Mesa redonda aborda 21 anos da Lei de Língua Brasileira de Sinais
Público-alvo da atividade foram os graduandos da Licenciatura
Na última terça-feira, dia 25 de abril, o prof. Rogério Pacheco promoveu uma mesa redonda para tratar dos "21 anos da Língua Brasileira de Sinais e o Ensino de Química para Estudantes Surdos". A atividade contou com a participação da docente convidada Graziela Dias Ferreira, e foi voltada aos graduandos do 1º e 2º período do curso de Licenciatura.
Graziela possui experiências no ensino de Química para estudantes surdos e ouvintes, na educação profissional e básica, da rede estadual de ensino. Ela relatou como foi sua trajetória acadêmica ministrando aulas para estudantes surdos e mencionou que muitas vezes a presença do intérprete de Libras em sala de aula acaba sendo considerado “um trabalho a mais” para que está ministrando as aulas, e que é preciso “quebrar essa barreira”; além de atuar com um olhar atento evitando que o professor se distancie do aluno por causa do trabalho do tradutor.
Estima-se que no Brasil existam cerca de 10 milhões de surdos e, desde 2005, o ensino de Libras é obrigatório nos cursos de licenciatura, pedagogia e fonoaudiologia.
Graziela relatou ainda que durante sua atuação na rede pública ela percebeu que alguns alunos chegavam desassistidos em sala de aula e então ela se questionava de que maneira poderia contribuir com o aprendizado deles. Diante disso, a professora criou metodologias de ensino com jogos, imagens e leituras em aulas que simulassem aos alunos ouvintes como seria se eles tivessem algum tipo de deficiência. E, ainda com a metodologia lúdica, percebeu que o ensino de química poderia ser facilitado para os alunos surdos também.
Para além dessas proposições, a palestrante ressaltou que só a estrutura física sem o engajamento do profissional envolvido não fará a diferença na vida de estudantes surdos. E afirmou que muitas vezes os surdos têm a capacidade de aprender até mais rápido que os alunos ouvintes; e que por isso também os professores devem interagir, trabalhar de maneira colaborativa com o intérprete. “Muitas vezes cria-se uma bateria porque alguns profissionais veem o intérprete em sala de aula como um trabalho a mais”, disse Graziela.
Paralelo à explanação da professora convidada, Rogério Pacheco destacou que a performance, postura e a atitude de se aproximar do aluno surdo aliado ao ensino de libras na docência fará toda a diferença na vida do estudante. E que de maneira alguma o professor, em sala de aula, deve transferir a responsabilidade dele de ensinar para o intérprete, mas deve sim atuar para sanar as dificuldades do tradutor para que ele possa auxiliar o aluno surdo da melhor maneira.
Sobre a Libras
Em 24 de abril, a Lei da Língua Brasileira de Sinais (Libras) — Lei n.º 10.436/2002 — completou 21 anos de promulgação no Brasil. Segundo dados do Ministério da Educação, o Brasil possui 17.141 estudantes surdos matriculados em classes comuns e 3.558, em classes exclusivas. Os dados são do Censo da Educação Básica 2022, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Já a educação superior teve 1.463 matrículas de estudantes surdos e 200 concluintes, conforme o Censo da Educação da Superior 2021.”
Setor de Comunicação Social e Eventos - Câmpus Itumbiara.
Redes Sociais