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Debate

IFG marca presença no 2º Simpósio sobre a presença da mulher no parlamento

Evento ocorreu no Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia

  • Publicado: Quinta, 26 de Setembro de 2019, 13h52
  • Última atualização em Quinta, 17 de Outubro de 2019, 13h14
Seminário conta com representantes do IFG
Seminário conta com representantes do IFG

As discussões em torno da ampliação da participação da mulher em espaços públicos, principalmente no meio político brasileiro, tomaram conta na manhã de hoje, 26, do 2º Simpósio A Importância da Mulher na Construção de um Parlamento Democrático.

Presente no evento, a diretora Executiva do Instituto Federal de Goiás (IFG), uma das instituições parceiras, Adriana dos Reis, afirma que o simpósio é importante, pois visa fortalecer e motivar a maior representação da mulher na política brasileira. “É uma ação de conscientização, de valorização da participação de mulheres nos espaços de poder e de tomada de decisões”, diz.

Adriana destaca ainda que a temática corrobora com as diretrizes institucionais do IFG, que prezam pela democracia e equidade de gênero. Apesar dessas diretrizes, a diretora lembra que o cotidiano institucional ainda “apresenta rastros patriarcais e machistas. Mesmo um espaço acadêmico que tem uma dinâmica peculiar e tende a ser menos preconceituoso, não está isento de práticas preconceituosas e de desvalorização das mulheres”. Ela cita ainda uma pesquisa realizada pelo Observatório do Mundo do Trabalho, que demonstrou que as mulheres são maioria ministrando aulas na educação básica no IFG e que no ensino superior, a predominância é de docentes do sexo masculino.

Para o reitor do Instituto, Jerônimo Rodrigues da Silva, “Esse é um importante debate que nós, enquanto instituição de ensino, pesquisa, extensão e inovação, apoiamos e que sempre estará presente nas discussões dos nossos 14 câmpus e na reitoria”, destaca.

Segundo dados do Relatório de Gestão de 2018, entre os servidores ativos na Instituição, 48,12% são servidoras do sexo feminino e 51,88% são do sexo masculino. Sobre a ocupação de cargos de chefia, com funções gratificadas, as FGs e as funções de coordenação de curso, mais os cargos de Direção (CD), as mulheres ocupam neste ano 42,13% dos cargos de gestão, e os homens, 57,87%. Os dados foram fornecidos pela Pró-reitoria de Desenvolvimento Institucional (Prodi), por meio de consulta ao Sistema Unificado de Administração Pública (Suap).

Participaram do evento ainda a assessora de Relações Institucionais do IFG, Gerley Lopes, a diretora-executiva, Adriana dos Reis, o pró-reitor de Desenvolvimento Institucional, Amaury França Araujo, a diretora de Comunicação Social, Adriana Souza, além de servidores da Instituição. 

Participação

Proposto pelo senador Luiz do Carmo, o evento reuniu mulheres, gestoras, deputadas, representantes de vários órgãos públicos, instituições de ensino e entidades, de todas as esferas do poder: Executivo, Legislativo e Judiciário. O senador é autor de um projeto de lei (nº 2.235) que determina a cota de 30% das vagas das casas legislativas para ambos os sexos. Ele ressalta a importância da presença da mulher e conta que iniciou nessa causa depois do nascimento da filha, que nasceu apenas com uma das mãos e desde cedo sofria preconceito. “Mulher sofre muito. Para os homens é fácil, ele acorda, levanta, põe a roupa e sai. E quem fica? A mulher”, afirma.

Presente como palestrante, a Ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Delaíde Miranda Arantes, iniciou sua fala relembrando como começou sua carreira profissional, como empregada doméstica, enfatizando sua militância. “Esse debate é parte das causas que eu abraço, pois não sou apenas ministra, sou ativista dos direitos humanos, no combate ao trabalho infantil, na defesa das mulheres, no combate aos acidentes de trabalho”, destaca. A Ministra destacou ainda os desafios enfrentados pelas mulheres, principalmente na tentativa de conciliar a vida pessoal e profissional, “as várias jornadas”. Para ela, assédio moral e sexual, preconceito de discriminação de gênero existem em todos os níveis e camadas sociais. “Existe preconceito onde eu atuo, que é na terceira instância do trabalho. Somos cinco ministras mulheres e 21 ministros homens”, comenta.

Sobre a participação das mulheres no parlamento brasileiro, dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que, em 1995, apenas 7% das candidaturas eram de mulheres, já em 2018 esse número aumentou para 31,7%. Apesar desse crescimento, o brasileiro ainda prefere votar em homens, pois em 2000, 89% dos políticos eleitos eram homens e no ano passado esse número praticamente se manteve, ficando em 87% a ocupação de cargos no legislativo feita por homens.

Presidente do Conselho Estadual da Mulher em Goiás, Ana Rita Marcelo de Castro ressalta que mulheres e homens discutem em torno de uma causa, no seminário: “a ampliação da participação das mulheres no parlamento”, afirma, indagando ainda “por que as mulheres estão excluídas dos espaços de poder e decisão? Nós temos barreiras significativas, mas representamos apenas 16% no parlamento, sendo que o Brasil tem 52% de eleitoras”, ressalta. A fala foi encerrada propondo discussões acerca do rompimento de barreiras e da descoberta de alternativas para oferecer condições para ampliação de participação das mulheres.

  

Diretoria de Comunicação Social/Reitoria.

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