Irreverência e reflexão política marcam a abertura do festival Pô!Ética
Intervenção artística de alunos criticou as solenidades e monólogo teatral questionou o adestramento, a aculturação e o colonialismo
Autoridades e público presente na solenidade de abertura
A 14ª edição do Festival de Artes de Goiás foi aberta hoje, 7, no Câmpus Itumbiara do Instituto Federal de Goiás (IFG), em uma noite que mesclou discursos e apresentações artísticas politizados. O tema do festival Pô!Ética permitiu reflexões sobre o momento político brasileiro, a educação e o papel da arte e da cultura nas sociedades.
O público presente foi surpreendido com a interrupção da solenidade por um grupo de estudantes do Câmpus Itumbiara, que começou a falar e cantar dos lugares que ocupavam na plateia. O primeiro a falar bradou bem alto que não queria discursos e solenidades, que queria festa. A ele somaram-se outros que cantavam a música Palavras repetidas, do rap Gabriel Pensador, que inclui o refrão “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”, da canção do grupo Legião Urbana.
Ética
Depois da surpresa, a solenidade seguiu com as falas de algumas das autoridades presentes. O reitor do IFG, professor Jerônimo Rodrigues de Souza, disse que o Brasil precisa de discutir seu destino e que a cultura e as artes devem contribuir para a discussão ética e estética.
O prefeito de Itumbiara, José Antônio da Silva Neto, disse que a realização do Festival de Artes do IFG na cidade vai provocar mais investimentos em arte e cultura. Segundo ele, o IFG é reconhecido por sua excelência no ensino e na pesquisa, mas que a dedicação e o investimento nas artes merece um reconhecimento maior. 'É uma grande sacada”, enfatizou.
O pró-reitor de Extensão do IFG, professor Daniel Barbosa, e o coordenador-geral da comissão executiva do festival, professor Abílio Carrascal, ressaltaram a intenção de provocar reflexão que permeia a programação. “Procuramos a pluralidade estética para falar de política e de ética”, disse Abílio. “Sem cultura, sem educação e sem arte a realidade é muito mais sombria”, falou Daniel.
Já a diretora-geral do Câmpus Itumbiara, Aline Silva Barroso, falou da honra do câmpus de sediar o Festival de Artes. Ela enfatizou o trabalho em equipe e a produção dos alunos do IFG. “A intervenção artística que tivemos aqui foi só uma mostra do que vem por aí”, anunciou.
Homenagem
Durante a solenidade de abertura, a professora Rita de Cássia Mendonça foi homenageada, por ter sido uma das idealizadoras do festival. Rita foi professora de artes do Câmpus Goiânia do IFG por 22 anos e atualmente é professora do Instituto Federal de Brasília. Segundo ela, o festival faz parte da sua trajetória como artista, como professora e como cidadã. “Fico feliz que o festival não tenha perdido a sua essência: a insurgência. E desejo-lhe vida longa”.
A noite de abertura foi encerrada com o monólogo Comunicação a uma academia, encenado pela atriz Juliana Galdino e dirigido por Roberto Alvim. O monólogo é baseado no texto homônimo do escritor Franz Kafka, escrito em 1917.
A personagem do monólogo é um macaco que conta para membros de uma academia como se tornou humano. Com muita ironia, questiona-se o adestramento, a aculturação e o colonialismo. A peça inspirou o professor do IFG Alexandre Guimarães na criação da marca desta 14ª edição do festival.
A abertura do festival de artes contou com a presença de autoridades do município de Itumbiara, de dirigentes do IFG, de alunos de diversos câmpus e da comunidade.
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