e do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O retrato da evasão mostra que 99,9% das crianças em idade escolar frequentam a escola no 1º ano do Ensino Fundamental. No 5º ano, final do primeiro ciclo, este índice cai para 95% e acentua-se ainda mais no final do Ensino Médio, quando concluem a 3ª série apenas 64% dos estudantes até os 18 anos. "Significa que muita gente ficou para trás porque reprovou ou porque abandonou", analisa, ela.

Ana alertou que, com a pandemia da Covid-19, ficou evidente a exclusão ocasionada pelo abandono escolar. “Um enorme contingente populacional recorreu ao auxílio emergencial, porque precisava desse auxílio pela perda do emprego e porque a baixa escolaridade levou estas pessoas a esta situação”. De acordo com ela, “a baixa escolaridade se relaciona também com a precariedade das relações trabalhistas”.

"Isso que vocês vivenciam dentro do Instituto Federal é pra gente o melhor modelo de Ensino Médio", disse Ana Albuquerque.

Robson dos Santos apontou algumas vantagens da educação profissional. De acordo com ele, a escola tem a função de preparar o jovem para o mercado de trabalho. Desta forma, “a possibilidade de se inserir no mundo do trabalho com algum tipo de qualificação aumenta as oportunidades”. “Quais são as alternativas que o jovem pobre tem sem a educação profissional?”, questionou.

Para Robson, também há vantagens quanto ao rendimento obtido, quando se estabelece uma comparação entre o rendimento de jovens que cursaram o ensino médio técnico e aqueles que estudaram no tradicional. Ana acrescentou que o desempenho dos alunos de escolas técnicas é maior que os das demais escolas: “Em todas as unidades de federação, as melhores notas em Língua Portuguesa e Matemática no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) são de estudantes de escolas técnicas”.

Conforme a análise de Ana Albuquerque, as responsáveis pelo aumento do índice do ensino médio brasileiro no Ideb foram as escolas técnicas. Segundo ela, foram as cerca de 620 mil matrículas em escolas técnicas que passaram a ser contabilizadas pelo Índice. “Elas foram capazes de dar uma revigorada, um salto no Ideb. Isso não é pouca coisa”, salientou Ana.

Para a avaliação da educação profissional e tecnológica o acompanhamento dos egressos é fundamental, conforme as palestrantes Ana Albuquerque e Susiane da Silva. “Acompanhar os egressos é um desafio”, reconhece Susiane, e Ana complementa, “isto é específico da educação profissional: acompanhar este estudante no mundo do trabalho”.

“A educação profissional tem essa capacidade de transformar o nosso pensamento”, disse Susiane da Silva.

Robson destacou uma tendência nos cursos superiores de tecnologia: o número de matrículas em cursos a distância de ciência e tecnologia é maior do que de presenciais: “Isso ocorreu agora, e essa tendência só tem se aprofundado”. “Uma realidade da educação profissional e tecnológica é que grande parte da oferta está na modalidade a distância”, resumiu. Por sua vez, Ana lança a reflexão sobre quais seriam os rumos da educação a partir dessa nova tendência.

 

 Inclusão

Tatyane da Silva afirma que
Tatyane da Silva palestra sobre inclusão no trabalho

Ao mesmo tempo em que se falava sobre os desafios da educação profissional e tecnológica na tentativa da inclusão, discutia-se, na sala 503, a realidade da inclusão de pessoas com necessidades específicas no mercado de trabalho formosense. A palestrante Tatyane Michele da Silva iniciou a palestra afirmando que não há acessibilidade em Formosa e citou exemplos, como o piso tátil de alerta para cegos nas calçadas da Rua Visconde de Porto Seguro, que se encontram danificados. Outras situações apresentadas de desrespeito às pessoas com deficiência (PCDs) foram a falta de cadeiras para canhotos e o uso aleatório das vagas reservadas aos PCDs nos estacionamentos.

“A deficiência está muito aos nossos olhos. A pessoa ganha outros tipos de formas de ver o mundo”, declarou Tatyane Michele da Silva.

No mundo do trabalho, apesar da criação de leis que asseguram a inserção destas pessoas, como o Art. 93 da Lei 8.213/91, ainda há muito o que progredir neste aspecto. O Artigo 93 institui que empresas que possuem de 100 a 200 funcionários devem obrigatoriamente ter 2% de pessoas com deficiência no seu quadro de colaboradores. Essa taxa aumenta até 5%, à medida em que a empresa apresenta outros patamares no quantitativo de seu quadro de funcionários. Entretanto, para atender a Lei, as empresas contratam pessoas com deficiência, mas dispensam sua mão de obra. “Salário e jornada de trabalho não podem ser diferenciados”, explicou Tatyane.

A inclusão na sociedade, tanto de jovens evadidos da escola quanto de deficientes, é uma das bandeiras defendidas pelos institutos federais. Nos IFs, palestras, mesas-redondas e debates como os de quinta-feira, na XIII Secitec, levam esclarecimentos à população, contribuindo para o cumprimento de seu papel social.

 

Acesse o “Secisite”.

Veja fotos do evento no álbum Secitec 2022, no Facebook do Instituto Federal de Goiás - Câmpus Formosa.

 

Coordenação de Comunicação Social/Câmpus Formosa

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