Estudantes do Bacharelado em Cinema exibem seus filmes de conclusão de curso em Mostra
A mostra contou com 13 produções em gêneros diversos
No último dia 27/11, foi realizada às 19h a Mostra do Bacharelado em Cinema de Curtas produzidos pelos estudantes como trabalhos de conclusão de curso (TCC) no Circo Cinema Rosinha do Brejo. Ao todo foram 13 obras audiovisuais entre ficções, documentários, animações, experimentais e videoclipes.
O documentário performático "Ô de casa nobre gente" de Orlando Sá, evoca a memória e a ancestralidade de seus familiares envolvendo a folia de reis realizada há muitos anos na região do Quilombo Alto Santana. A partir de uma chamada de rádio sobre a folia, Orlando parte em sua busca por meio de fotos e relatos de sua mãe sobre suas memórias da folia de reis.
"590.000 +1" Izabella Girão realiza uma homenagem a sua amiga Beatriz que faleceu aos 18 anos em decorrência da covid-19, para além do tom pessoal, Girão também aborda as questões políticas vivenciadas no Brasil relacionadas ao enfrentamento da pandemia.
"Ìwá" de Iohannah Hardy aborda a trajetória de Seu Harildo e Dona Vena, casados há mais de 50 anos dirigem um dos mais antigos terreiros de Umbanda de Arraial do Cabo (RJ): a Casa de Umbanda Pai José do Congo.
"Uma vela, uma prece" de Roger Martins retrata os sabres e os conhecimentos ancestrais da benzedeira Benedita Peixoto de noventa e sete anos e da raizeira Maria Luiza Oliveira de setenta e nove anos. Elas são lideranças da Pastoral da Saúde, sediada na Casa da Agricultura Familiar Dom Tomás Balduíno, ambas residentes na cidade de Goiás.
“Massa corrida” de Alexandre Ferreira, com captação de som realizada por Gabriel Tavares, aborda o cotidiano de um servente de pedreiro que vivencia a precariedade do trabalho informal. A inspiração do filme surge da experiência empírica de Alexandre, na construção civil, bem como na vivência de seus familiares.
"Tempo tormento" de Agla Manzan, com direção de fotografia de Camila Batista, se concentra na história de Cecília uma jovem escritora que luta contra o vazio emocional causado pela pandemia do COVID-19 e pela perda de sua namorada. Em meio a um desabafo com a estátua de Cora Coralina, Emily Dickinson, a famosa poeta do século XIX, surge para se tornar uma figura mentora em sua imaginação, inspirando-a a redescobrir sua poesia. Cecília embarca em uma jornada onírica de palavras e memórias.
"Sol noturno" de Helena Caetana aborda de modo poético e performático a vivência da diretora do filme no centro histórico de Goiás, enquanto travesti e como seu corpo é percebido na cidade. Helena reivindica o sol e a vida diurna para seu corpo, enquanto performa um eclipse sob a luz amarela emitida pelos postes das antigas ruas de pedra de Goiás.
“Sagrada travesti do evangelho” de Júlia F. Cândido acompanhamos a travesti Manuela que anda tendo pesadelos terríveis. Ela suspeita que sua alma esteja morta. O curta aborda as relações trans com a religião, o processo de fazer filmes e a solidão, além de seguir uma estrutura mais solta das convenções narrativas de ficção, realizando uma mistura de história fictícia com documentário, utilizando de cenas oníricas e narração em off.
O videoclipe “Entre vira-latas, viro a lua” de Sankirtana Dharma é uma realização colaborativa que emergiu durante a pandemia de Covid-19. Parte do espetáculo audiovisual “Aglomerações Sonoras”, da Onomatorquestra, a peça é uma experimentação musical que mistura diferentes gêneros e ritmos para abordar a resiliência das pessoas artistas diante do desmonte, do negacionismo e demais mazelas que tivemos que enfrentar naquele período tenebroso.
A animação “Sonhos” de Marina Carolina é um projeto experimental retratando o estado onírico da consciência manifestado durante o descanso noturno. O projeto teve como objetivo a exploração e aplicação de técnicas de animação digital, destacando-se pela utilização de efeitos de distorção e manipulação de partículas em um ambiente tridimensional.
“Terror da Criançada #Quandoofilmejávempronto”, de João Batista é uma busca por vingança cinematográfica contra a injustiça midiática criada a partir da produção da imagem de forma sensacionalista e parcial pelos canais de comunicação de massa, principalmente programas jornalísticos de cunho policial.
“Filme método- Território, Identidade e Memória” de Henrique Hernandes consistiu na produção de dispositivos pedagógicos que evocaram questões entre as relações em cinema e educação com práticas aplicáveis de realização de formas de oficinas técnicas e teóricas com a turma do 9º ano, relacionando assim através da memória, identidade e território partindo pela história da professora Terezinha de Jesus Rocha, nomeada pelo reconhecimento do seu trabalho pedagógico em seus anos de vida na escola da Buenolândia.
“Mãe de vitórias” de João Gabriel conta através de arquivos, cartas, sussurros e poesias a história de Jorge Augusto Xavier, líder da luta pela terra em Buritis MG e ex-preso político.
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