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EXTENSÃO

Projeto Basquetebol sem Limite abre portas do Câmpus Goiânia a jovens com transtorno do espectro do autismo

Publicado: Quinta, 22 de Dezembro de 2022, 14h27 | Última atualização em Sexta, 28 de Abril de 2023, 18h35

Ação visa estimular o desenvolvimento dos participantes por meio da prática esportiva e é realizada em parceria com a Associação de Famílias e Amigos do Autismo de Goiás

Participantes são convidados pela AFAAG, instituição parceira no projeto
Participantes são convidados pela AFAAG, instituição parceira no projeto

Projeto do Câmpus Goiânia do Instituto Federal de Goiás oferta esporte e socialização a jovens e adultos membros da Associação de Famílias e Amigos do Autismo de Goiás, a AFAAG. A ação de extensão, intitulada Basquetebol sem Limites, recebe todas as sextas-feiras um grupo de cerca de 10 pessoas com transtorno do espectro autista, que foram convidados pela Associação, para jogarem basquete. A ideia é promover bem-estar e saúde a esse público-alvo, trabalhando a inclusão.

Assista ao vídeo sobre o projeto

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Coordenado pelo professor de Educação Física do câmpus, Jefferson Maximo, o projeto foi pensado após ter contato, ainda em 2019, com Ana Paula Ferrari, mãe de uma adolescente autista e, na época, diretora da AFAAG. “Ela então me abordou e perguntou se eu não trabalharia com basquete com essas crianças. Dali me despertou um interesse muito grande uma vez que já tive uma certa experiência na APAE, no sul de Minas, trabalhei com crianças com necessidades especiais. Então fui impulsionado por essa situação”, conta. Ana Paula Ferrari conta que, ao conhecer o docente, ela percebeu a habilidade de tratar e potencialidade em poder desenvolver algum tipo de atividade física com os jovens atendidos pela AFAAG, levando em consideração a neurodiversidade desse público.

Logo após o contato, uma aula foi agendada naquele ano e, a partir de então, o projeto foi cadastrado junto à Gerência de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão do Câmpus Goiânia. Contudo, devido à suspensão das aulas presenciais por conta do isolamento social provocado pela pandemia de Covid-19, o projeto ficou parado. A oportunidade de iniciar efetivamente os encontros e as aulas de basquete veio com o retorno das aulas presenciais, em neste ano de 2022.

 


Projeto atende cerca de 10 jovens. Familiares de alguns deles vêm para acompanhar as aulas e ajudam na integração dos alunos

 

Segundo o professor Jefferson, o objetivo do projeto é utilizar o basquetebol como instrumento de desenvolvimento físico, mental e de inclusão social de pessoas com Transtorno do Espectro Autista –TEA, desenvolver habilidades sociais, melhorar a capacidade cardiorrespiratória, desenvolver habilidades motoras básicas e especializadas, estimular a prática de atividade física e esportiva, além possibilitar o convívio de jovens da comunidade externa com o ambiente acadêmico do Câmpus Goiânia.

Durante as aulas, os jovens são estimulados a cumprirem desafios práticos que visam o desenvolvimento da coordenação motora e da atenção, como andar de um lado para o outro da quadra quicando a bola de basquete, arremessá-la ao colega ao lado, andar pela quadra girando a bola em torno do corpo e finalizar jogando-a em direção à cesta de basquete, entre outros.

“Essas atividades têm funções bem específicas. A primeira delas, a gente pensou na condição de estar recebendo, abrindo espaço (da Instituição) para que essas pessoas possam vir praticar um exercício físico, cuidar da sua saúde e, para além da saúde, frequentar um espaço que elas possam praticar um esporte com orientação mais adequada e específica. Isso vai fazer com que eles tenham uma qualidade de vida muito melhor, além da socialização, integração”, acrescenta Jefferson.

Marcos Almeida, que é professor aposentado do Instituto Federal Goiano e pai do jovem Marcos, um dos participantes do projeto, elogia a iniciativa da ação de extensão e confirma que as aulas são positivas para o desenvolvimento do seu filho. “Esses projetos são, não só para o meu filho, uma complementação da motricidade deles, facilita os movimentos, a sociabilidade dos meninos. Esse projeto vem só abrilhantar um pouco mais a atividade deles, o dia a dia deles”, afirma.

 


Marcos Almeida acompanha as práticas do filho nas atividades do projeto Basquetebol sem Limites

 

E Marcos Filho concorda. “Basquete é super da hora, supermaneiro. Basquete é muito importante e pode ser uma forma muito boa para conhecer pessoas, colegas, amigos”, completa.

Para o professor Jefferson, cada ganho nas habilidades trabalhadas durante as aulas é motivo de orgulho e comemoração. “Ver esses jovens praticando o basquetebol, que é um esporte que sou apaixonado por ele, vendo eles tendo essa oportunidade, correndo de um lado para o outro, quicando a bola, mesmo com as dificuldades e limitações apresentadas, mas vendo eles superando, a cada quique de bola, a cada arremesso, eu me encho de orgulho. Isso é muito gratificante”.

O docente completa ainda que o projeto tem a finalidade de mostrar que o Câmpus Goiânia é uma instituição inclusiva e, com isso, despertar a vontade desses jovens a fazer um curso técnico ou superior no IFG. “Esse projeto abre as portas, mostra a Instituição para outras pessoas, uma forma de acessibilidade. Quem sabe eles não possam fazer um curso conosco? Essa é uma intenção nossa com esse projeto, mostrar que essa é uma instituição pública, para todos, que acolhe. Uma instituição de oportunidade”.

Vale destacar que o Câmpus Goiânia conta com um núcleo especializado na promoção do acolhimento e inclusão, o Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (Napne). Conforme regulamento que institui o núcleo nos câmpus do IFG, o Napne tem como público-alvo “discentes que possuem impedimento de longo prazo de natureza física, sensorial, mental ou intelectual psicossocial; altas habilidades/superdotação e/ou transtornos globais do desenvolvimento que influenciam no processo de ensino e aprendizagem". É composto por equipe multiprofissional com o objetivo de promover a inclusão desses estudantes, permitindo o aprendizado e desenvolvimento acadêmico. Saiba mais sobre o Napne.

 

Coordenação de Comunicação Social do Câmpus Goiânia

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