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Abertura do 14º Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica destaca a importância da mulher na ciência

Trabalhos de pesquisa desenvolvidos ao longo de 2021 serão apresentados durante todo o dia

  • Publicado: Quinta, 09 de Dezembro de 2021, 11h40
  • Última atualização em Segunda, 13 de Dezembro de 2021, 16h57
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Em solenidade de abertura do Seminário de Iniciação Científica na manhã de hoje, 9, os participantes da mesa inicial comentaram a importância dos programas de pesquisa desenvolvidos no Instituto Federal de Goiás (IFG). Além disso, a conferência de abertura destacou o projeto Meninas Cientistas, realizado também no IFG por estudantes e servidores da Instituição.

A pró-reitora de Pesquisa e Pós-graduação, Thais Amaral e Sousa, destaca a importância dos programas de iniciação científica, em que o “estudante consegue aprender melhor o conteúdo, fazer conexões, cria uma consciência científica nesse estudante, é importante para o trabalho pedagógico. Sabemos que cada vez que a gente avança na carreira científica, mas sabemos também da diminuição das mulheres nessa carreira. Diante disso, receber a professora Renatha é muito gratificante, pois esse seminário é a vitrine da iniciação científica no IFG”, comenta.

Segundo o coordenador do Comitê do PIBITI, professor Herick Soares de Santana, “é importante destacar que o Seminário é o ápice do programa, pois conta uma série de apresentações dos nossos discentes, onde eles vão expor o que fizeram ao longo de 12 meses. É o momento no qual estamos mostrando os trabalhos pra toda comunidade. Percebemos também que nos últimos anos a pesquisa no IFG tem avançado bastante”, afirma.

A Diretora de Pesquisa e Inovação do IFG, Lorenna Silva Oliveira Costa, comenta que serão aproximadamente 210 trabalhos apresentados, que foram desenvolvidos totalmente de forma remota. “É um número expressivo na nossa instituição, pois foi realizado de forma atípica”, afirma. Ela enfatiza, ainda, a importância dos programas, “pois coloca a pesquisa como princípio educativo, permite o estudante ter contato com diversas áreas do conhecimento e isso é essencial para a formação humana e integral que a gente tanto defende aqui”, diz a professora, que acrescenta ainda: “A gente precisa compreender que o conhecimento humano é histórico e estarmos em permanente crítica, a gente deve avançar na produção de conhecimento”, finaliza.

Meninas na ciência

Após as falas iniciais, a professora do Câmpus Uruaçu Renatha Cruz fez a conferência de abertura. Ela atua com o Programa Meninas e Mulheres na Ciência, é especialista em educação inclusiva, coordena o Observatório do Mundo do Trabalho Regional, é coordenadora do programa de Extensão Meninas Cientistas. Ela iniciou sua fala lembrando da história do projeto Meninas Cientistas, que foi fruto da chamada 31/2018 do CNPq. Segundo a professora, foram 31 estudantes formadas pelo projeto e 24 pessoas participantes na equipe.

E por que fazer projetos para meninas e mulheres na ciência? Esse foi o tema escolhido para a abertura do evento. Segundo Renatha, “porque todos os dias nós lutamos para estarmos vivas. Eu espero que as meninas e mulheres elas estejam livres, vivas e felizes. Se elas vão para a engenharia, se elas vão para a robótica, elas vão escolher o que que querem ser. O que justifica fazer projetos só para meninas? Quando a gente faz projeto para meninas, a gente faz para toda a sociedade”, diz a professora.

Renatha destacou dados do Dieese de 2015, comentando que “a taxa de desemprego para mulheres no Brasil aumentou, a gente continua ganhando menos mesmo com ensino superior e no mesmo cargo. O que justifica isso?”, indaga a professora. Ela mostrou também outros dados referentes à violência contra a mulher, seja em ambiente doméstico ou a violência contra as indígenas e a mulher negra.

Renatha relembrou um pouco da história da inserção da mulher no mercado de trabalho e na escola. Antigamente, segundo a professora, “alguns elementos nos distanciaram do acesso à escola, mas apenas em 1888 foi o fim do período da escravidão. Nós mulheres, no Brasil, tivemos uma luta ainda maior, mais insistente. Mas as conquistas foram em tempos diferentes. É importante refletirmos sobre isso a todo momento. E ainda hoje temos pessoas sendo libertas de décadas de escravização”, comenta.

Sobre a mulher como líder, a professora destaca que a primeira presidenta eleita no Brasil foi apenas em 2010 e, trazendo para a realidade do IFG, apenas em 2021 é que a Instituição teve sua primeira reitora mulher. Por tudo isso, pelos dados, e a ocupação da mulher tardia em vários meios, é que Renatha destacou a importância de se fazer projetos para mulheres. “Eu me apresento como pesquisadora, professora e mãe. Isso não só nos motiva, mas é um fator que vai definir questões na academia”, finaliza.

Veja o vídeo de abertura do 14º SICT.

 

SICT

Após a abertura do Seminário, foram realizadas as apresentações dos projetos de pesquisa realizados pelos estudantes selecionados nos programas de iniciação científica deste ano. A primeira sala de apresentações foi composta por trabalhos da área de ciências agrárias, mas a exibição de todas as pesquisas é restrita aos participantes do Seminário: estudantes, professores e servidores da Instituição.

A estuante Marivânia Pereira Jardim apresentou o trabalho Distribuição espacial da produção orgânica do Estado de Goiás. Ela discorreu sobre a produção orgânica goiana, a não utilização de agrotóxicos, a legislação que regulamenta essa produção orgânica, que inclui desde o processo de produção até a comercialização de produtos orgânicos. “Essa maneira também vem trazendo uma produção mais sustentável”, destacou a estudante.

A segunda apresentação foi realizada pela pesquisadora e estudante Ana Lara Silva. O título do trabalho foi Composição lipídica do fruto da palmeira Caranã: uma planta do cerrado goiano. A aluna falou sobre o processo de produção da pesquisa, metodologia e resultados, destacando que durante a pesquisa ela fez a coleta dos frutos, a trituração para estudo e análise da semente, e também da polpa do fruto. “Tudo isso foi um processo manual”, segundo a aluna. Não apenas isso, outra série de análises para além do perfil lipídico também foram feitas para saber questões alimentícias desse fruto.

O SICT é um dos eventos do Simpósio de Pesquisa, Ensino e Extensão do IFG, que está sendo realizado até o dia 11. Acesse mais informações e a programação completa do evento.

 

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