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“Vivam o 8 de março em todos os dias de suas vidas”, diz professora Paula de Almeida sobre a Semana de Luta pelos Direitos da Mulher

Publicado: Quinta, 14 de Março de 2024, 10h49 | Última atualização em Quinta, 21 de Março de 2024, 11h47

Atividades começaram no dia 5 de março e seguem até esta quinta-feira, 14

Psicóloga e egressa do Câmpus Luziânia, Karina Silva, fala sobre "A importância da voz feminina"
Psicóloga e egressa do Câmpus Luziânia, Karina Silva, fala sobre "A importância da voz feminina"

O mês de março traz reflexões importantes acerca dos direitos das mulheres. O Câmpus Luziânia, por meio do Departamento de Áreas Acadêmicas, realiza a Semana de Luta pelos Direitos da Mulher, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher – 8 de março. “As políticas de combate à violência de gênero em nosso município de Luziânia” foi o tema da palestra de abertura, ministrada pelo Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) de Luziânia, no dia 5. Os estudantes do câmpus podem participar ainda, nesta quinta-feira, 14, da atividade Retratos Linguísticos, nos períodos vespertino e noturno. 

A programação ofertou aos estudantes um momento com a egressa do Câmpus Luziânia e psicóloga Karina Silva sobre a importância da voz feminina. As funcionárias terceirizadas participaram de uma roda de conversa com a Dra Norma Negrete, médica do câmpus. Na noite da terça-feira, 12, foi realizado o painel “Desafios enfrentados pelas Mulheres”, com a participação das professoras Roberta Cantarela (UnB), Clélia Gomes (IF Baiano/UnB), Giselle Dias (IFG - Câmpus Luziânia) e mediação do professor André Luiz dos Santos (IFG - Câmpus Luziânia). Ontem, 13, o Grêmio Estudantil ofertou a exibição do filme Estrelas Além do Tempo, no auditório. Os estudantes dos segundos anos dos cursos técnicos integrados ao ensino médio tiveram também intervenções em sala de aula com os professores Jason de Paula, Simone Paixão e Luiza Machado.

O Dia Internacional da Mulher no Câmpus Luziânia marcou o relançamento e aula inaugural do Programa Mulheres Mil no IFG, que abrange os câmpus Luziânia, Formosa e Águas Lindas. A cerimônia contou com a presença da reitora do IFG, professora Oneida Irigon, dos representantes dos câmpus envolvidos e das 100 mulheres matriculadas nos cursos (Cuidadora de Idoso – Formosa e Águas Lindas; Padeira – Luziânia).

Equipe e alunas do Programa Mulheres Mil dos câmpus Luziânia, Formosa e Águas Lindas

Equipe e alunas do Programa Mulheres Mil dos câmpus Luziânia, Formosa e Águas Lindas

Realizada na tarde do dia 8 de março, a cerimônia marcou uma nova fase de transformação nas vidas das mulheres envolvidas. “Hoje, estamos reunidas para celebrar a oportunidade de transformação e de empoderamento que este programa pode possibilitar. Hoje é o primeiro passo para uma vida cheia de conquistas e realizações. Parabenizo a coragem e determinação de cada uma de vocês, que enfrentaram dificuldades para chegar até este momento. No IFG, estamos comprometidos em ofertar uma educação de qualidade, aliada à formação profissional na perspectiva de uma formação integral. E neste programa, vocês terão oportunidade de aprender novos conhecimentos, trocar experiências e fortalecer mais a autonomia de cada uma”, disse a reitora do IFG, professora Oneida Irigon.

 

Reflexões no câmpus

Veja abaixo uma pequena entrevista com uma das organizadoras da Semana de Luta pelos Direitos da Mulher, professora Paula de Almeida Silva. A organização do evento contou também com a contribuição de docentes e servidores técnico-administrativos.

Paula de Almeida Silva é docente do IFG desde 2017, na área de Letras, e hoje atua também como chefe de Departamento de Áreas Acadêmicas do Câmpus Luziânia. Possui graduação em Letras pela Universidade Federal de Goiás (2006); Mestrado em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás (2009); e Doutorado em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Goiás (2018). Suas pesquisas se concentram nos temas: letramentos; feminismos; gênero e raça.

 

IFG – Qual a maior reflexão que as atividades da Semana de Luta pelos Direitos da Mulher trazem para os estudantes?

Profª. Paula – Como a categoria mulher ainda é tratada com desigualdade em nossa sociedade. Apesar de avanços em diversas áreas, eles são parcos. Os casos de feminicídio, discriminação no trabalho e outras violências cotidianas, inclusive nos institutos federais, precisam ser vistos como consequências de uma cultura que perpetua a desigualdade de gênero.

 

IFG – Qual a importância de se debater sobre os direitos das mulheres no ambiente acadêmico?

Profª. Paula – A importância se dá porque somos a maior agência de letramento, todavia a academia também é resistente à igualdade de gênero. A academia reproduz práticas misóginas e sexistas e é preciso mostrar que nesse lugar também há resistência e que há mulheres que estão lutando para que a desigualdade de gênero nas escolas, institutos e universidades seja debatida sem tabus. Aqui temos cientistas formadas e potenciais cientistas em formação que precisam debater que o que outrora minimizado como um problema privado tem suas ramificações profundas, mas também aparentes, na vida pública.

 

IFG – Que recado você deixa para os estudantes do câmpus a respeito do 8 de março?

Profª. Paula – Que vivam o 8 de março em todos os dias de sua vida. Mesmo aquelas que acreditam que a desigualdade de gênero não exista, já sentiram, só não souberam nomear, as violências pelas quais passaram pelo simples fato de serem meninas, mulheres. E creio que o recado mais importante é que passemos a admirar nossas companheiras. As mulheres são ensinadas que devem ver outra mulher como competição, como inimiga. Vejamos as outras mulheres com olhares solidários. A violência que ajudamos a perpetuar não atinge as “outras”, atinge todas as mulheres.

 

 

Coordenação de Comunicação Social / Câmpus Luziânia.

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