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Ensino Superior

Seminário das instituições públicas goianas discute permanência e êxito de estudantes

Evento ocorre durante todo o dia, no Centro de Excelência do Esporte, em Goiânia

  • Publicado: Quinta, 30 de Agosto de 2018, 12h34
  • Última atualização em Quarta, 19 de Setembro de 2018, 07h43
Reitor Jerônimo Rodrigues a frente com o microfone. Foto: Secom UFG
Reitor Jerônimo Rodrigues a frente com o microfone. Foto: Secom UFG

Em solenidade do I Seminário de Permanência e Êxito das instituições públicas de educação superior em Goiás (IPES), reitores, pró-reitores e representantes destas instituições debateram de forma integrada as causas, o panorama, possíveis ações para uma das temáticas mais desafiadoras do ensino superior: como fazer com que os alunos permaneçam até o final do curso, concluindo-o com êxito e, com isso, as universidades e os institutos atinjam maior eficiência nessa formação. A abertura do evento ocorreu na manhã de hoje, 30. Este é um evento conjunto entre os institutos federais de Goiás (IFG) e Goiano (IF Goiano) e as universidades Federal de Goiás (UFG) e Estadual de Goiás (UEG).

Professor e reitor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Paulo Sérgio Wolff, iniciou sua fala destacando: “Não adianta a gente se iludir, por mais que a gente consiga achar as causas da evasão, precisamos de recursos, precisamos investir em funcionários e ações para conter isso. E falo que esse investimento será muito menor que o investimento em criação de vagas e curso nas instituições”, ressalta o professor. Ele falou ainda da importância de inserir essa discussão dentro de outros segmentos, a sociedade em geral e o governo.

A importância do tema discutido no seminário - A trajetória dos estudantes nas instituições públicas de educação superior de Goiás - vem à tona em um momento em que dados comprovam o baixo índice de estudantes que se formam nas instituições de ensino superior, conforme citado por Paulo. “Levantamento do Censo de 2016 revela que 8 milhões de jovens conseguem fazer suas matrículas, mas que temos a oferta de 10,6 milhões de vagas, ou seja, ficam vagas ociosas e já começa por aí. Já temos aí um insucesso, uma ineficácia no nosso trabalho. Destes, apenas 1,1 milhão de alunos se formam por ano”, finaliza.

O reitor do IFG, professor Jerônimo Rodrigues da Silva, que compôs a mesa diretiva de abertura, afirma: “Acredito que essa é uma ação fruto de um trabalho já realizado pelas instituições do estado de Goiás. Essa discussão da permanência e êxito, ela é urgente, até mesmo pra nós firmarmos juntamente à comunidade, para mostrarmos que estamos preocupados com a nossa verdadeira função social. Não sairemos daqui com tudo pronto, mas acredito sim que temos condições de ter boas propostas”, ressalta.

Estiveram presentes também a pró-reitora de Ensino do IFG, professora Oneida Cristina Irigon, o pró-reitor de Extensão, Daniel Silva Barbosa, servidores da Reitoria e dos câmpus da Instituição e demais servidores e gestores das instituições envolvidas. O evento continua durante todo o dia de hoje, conforme a programação oficial.

 

 

Tipos e causas

Dados importantes sobre evasão também foram apresentados pela pró-reitora de Graduação da Unioeste, Elenita Conegero Pastor Manchope, como os três tipos de evasão dos alunos: o primeiro, que segundo ela é o menos preocupante, é aquele em que os estudantes saem de um curso, mas vão pra outro dentro da mesma instituição. O segundo tipo seria o de mudar de instituição para realizar outro curso, “o que já é uma preocupação pra nós, mas não pra todos porque ele continua matriculado no sistema superior”, diz. E o terceiro, “que é o preocupante”, é o que o aluno sai e não conclui o ensino superior, saindo assim do sistema.

Entre os possíveis fatores dessa evasão e que aparecem nas pesquisas, segundo Elenita, estão as características individuais dos estudantes: “como eles se comportam diante do trabalho de estudar, considerando a diferença que eles sentem ao passar do ensino médio para a universidade”; fatores decorrentes da sua formação escolar, escolha precoce da profissão, incompatibilidade da vida acadêmica com o mundo do trabalho e também a desinformação deles a respeito dos cursos. “São fatores que dificilmente a instituição tem como interferir”, aponta.

Existem também, segundo a professora, os fatores da instituição, que também interferem nesse contexto: “a própria produção do conhecimento e a disseminação desse conhecimento é muito diferente hoje, temos a internet, várias fontes de pesquisa. Como que nós estamos olhando pra isso, pra essa questão que é peculiar à questão acadêmica? E aí a gente pensa e tem que dosar: o que é prioridade para compor a carga horária do curso, qual o principal objetivo do curso, que tipo de aluno quero formar, o que faz diferença na vida dele?”, questiona.

Outra discussão apontada pela pró-reitora diz respeito aos pré-requisitos, “o que é essencial nisso, o conhecimento é linear ou age de uma forma mais holística? Essa rigidez que temos, precisamos acalmar, temos nosso trabalho, nossa formação, precisamos saber como organizar isso com o nosso aluno”, diz. Ponto importante também refere-se à avaliação didático-pedagógica: “essa é muito difícil, é o grande nó! Nessa relação pedagógica, podemos pensar.... o que é ministrar uma boa aula e o que é estabelecer uma relação pedagógica entre professor – aluno e conhecimento, considerando o ensino, a aprendizagem e a troca de conhecimento?”, indaga. Nesse aspecto, conta, aparece aquele estudante que se forma em uma área e no percurso dele, mesmo com a realização de mestrado e doutorado, ele “não adquire o saber científico de ser professor. E aí ele mesmo pede o curso de formação pedagógica e temos que oferecer esse apoio”, afirma.

O terceiro grupo de fatores que contribuem para o alto índice de evasão engloba os fatores externos, segundo Elenita, ao citar: relação do curso com mercado de trabalho, a economia, questões sociais, o que interfere diretamente na qualidade dos cursos das instituições, a desvalorização do professor, “então sofremos muita evasão nas licenciaturas, a qualidade da educação básica influi muito, a necessidade de fazer inclusão pedagógica”, conclui.


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Diretoria de Comunicação Social/Reitoria.

 

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