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Conduta ética

“Devemos sair da cultura do litígio e caminhar para a cultura da paz”

Em workshop, psicóloga do IFG, aponta que conflitos, quando bem conduzidos, podem gerar mudanças positivas

  • Publicado: Quarta, 11 de Novembro de 2020, 17h25
  • Última atualização em Sexta, 27 de Novembro de 2020, 08h50
O reitor, a diretora executiva e todos os integrantes da Comissão de Ética do IFG participaram da abertura do workshop
O reitor, a diretora executiva e todos os integrantes da Comissão de Ética do IFG participaram da abertura do workshop

Muitas vezes os conflitos nas relações de trabalho (ou pessoais) surgem em razão de uma comunicação violenta, na qual há excessos de julgamentos. Por isso, sair do julgamento e ir para a observação, num exercício de empatia, reduz significativamente os conflitos.

Essas foram as observações finais da psicóloga Rose Helen Bastos, servidora do Câmpus Goiânia, palestrante do V Workshop Moralidade e Conduta Ética, realizado na tarde desta quarta-feira, pela Comissão de Ética do Instituto Federal de Goiás (IFG). O tema dessa quinta edição foi a “Gestão de conflitos no serviço público”.

Para chegar as suas observações finais, Rose Helen percorreu um longo caminho. Começou contextualizando o mundo atual, caracterizando-o como volátil, incerto, complexo e ambíguo. Segundo disse, essa realidade traz como consequências para os seres humanos: imediatismo, excesso de conectividade, ansiedade, falta de planejamento, foco no problema e sofrimento mental.

Esse contexto geral, explicou, traz consequências para a saúde do servidor público que enfrenta também especificidades, como descontinuidade administrativa e instabilidade relacionada às mudanças políticas. Associada a tudo isso, ainda surgiu uma pandemia que, entre outras consequências, gerou medo e sentimento de impotência, impôs o distanciamento social e o trabalho remoto.

Todos esses fatores, disse Rose Helen, contribuem para aumentar o estresse nos servidores. “E o estresse impacta negativamente nas relações interpessoais, gerando conflitos”, completou.

Comunicação

Mas, segundo a psicóloga, os conflitos no ambiente de trabalho são saudáveis. “Se não tem conflito é sinal de estagnação. A maneira que lidamos com os conflitos é que podem gerar problemas. Quando a gestão de conflitos é conduzida corretamente, pode impulsionar alterações relevantes quanto à ética e à responsabilidade profissional”, assegurou.

Rose Helen disse que é preciso sair da cultura do litígio e caminhar para a cultura da paz. Para isso é preciso sair das percepções, das reações e das ações destrutivas, buscando percepções, reações e ações construtivas. Entre os vários exemplos que citou destaca-se a busca de soluções para os problemas (em vez de culpados), a análise das intenções (em vez do fato em si) e o compartilhamento de poder (em vez da centralização).

De acordo com ela, uma questão chave é a comunicação. Rose Helen assegura que muitas vezes o conflito nasce da comunicação violenta, que não é somente quando se utiliza palavrão, ironia ou sarcasmo. “A comunicação violenta pode ser sutil, mas sempre deixa as pessoas inseguras, pisando em ovos. E assim elas podem se afastar”, completou.

Rose Helen disse que o objetivo da gestão de conflitos é fazer as pessoas restabelecerem a comunicação; é construir pontes para o diálogo. Para isso, afirmou, é preciso trabalhar para que a comunicação não seja violenta, observando os quatro pilares da comunicação não-violenta: observação, sentimento, necessidade e pedido.

A psicóloga disse que os conflitos surge por excesso de julgamentos e que devemos buscar sair do julgamento (a partir de percepções pessoais) e ir para a observação (a partir de evidências). “Esse é um esforço de empatia”, disse.

Abertura

O V Workshop Moralidade e Conduta Ética foi aberto, antes da palestra da psicóloga Rose Helen, pelo presidente da Comissão de Ética do IFG, Ewerton Grassi. Ele afirmou que a Comissão busca realizar um trabalho educativo e que a gestão de conflitos é uma de suas linhas de atuação.

A abertura contou com a participação do reitor do IFG, professor Jerônimo Rodrigues da Silva, da diretora-executiva, professora Adriana dos Reis Ferreira, e de todos os integrantes da Comissão de Ética. O reitor e a diretora executiva ressaltaram a importância do trabalho da Comissão para o IFG.


Assista ao vídeo do workshop: https://www.youtube.com/watch?v=3mYoRauQ03c

 

Diretoria de Comunicação Social/Reitoria.

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