Câmpus aponta circulação de mais ônibus e reordenamento das linhas como ações de melhoria para transporte coletivo local

Quais são as mudanças necessárias no transporte público de Itumbiara? E quais seriam os impactos econômicos, sociais e ambientais provocados por essas transformações? Essas e outras perguntas foram respondidas durante exposição do Câmpus Itumbiara, sobre o transporte público local, durante participação no projeto Soluções Cidadãs: a Câmara de Vereadores e o Ministério Público ouvem a Universidade e Você, realizado ontem, 18/10, no Plenário da Câmara Municipal.

Segundo apontaram os alunos e professores do Câmpus, para o transporte público de Itumbiara se tornar mais atrativo e eficiente seria necessária a construção de uma espécie de terminal no Espaço Arraiá, criação de um sistema de integração temporal (permitindo ao passageiro o tempo mínimo de 30 minutos para desembarque em um ponto e embarque noutro coletivo sem a cobrança adicional de passagem), readaptação dos ônibus com suporte interno e externo ao veículo para acoplar bicicletas dos passageiros, frequência no aumento da circulação de linhas, reordenamento das rotas para evitar o congestionamento no Centro da cidade e diminuição do tempo das viagens, aumento da circulação dos ônibus pelos bairros, melhoria das paradas com placas de sinalização e abrigos adequados às condições climáticas, reorganização dos pontos para evitar que o passageiro caminhe mais de 500 metros entre uma parada e outra. E ainda o incentivo ao uso de transporte não motorizado.

Para mostrar a urgência dessas mudanças, os pesquisadores apontaram dados que comprovam o impacto negativo do transporte público para a cidade. Em termos de meio ambiente, a poluição sonora e do ar (devido à emissão de poluentes) provoca o agravamento da saúde das pessoas e provoca doenças como a depressão e estresse. No quesito economia, os 377 acidentes de trânsito com vítima (ocorridos entre janeiro e setembro deste ano em Itumbiara) geraram um custo total para o Município de cerca de R$ 12 milhões, considerando o trabalho dos agentes de trânsito e da polícia, socorro e tratamento das vítimas, impedimento de cumprir os compromissos sociais, escolares e profissionais (isso para citar apenas alguns exemplos). Além de disso, o transporte urbano motorizado ainda provoca o desgaste das vias e gera uma onerosa e imensa logística de armazenamento de pneus.

Escritório Geográfico
O convite para o IFG apresentar estudo e sugestões de melhoria para esse tema, veio a calhar com o projeto realizado, incialmente, com alunos do ensino médio do Câmpus Itumbiara em 2016, e retomado este ano. Denominado Escritório Geográfico: transporte humano e cidadania no município de Itumbiara-GO, e conduzido pelo professor Nelson Ney Dantas Cruz, a proposta surgiu com o objetivo de diagnosticar os problemas relacionados ao transporte coletivo na cidade e propor uma solução para o reordenamento das linhas, a partir da constatação de ineficiência e demora da única rota que atende o bairro onde está localizada a Instituição.

Ainda segundo a diretora, é fundamental o envolvimento das entidades de classe, órgãos públicos e instituições de ensino da cidade, na discussão do Plano de Mobilidade Urbana (previsto para ser entregue em 2018), pois este é um assunto de extrema importância para toda a população

Segundo a diretora-geral Aline Silva Barroso, o não atendimento regular da linha de transporte coletivo, tira de muitas pessoas a chance de cursar uma faculdade pública e de qualidade, simplesmente pelo fato de muitas pessoas não terem outra forma de se deslocar até a Instituição que não seja por meio do transporte coletivo.

Elogios
Participaram do debate no Plenário os professores Nelson Ney, Ricardo Soares, e os estudantes Maria Eduarda Barroso Marques, Maria Eduarda Ferreira Naves e Victor Hugo Rodrigues Santos. A exposição dos participantes foi muito elogiada pelo Promotor de Justiça, Reuder Motta, que afirmou ter ficado “impressionado pela belíssima apresentação (...), qualidade das fontes de pesquisa e trabalho gráfico”. O promotor comentou ainda que, posteriormente, o trabalho será encaminhado como proposta de política pública para o Município de Itumbiara.

Setor de Comunicação Social e Eventos – Câmpus Itumbiara.